Personagens: Elenco:
Karina
Augusto
Claudia
Carlos
Alice
Ana
Rodolfo
Dr.Júlio
(No Consultório Médico)
AUGUSTO: - Doutor Júlio, por favor não me esconda nada, eu
preciso saber...
JÚLIO: - Calma Augusto. Sente-se...
AUGUSTO: - Calma?! Como posso Ter calma? É minha vida!
JÚLIO: - Desespero não adiantará de nada. Só complicará
ainda mais as coisas...
AUGUSTO: - O que tenho Doutor Júlio?
JÚLIO: - Seja forte, meu amigo. Você tem um tumor alojado em
seu celebro.
AUGUSTO: - É maligno?
JÚLIO: - Infelizmente sim.
AUGUSTO: - Oh, Meu Deus!
JÚLIO: - Faremos tudo que for possível! Vamos começar com
quimioterapia.
AUGUSTO: - Quimio?
JÚLIO: - Sim.
AUGUSTO: - Quando?
JÚLIO: -
Imediatamente.
AUGUSTO: - Não.
Depois do natal.
JÚLIO: - O tempo
tanto pode ser nosso maior aliado, quanto nosso pior inimigo. Não podemos
arriscar.
AUGUSTO: - Não vou
estragar o natal da minha família.
JÚLIO: - Augusto...
AUGUSTO: - Minha
família não pode saber de nada... Confio no sigilo. Boa Noite Júlio.
JÚLIO: - Augusto...
(Augusto sai) Teimoso!
(Apaga-se as luzes. Cena em sua casa sentado
pensativo)
CENA II
(Sala da casa de Augusto)
RODOLFO: - Boa
noite?! Tudo bem com o senhor doutor Augusto?
AUGUSTO: - Sim,
Rodolfo... Está tudo bem.
RODOLFO: - O senhor
está meio abatido...
AUGUSTO: - É cansaço.
Tenho trabalhado muito! Vá dormir já está tarde.
RODOLFO: - O senhor ainda
precisará de meus serviços?
AUGUSTO: - Não... Não
se preocupe, está dispensado.
RODOLFO: - Então com licença,
boa noite!
(Augusto toma um drinque abaixa
luz)
CENA
III
KARINA:
- Minha nossa como estou atrasada!
RODOLFO: - Vai sai
dona Karina?
KARINA: - Sim
Rodolfo, vou às compras. Nada melhor para a estima de uma mulher, do que
caminhar entre uma loja e outra cheias de sacolas, de preferência carregadas
por seu motorista. Por acaso sabe a que
horas Augusto saiu?
RODOLFO: - Logo cedo senhora.
KARINA: - Eu, ein!? Que foi, madrugou é?! Quando as crianças acordarem diga que
fui ao shopping. Este ano quero uma festa muito luxuosa. Quero que nossa natal
seja o mais comentado desta cidade!
RODOLFO: - Se depender de seu entusiasmo... Quero saber se posso armar e por os enfeites
na árvore de natal...
KARINA: - Não, não Rodolfo. Quero fazer isto pessoalmente. Não vou perder a
oportunidade, de colocar todos enfeites escolhidos a dedo! Enfeites esses que
me custaram os olhos da cara! Do jeito que você é desastrado bem capaz de
quebrar meus bibelôs. Já separe e higienize tudo.
RODOLFO: - Sim. Senhora!
KARINA: - Está me
olhando aí espantado por quê? Já ao trabalho, vamos!
RODOLFO: - Sim
senhora.
KARINA: - Vou encher
a árvore de presentes. Ah, como é bom ter dinheiro. Dinheiro é tudo!
RODOLFO: - Eu gosto
muito do natal é uma época linda, é o dia de comemorar o nascimento do menino
Jesus!
KARINA: - E... Vamos parando com está estória idiota! Deus, Jesus, Saci-Pererê
é uma invenção de quem não tem o que fazer. Isto tudo não passa de um mito dos
mais baratos.
RODOLFO: - (perplexo)
Dona Karina!...
KARINA: - Chega
Rodolfo. Não se fala nisso. Alice ligou?
RODOLFO: - Sim
senhora. Ela está lhe esperando no apartamento dela! (Karina sai o telefone toca)
RODOLFO: - Alô!
Residência da família Alcantara. Olá, como vai dona Alice?! Não... acabou de
sair... sim dei o seu recado. Não há de que! Outro! Até logo. (entra claudia)
CLAUDIA: - Rodolfo!
Quem era?
RODOLFO: - Era sua
tia, Alice.
CLAUDIA: - Minha mãe,
onde está?
RODOLFO: - Foi ao
shopping.
CLAUDIA: - Bem que
ela poderia ter me avisado. (entra Claudio)
CARLOS: - Rodolfo, sabe
onde está a chave do carro?
RODOLFO: - Sim senhor,
vou buscar.
CLAUDIA: - Carlos me
dá uma carona?!
CARLOS: - Claro! Mas tem que me prometer que vai ficar calada.
CLAUDIA: - Prometo!
Vou buscar a mochila.
RODOLFO: - Aqui estão
as chaves. Dirija com cuidado!
CARLOS: - Esquenta
não, tá comigo tá com Deus! (sai)
CLAUDIA: - Ué?! Cadê
Carlos?
RODOLFO: - Acabou de
sair.
CLAUDIO: - Ah! Não
isso não é justo! Miserável. Carlos, Carlos... (sai)
RODOLFO: - Haja
ouvido!
CENA IV
(entra Alice e Karina)
ALICE: - Ah, não eu
juro que não acredito...
KARINA: - Pois é
querida, já fiz a lista no mínimo mil convidados.
ALICE: - Que
exagero! Mil convidados Karina?
KARINA: - Quero uma super festa! Olha aqui, preste bastante atenção... eu tenho
fazendas, gados, alguns imóveis e principalmente dinheiro. Então por que não
usufruir de tudo isso? Eu posso meu bem! Quem pode faz, e faz bem feito.
ALICE: - Eu sei,
mas acho...
KARINA: - Não quer
me vê zangada com você, não é querida?
ALICE: - Claro que não! Quem sou eu para mudar a cabeça dessa cunhada tão...
KARINA: - Fina, fina
meu bem!
ALICE: - Que livro é
aquele no sofá?
KARINA: - Não faço a
mínima ideia!
ALICE: - É uma
bíblia!
KARINA: - Bíblia?!
Só pode ser daquele estrambelhado do Rodolfo. Não se faz mordomo como
antigamente! Só tolos acreditam em contos.
ALICE: - Isso não é
um conto. É a palavra de Deus.
KARINA: - Pare. Pare
com isso... Não acredito que você vai me fazer um sermão. Por favor!
ALICE: - Seria
inútil. Teimosa como você é, seria perda de tempo. Agora me deixe ir. Vou
buscar mamãe no aeroporto.
KARINA: - Dê um
beijo nela por mim.
ALICE: - Até logo!
KARINA: - Até. (Alice sai entra Claudia)
CLAUDIA: - Até que
fim lhe encontrei mamãe.
KARINA: - (com atenção nos presentes) O que foi, é
dinheiro?
CLAUDIA: - Não, é
sobre a festa.
KARINA: - O que tem
a festa minha filha?
CLAUDIA: - Será que a
senhora poderia ao menos olhar para mim...
KARINA: - Claro meu
bem, mas, só pra deixar bem claro, meu anjo, mamãe escuta com os ouvidos, não
com os olhos, o que foi?
CLAUDIA: - Será que
eu poderia trazer meu namorado para a ceia...
KARINA: - Claro
filha, o Fabrício é um bom rapaz, também sendo filho de quem é... Deputado
Fagundes Vieira! Faço muito gosto.
CLAUDIA: - Não é o
Fabrício mamãe, a senhora sabe que não suporto aquele esnobado.
KARINA: - Gente de seu nível!
CLAUDIA: - Não é
garantia de felicidade.
KARINA: - Não seja
tola.
CLAUDIA: - Não é
tolice gostar das pessoas como elas são.
KARINA: - Amor não garante
uma conta recheada no banco!
CLAUDIA: - Mais dá
sentido a vida!
KARINA: - Já vi
muitas histórias que a fome entra pela porta e o amor foge pela janela.
CLAUDIA: - A senhora
já amou algum dia?
KARINA: - Eu amo a
vida minha filha, Amo tudo que ela está me proporcionando!
CLAUDIA: - Somos
diferentes, prefiro arriscar.
KARINA: - Com aquele
João Ninguém? Não seja ridícula minha filha. Aquele rapaz não tem nada a
oferecer.
CLAUDIA: - Tem
amor...
KARINA: - Não diga!
CLAUDIA: - Posso
trabalhar.
KARINA: - Você? Não me faça rir. Sempre foi servida, nuca serviu... Não o
traga. Isto é um a aviso. Lugar de mendigos é embaixo da ponte e aqui não
ponte.
CLAUDIA:
- Ele não é um mendigo... A senhora acha que dinheiro, status, aparência é
tudo? Pois não quero ser como a senhora, fria e dura, que só pensa em si
própria. Egoísta, é isso que a senhora é.
KARINA:
- Ora sua fedelha, me respeite. Quero que me diga, daqui a dez anos, quando
estiver velha e acabada, cheia de crianças remelentas lhe pedindo comida e você
não ter como os alimentar... (Claudia
sai) Ei mocinha... Ainda não terminei... É nisso que dá querer o bem dos
filhos. Não pense que vai estraga minha ceia, por que não vai.
KARINA: - Rodolfo, Rodolfo... onde você estava?
RODOLFO: - Eu dona Karina...
KARINA: - Incompetente! Chispa!
RODOLFO: - Sim senhora...
KARINA: - Fora, fora! Ôh, lerdeza! (Entra
Claudio)
CLAUDIO: - Boa noite mãe!?
KARINA: - Boa noite, filho!
CLAUDIO: - Meu pai?
KARINA: - Não chegou ainda. Espero que não demore, tenho coisas importantíssima
para tratar com ele! (toca campainha)
Rodolfo! Rodolfo...
RODOLFO: - Sim senhora?
KARINA: - Você está surdo?
RODOLFO: - Não senhora.
KARINA: - O que está esperando? Vai ficar ai parado feito uma estátua? Atenda à
porta!
RODOLFO: - É pra já!
KARINA: - Ah, demência!
CARLOS: - Mãe, você não acha que foi dura de mais com Rodolfo?
KARINA: - Não. Se deixar, os criados tornam-se nossos chefes! Conheço gente
dessa laia. E não se meta em minhas ordens. Já pro quarto!
CARLOS: - Odeio quando você me trata assim, como criança.
KARINA: - Tire as fraldas, vire homem, e depois ousa em me repreender! (Carlos sai)
AUGUSTO: - (triste) Boa noite
querida?!
KARINA: - Preciso muito falar com você...
AUGUSTO: - Agora não...
KARINA: - Agora não? Essa é boa! Augusto, não aguento mais... Sabe que está
acontecendo?... Não, você não sabe... Não dar a mínima.
AUGUSTO: - Chega Karina! (Breve
silêncio) Vá direto ao assunto.
KARINA: - Nossa filha está de chamego com um marginalzinho qualquer, um pé
raspado, um zé ninguém! E você não diz nada, não faz nada!
AUGUSTO: - O rapaz é uma boa pessoa!
KARINA:
- Boa pessoa? Não me faça rir! O bom rapaz não tem nem onde cair morto.
AUGUSTO: - Qual é sua preocupação?
KARINA: - O futuro de nossa filha! Futuro esse que nos custou caro.
AUGUSTO: - O rapaz estuda, trabalha. O que mais você quer?
KARINA: - Faz um supletivo noturno numa escolinha pública, trabalha numa loja
de sapatos de quinta! Agora me responda: que futuro poderá dar a nossa filha
esse pobre coitado!?
AUGUSTO: - Além de amor, carinho, felicidade, quem sabe a mesma coisa ou até
mais que eu tenho lhe dado!
KARINA: - Isso! Sonhe, mais sonhe mesmo. Deixa aquela estranbelhada ouvi isso,
ai você vai vê o que dar sonhar. Quero vê quando tempo dura um sonho de barriga
vazia.
AUGUSTO: - Olha Karina... Deixa par lá. Você não entende!
KARINA: - Seu ingrato. Assim que me trata? Estou pensando na felicidade de
nossa filha!
AUGUSTO: - Boa noite!
KARINA: - Augusto. Augusto. Ingrato! Se pensa que vou deixar minha filha, jogar
nosso nome na lama está enganado. (sai.
Apagam-se as luzes)
CENA V
(Augusto triste)
AUGUSTO: - Quem está aí?
RODOLFO: - Sou eu senhor.
AUGUSTO: - Acordado a esta hora?
RODOLFO: - Sim senhor, gosto de ler ante de dormir.
AUGUSTO: - Que livro é este?
RODOLFO: - É uma bíblia.
AUGUSTO: - Você acredita?
RODOLFO: - Sim senhor. E o senhor, acredita?
AUGUSTO: - Muitas vezes quero acreditar.
RODOLFO: - Não sei nem como falar sobre esse tema com o senhor doutor Augusto.
AUGUSTO: - Rodolfo, o que você faria se soubesse que, iria morrer?
RODOLFO: - Eu faria como Marta.
AUGUSTO: - Marta? O que fez?
RODOLFO: - Foi aos pés de nosso senhor Jesus Cristo e disse-lhe: “Senhor se tu
estivesse aqui isto não teria acontecido.”
AUGUSTO: - E o que aconteceu?
RODOLFO: - Lázaro, irmão de Marta, à três dias morto. Mas Jesus o fez
ressuscitar. Em muitas passagens a bíblia cita cura através da fé.
AUGUSTO: - Fé! Esse Deus parece muito poderoso.
RODOLFO: - Parece não. Ele é poderoso. Desculpe-me a minha petulância, mas, o
senhor está com algum problema?
AUGUSTO: - Como se faz contato com esse Deus?
RODOLFO: - Humildemente, ajoelhe, feche os olhos, e conte-lhe toda sua dor... se
abra com ele, que não lhe desamparará.
AUGUSTO: - Boa noite.
RODOLFO: - Boa noite doutor Augusto! Que Deus lhe abençoe. (sai)
AUGUSTO: - Boa... Será que dar certo. Deus... muitos falam de
você, Falam várias coisas como: cura, milagres,... eu nunca dei ouvidos... mas
pelo que vejo, eu sei, não tenho outra alternativa a não ser está recorrer a
ti, minha fé é pequena, mas,... minhas esperanças são grandes. Não quero
morrer! Meu dinheiro, minha posição, ou mesmo meu amor a minha família não pode
me salvar... Mas ouvi dizer que você pode. Falta pouco para o natal, e é isto
que lhe peço.
(entra Karina)
KARINA: - Que loucura é essa, deu par falar sozinho é? Velhice eu sei que não
é, então só pode ser loucura mesmo. (rir)
(Augusto passa mal)
kARINA: - Augusto você está louco?! Augusto para com isso, que brincadeira é
está? Augusto... Augusto.... Rodolfo?! Rodolfo socorro. (entra Claudia)
CLAUDIA: - O que foi?!
KARINA: - Seu pai...
CLAUDIA: - Pai?!
RODOLFO: - Meu Deus o que é isso?
CARLOS: - Pai?
RODOLFO: - Vou ligar para doutor Júlio.
CLAUDIA: - Isso mesmo...
KARINA: - Meu marido... Os negócios! Aí eu nem quero pensar?!
CARLOS: - Ora mãe, isso é hora de pensar em negócios!?
KARINA: - Já lhe falei para não se meter quando eu estiver falando. Alguém tem
que pensar nos negócios de seu pai, imagina se...
CLAUDIA: - Mãe!
KARINA: - Temos que ser fortes...
CARLOS: - Chega!
RODOLFO: - O doutor já está a caminho.
(Augusto
melhora)
KARINA: - Augusto!
CARLOS: - Pai!
CLAUDIA: - Ôh pai! Que susto.
KARINA: - Saiam todos.
CLAUDIA: - Mãe!
KARINA: - Saiam... (saem) Que é, que
me matar do coração é? Você que se atreva a morrer... sem antes deixar um
testamento.
RODOLFO: - Dona Karina...
KARINA: - Já lhe disse que não quero ser interrompida!
RODOLFO: - Mas senhora...
KARINA: - Então chispa!
RODOLFO: - É que doutor Júlio...
KARINA: - Doutor Júlio?
RODOLFO: - Sim senhora.
KARINA: - Mande-o entrar! É muita lerdeza!
JÚLIO: - Boa noite!?
KARINA: - Boa noite, doutor!
JÚLIO: - Então o que houve?
KARINA: - Não sei bem, mas pareceu-me um desmaio.
JÚLIO: - Deixe-me ver.
KARINA: - Fique a vontade se precisar de qualquer coisa é só avisar. (com ternura) Querido tudo vai dar
certo!
JÚLIO: - Augusto você não está facilitando meu trabalho. Lhe pedi para não se
expor...
AUGUSTO: - Estou bem!
JÚLIO: - Não, não está! Tinha que começar a quimioterapia.
AUGUSTO: - Eu não vou morrer. Não vou!
JÚLIO: - Ninguém disse isso.
AUGUSTO: - Como vou contar isso a minha mulher, meus filhos, minha mãe? Como?
Como!?
JÚLIO: - Eu posso contar-lhes!
AUGUSTO: - Não. Eu contarei!
JÚLIO: - Pelo que vejo, já está melhor. Augusto se quer mesmo viver precisa
seguir as prescrições. Ajude- nos nessa batalha.
AUGUSTO: - Farei o que for preciso.
JÚLIO: - Ótimo!
KARINA: - Então doutor?
JÚLIO: - Tudo sobre controle.
KARINA: - E o que meu marido tem?
JÚLIO:
- Não se preocupe, está tudo sobre controle. Boa noite!
KARINA: - Se eu fosse você trocaria de médico, esse daí não é nada
profissional, não vou bem com ele, nossos santos não se batem!
AUGUSTO: - No dia que você for bem com alguém, é o fim do mundo!
KARINA: - Isola! Fim do mundo, morte, nem pensar! Falando nisso, é bom você
preparar o testamento...
AUGUSTO: - Você quer que eu morra?
KARINA: - Claro que não! Se digo isto é para o bem da nossa família. A morte
não manda aviso!
AUGUSTO: - E se você morrer primeiro!
KARINA: - Tenho saúde de ferro!
AUGUSTO: - Vamos deixar de conversa fiada... Me ajude.
KARINA: - Não estou dizendo! (saem)
CENA VI
CLAUDIA: - Está difícil de aturar minha mãe.
CARLOS: - Cada dia mais insuportável!
RODOLFO: - É o jeito dela. As vezes acredito que dona Karina já sofreu muito
antes de casar-se com seu pai. (campainha)
Claudia: - E daí o que temos haver com isso?
CARLOS: - Não deveria ser o contrário? Se sofreu na infância ou na
adolescência, deveria até ser mais dócil!
CLAUDIA: - Vovó!
CARLOS: - E aí vó?!
ANA: - Olá, meus queridos!
CLAUDIA: - Oi tia Alice?!
ALICE: - Oi crianças!
RODOLFO: - Crianças onde?
ANA: - Rodolfo! (abraça)
RODOLFO: - Dona Ana, Quanta saudades!
ANA: - Obrigado querido!
ALICE: - Tudo bem Rodolfo?
RODOLFO: - Melhor agora!
ALICE: - E Karina?
ANA: - Augusto?
RODOLFO: - Vou avisá-los que as senhoras já chegaram.
ANA: - Que carinhas tristes são estas!? Não quero vê tristezas, esse mês é
um mês muito especial, é natal! Alegria meus anjos!
CLAUDIA: - Como posso ter alegria se não posso namorar quem amo?
ANA:
- Se está havendo proibição é porque existe alguma coisa de errado.
ALICE: - Acho que já sei qual a razão! De quem partiu a proibição?
CLAUDIA: - Minha mãe. Quem mais poderia ser!
ALICE: - Eu sabia!
ANA: - e seu pai?
CARLOS: - Meu pai? (rir)
ANA: - Eu trouxe uns presentinhos para vocês...
CARLOS: - Oba!
ALICE: - Nem pense nisso baby!
ANA: - Abrir só na noite de natal!
CARLOS: - Tá bom, vou tentar segurar a onda! Vou nessa!
CLAUDIA: - Me dá uma carona?
CARLOS: - Anda logo!
CLAUDIA: - Tchau!
ANA: - Vão com Deus! (entra Karina)
KARINA: - Querida Ana!
ANA: - Oi Karina!
KARINA: - Alicinha...
ALICE: - Tudo bem?
KARINA: - Ótimo! E agora melhor ainda. Pensei que a senhora só viesse na véspera
de natal!
ALICE: - Mamãe resolveu vir antes!
KARINA: - Que bom, fico feliz!
ALICE: - Bem, eu tenho que ir.
KARINA: - Mas já! Mau chegou. Pensei que fosse ficar mais... É que preciso dar
uma saidinha, e pensei que pudesse fazer companhia a sua mãe.
ANA: - Não se preocupem comigo. Karina antes que saia será que posso dar uma
palavra com você?
KARINA: - Claro querida!
ANA: - Claudia esteve...
KARINA: - Minha querida sogra, não se deixe levar... a única coisa que quero é
a felicidade da minha filha...
ANA: - Mas Karina...
KARINA: - Faço o melhor que posso pela educação de meus filhos e como a senhora
sabe não é nada fácil! (sai, Ana
senta-se)
ALICE: - Mãe! Rodolfo...
RODOLFO: - Sim senhora?! O que houve?
ALICE: - Traga um copo com água. Que foi?
ANA: - Não sei... Um mal pressentimento!
ALICE: - Não fale assim mãe! Não lhe faz bem.
ANA: - É como se alguma coisa estivesse para acontecer...
ALICE: - Ô mãe!
ANA: - Natal me deixa assim, nostálgica. Seu pai morreu numa véspera de
natal!
ALICE: - Não mais vamos falar nisso! Agora descanse.
RODOLFO: - Aqui a água.
ALICE: - Obrigada! Beba mãe... isso... me ajude Rodolfo, vamos levá-la ao
quarto.
ANA: - Augusto?
ALICE: - Ele irá ao quarto mãe.
(entra Carlos e Claudia)
ALICE: - Pelo que vejo estão lendo.
CARLOS: - Acertou! Suspense.
CLAUDIA: - Como estou carente, leio romance.
ALICE: - Meus queridos... esqueçam os livros um pouco, que agora vou lhes
contar uma bela história...
CLAUDIA: - E sobre o que seria esta história?
CARLOS: - Lobisomem?!
ALICE: - Não. A verdadeira história do natal!
CARLOS: - Ah, não! Tô fora!
CLAUDIA: - Trenó encantado, papai Noel que desce pela chaminé, tudo isso já sei!
ALICE: - Calma gente! Eu quero contar a verdadeira história do natal. Não essa
de papai Noel, trenó encantado, ou coisa assim! É muito mais triste e bonita
que vocês já ouviram. Vamos aproveitar enquanto a mãe de vocês não chega.
CARLOS: - ô tia!
CLAUDIA: - Escute, depois julgue!
ALICE: - É. É isso, sua irmã tem razão.
CARLOS: - Tá bom, vai!
ALICE: - A quase dois mil anos atrás, alias muito antes, profetas anunciavam
um salvador, salvador este que salvaria seu povo de tanta angústia e aflições.
Numa cidade da Galiléia chamada Nazaré, havia uma moça simples chamada Maria,
ela era virgem, porém casada.
CARLOS: - Como assim?
CLAUDIA: - Não entendi.
ALICE: - É que naquela época se casavam e depois de um tempo é que iam morar
juntos...
CARLOS: - Coisa mais sem graça!
ALICE: - Costumes... Então Deus enviou um anjo, Gabriel, anunciar a Maria que
ela seria mãe...
CLAUDIA: - Virgem? Grávida?
CARLOS: - Conversa!
ALICE: - É difícil de acreditar, mas Deus escreve certo por linhas tortas. E
assim como vocês muitos duvidariam da integridade da moça. Mas o anjo veio para
anunciar que ela carregaria o salvador em seu ventre...
CLAUDIA: - E ela?
ALICE: - Ficou assustada! Mas isto era um privilégio.
CARLOS: - Mau afamada? É privilégio?
CLAUDIA: - E o marido?
ALICE: - José, ficou desconfiado...
CARLOS: - Até eu.
ALICE: - Chegou a pensar que sua amada esposa tinha, como dizem vocês, pulado
a cerca. Mas foi ai que o mais incrível aconteceu, Deus enviou um anjo para
explicar a José o que acontecia. Entendendo partiu com sua mulher para Belém,
lá pediram pousada e ninguém os dava.
CLAUDIA: - Mas se eles traziam o salvador, por que não os davam?
ALICE: - Só os cristãos acreditavam no salvador. Maria já sentindo dor
encontraram pousada numa estribaria e lá nasceu o pobre menino. Então brilhou
uma estrela no céu, e três reis magos sabendo da notícia seguiram o brilho da
estrela até o menino. Chegando lá o presentearam com ouro, incenso e mirra.
CARLOS: - E está é a verdadeira história do natal?
ALICE: - Natal significa amor, paz, perdão,
esperança e principalmente adoração ao menino Jesus! Vocês acreditam em Deus?
CLAUDIA: - Eu acredito, mas minha mãe nem pode sonhar!
CARLOS: - E vovó não acredita?
ALICE: - Acreditar ela acredita. Só está um
pouco magoada com a vida. Não superou a morte de papai.
RODOLFO: - O almoço está pronto.
ALICE: - Vamos crian... ou melhor adolescentes!
SEGUNDO
ATO
(Todos na sala menos Augusto)
CARLOS: - Vó veja
que lindo!
ANA: - É... é
mesmo lindo.
KARINA: - Alice
querida me passe essa bola...
CLAUDIA: - Vou lá fora!
KARINA: - Filha quero que todos participem, o mais emocionante além dos
presentes é claro! É toda família reunida. E a montagem da árvore é um momento
muito importante!
CLAUDIA: - Grande
emoção!
ANA: - Claudia
querida, por favor...
RODOLFO: - Dona
Karina...
CARLOS: - Viu meu skate?
RODOLFO: - Está em
baixo de sua cama senhor.
CARLOS: - Valeu! (sai)
KARINA: - Carlos...
RODOLFO: - Doutor
Augusto ligou avisando que não chegará a tempo do jantar.
ANA: - Por que
Rodolfo?
RODOLFO: -
Desculpe-me, mas ele não disse. Só pediu para a senhora dona Karina espera por
ele aqui na sala.
KARINA: - Recado
dado, volte ao seu serviços quero tudo brilhando!
ALICE: - Como esta os preparativos?
KARINA: - Tudo sobre
controle!
ANA: - Claudia
minha querida me faz um favor pega meu óculos, está em minha bolsa.
ALICE: - Bem, vou
nessa! Até!
KARINA: - Até logo!
ANA: - Karina?!
KARINA: - Se for...
ANA: - Dê uma
chance, ela está tão triste...
KARINA: - Antes
sofrer agora do que depois...
ANA: - Isso é ...
KARINA: - Não vou
entregar minha filha a um qualquer.
ANA: - Karina...
KARINA: - Basta.
Chega de lero-lero, sou mãe...
ANA: - Também sou
mãe...
KARINA: -
Desculpe-me sem querer lhe ofender, mas da educação da minha filha cuido eu.
ANA: - É... Já vi
que cometi um erro ao tentar...
KARINA: - Não tente,
não vou mudar de ideia!
ANA: - Com licença!
(música, entra Augusto)
KARINA: - Augusto.
AUGUSTO: - Que bom
você está aqui. (abraça Karina)
KARINA: - Que foi
Augusto?
AUGUSTO: - Oh, minha
querida você não sabe o quanto é difícil...
KARINA: - De que
você está falando? Sua mãe hoje...
AUGUSTO: - Esquece
mamãe... Quero falar de mim. Karina meu amor, quero que seja forte...
KARINA: - Augusto
você está me assustando.
AUGUSTO: - Você me
ama?
KARINA: - Ora essa,
mas que pergunta mas sem lógica!
AUGUSTO: - Me
responde.
KARINA: - Claro que
sim.
AUGUSTO: - Eu...
estou muito triste.
KARINA: - Que
conversa é essa? Que brincadeira mais sem graça! Boa noite!
AUGUSTO: - Espera. (segura com firmeza)
KARINA: - Mas o que
em você? Está me machucando!
AUGUSTO: - Desculpa.
(t) Vou morrer.
KARINA: - Todos
vamos morrer um dia!
AUGUSTO: - Não tenho
muito tempo!
KARINA: - O que?! (música) Que brincadeira é esta?
AUGUSTO: - Não é
brincadeira.
KARINA: - Não
acredito.
AUGUSTO: - Leia.
KARINA: - O que é
isso? (lê) Não, não Augusto, não...
AUGUSTO: - Calma
querida...
KARINA: - Não, não
pode ser... Temos dinheiro!
AUGUSTO: - Todos
mecanismos disponível pela medicina está sendo usado!
KARINA: - Vamos para
exterior...
AUGUSTO: - Não tem
cura.
KARINA: - Pra tudo
há um jeito.
AUGUSTO: - Só Deus...
KARINA: - Você não?!
Vai se apegar a um fanatismo, a um mito?
AUGUSTO: - Não é um
mito. Hoje no consultório um homem com o mesmo problema que eu, refez os exames
e estava curado.
KARINA: - Acredita mesmo
nisso?
AUGUSTO: - Não sei.
KARINA:
- Se alguma coisa que possamos fazer é procurar a melhor equipe médica do
mundo... Temos dinheiro pra isso. Não, isto não está acontecendo. Não é uma
realidade, é um pesadelo. E agora o que vou fazer, e a festa?
AUGUSTO: - Desmarque.
KARINA: - Não posso.
AUGUSTO: - Por favor!
KARINA: - Está certo! E as crianças?
AUGUSTO: - Contarei amanhã.
KARINA: - Na véspera do natal.
AUGUSTO: - Sinto muito!
KARINA: - Augusto. Eu estou com você, vamos lutar juntos.
AUGUSTO: - Obrigado! (abraça)
KARINA: - Vamos subir, é melhor descansar.
AUGUSTO: - Vou ficar mais um pouco. (ela sai) Senhor, não sei o que dizer, mas
eu imploro tua ajuda. Só tu podes me ajudar. E quero confiar nesse teu poder.
Me ajuda, me ajuda por favor!
(Noite de
natal)
CLAUDIA: - Rodolfo me ajude a colocar esta estrela aqui. Faz
de conta que é a estrela guia que iluminou os reis magos até o menino Jesus.
RODOLFO: - Quem lhe ensinou isto?
CLAUDIA: - Tia Alice.
RODOLFO: - Dona Alice?! Graças a Deus, estavam precisando.
CARLOS: - Tô indo! Avisa a minha mãe que só volto na hora do jantar.
RODOLFO: - Acho bom não atrasar.
CARLOS: - Fui! (sai)
ANA: - Rodolfo, o que há com a Karina?
RODOLFO: - Não sei.
ANA: - Está no quarto chorando.
CLAUDIA: - Minha mãe, chorando?
ANA: - É. Estranho, não é típico de sua mãe...
RODOLFO: - Preciso providenciar algumas coisas.
CLAUDIA: - Vó o que será?
ANA: - Não faço a mínima ideia! (entra
Alice)
ALICE: - Bom dia?!
ANA: - Bom dia filha!
CLAUDUIA: - Oi tia!
ALICE: - Estou aqui com meus dedinhos que não aguento!
CLAUDIA: - Onde andou enfiando o dedo tia?
ANA: - Menina respeito!
ALICE: - Vocês não sabem?
CLAUDIA: - De que?
ALICE: - Sua mãe adiou a festa...
ANA: - Como é?
ALICE: - Desde ontem que estou ligando par todos avisando sobre o adiamento da
festa.
CLAUDIA: - Adiamento? Mas ela não falava em outra coisa...
ANA: - Isso explica.
ALICE: - Não entendi.
CLAUDIA: - Minha avó ouviu minha mãe chorando.
ALICE: - Chorando?
ANA: - E não é de mentira.
ALICE: - Existe algo estranho, adiou a festa mais não me disse por que.
CLAUDIA: - Muito estranho!
KARINA: - Bom dia?!
ANA: - Bom dia!
ALICE: - Bom dia.
CLAUDIA: - Mãe, por que a senhora adiou a festa?
KARINA: - Sem comentários.
ANA: - Desde que cheguei ainda não vi meu filho. Esperei por ele em meu
quarto e não apareceu. O que está acontecendo?
KARINA: - Por favor, agora não.
ANA: - Licença!
ALICE: - Karina...
KARINA: - Preciso dar uma saída. Hoje Alice haverá um jantar pra toda família,
peço que não falte.
ALICE: - Claro!
RODOLFO: - Dona Karina está muito estranha.
ALICE: - É verdade.
RODOLFO: - Doutor Augusto pretende manter todos em casa hoje.
ALICE: - Você está sabendo de algo Rodolfo?
RODOLFO: - Não senhora. (toca o telefone)
- Alô?! Residência da família alcantara. Sim. Um
momento... Dona Alice, é para dona Claudia.
ALICE: - Pra Claudia? Quem é?
RODOLFO: - É o rapaz... o moço com quem dona Claudia está namorando.
ALICE: - Chame-a.
RODOLFO: - É que dona Karina...
ALICE: - Ela não precisa saber.
RODOLFO: - Sim senhora. Por gentileza aguarde só um pouco vou chamá-la.
CLAUDIA: - (eufórica) Até que em fim! Oi amor, que bom, fico feliz! Sei... Ótimo. Também te amo. Beijos! Tcháu!
ALICE: - E aí?
CLAUDIA: - Sou a pessoa mais feliz do mundo!
ALICE: - Que bom.
KARINA: - Cheguei...
CLAUDIA: - Disfarça...
KARINA: - Teu irmão?
CLAUDIA: - Não faço ideia!
KARINA: - Rodolfo?
RODOLFO: - Senhora?!
KARINA: - Por acaso sabe por onde anda Carlos?
RODOLFO: - Saiu senhora.
KARINA: - Mas será possível! Chame dona Ana.
ROLFO: - Sim senhora!
CLAUDIA: - O que papai quer falar conosco?
KARINA: - O assunto é sério.
ALICE: - Sobre o que seria?
KARINA: - Augusto quer falar pessoalmente!
CLAUDIA: - Pela sua cara, é problema financeiro.
KARINA: - Guarde suas brincadeiras para um
momento mais propício!
(entra Augusto)
ALICE: - Augusto!
KARINA: - Rodolfo?
RODOLFO: - Sim senhora?
KARINA: - Dona Ana?
RODOLFO: - Dona Ana...
ANA: - Estou aqui! Filho... (abraça)
AUGUSTO: - Mamãe!
ANA: - O que está acontecendo meu filho?
AUGUSTO: - Logo a senhora ficará sabendo.
KARINA: - E o Carlos, Rodolfo?
RODOLFO: - Bipei...
CARLOS: - Nossa! Reunião de família?
KARINA: - Sente filho, seu pai quer Ter uma conversa.
RODOLFO: - Com licença.
AUGUSTO: - Fique Rodolfo. Sei que não será fácil mas, peço que todos primeiro me escutem, e, que não me interrompam, porque não será fácil continuar o que tenho para dizer...
ANA: - Assim você deixa aflita meu filho.
ALICE: - Continue meu irmão...
AUGUSTO: - Desde muito jovem eu sempre sonhei por uma vida confortável, poder proporcionar a minha família um padrão de vida sem privações, lutei muito por esse sonho... conquistei, tudo isto que temos. Mas vejo que nossos bens, sejam eles, nossas casas, a fazenda, os carros, as joias da Karina, tudo isso de nada vale, perto do que está acontecendo.
KARINA: - Augusto...
AUGUSTO: - Eu preciso falar... Dividir com todos vocês, que tanto amo...
ANA: - Augusto o que está acontecendo?
ALICE: - Mãe calma, ele vai falar. Meu irmão
seja o que for, nós somos uma família, e estamos todos juntos nessa.
AUGUSTO: - A única ajuda que vocês podem me dar
é o carinho, o afeto, a compreensão de vocês.
ANA: - E os terá; sempre...
AUGUSTO: - É natal, e, eu só espero por um milagre. Se eu merecer vou recebê-lo.
CLAUDIA: - De que presente o senhor está falando pai?
AUGUSTO: - A vida!
ANA: - Oh, meu Deus!
ALICE: - Augusto? Diz que é mentira? Do que você está falando?
CLAUDIA: - O senhor está falando de morte?
CLAUDIO: - Peraí, o que está acontecendo aqui?
AUGUSTO: - Câncer...
ANA: - Não! De novo não...
ALICE: - Calma mãe. (se abraçam)
KARINA: - Augusto meu querido, sou capaz de dar minha vida por você, meu amor. Estamos todos juntos nessa! Embora não pareça, preferia perde tudo, tudo! Só pra lhe ter ao meu lado.
AUGUSTO: - Não tenho dúvidas.
KARINA: - Rodolfo... Prepare um banho bem gostoso para meu marido.
RODOLFO: - Sim senhora. (fecha à cortina)
(Todos estão na mesa)
AUGUSTO: - Que tal abrimos os presentes?
ANA: - Mais ainda não são meia noite!
AUGUSTO: - Cada minuto é muito importante para mim!
ALICE: - Oh, meu irmão não fale assim.
KARINA: - Claro que podemos abrir os presentes agora. (todos vão para sala)
AUGUSTO: - Que tal esse?
KARINA: - O nome está ao lado. Carlos!
AUGUSTO: - Carlos... Aceite este presente, junto com ele os meus votos de felicidade. (abraça)
KARINA: - Esse é de dona Ana.
AUGUSTO: - Minha mãe, desculpe-me por estragar o seu natal.
ANA: - Filho, não fale assim, mas uma vez o destino está sendo injusto comigo. Primeiro me tirou seu pai, mas você não vou suportar! (abraça)
KARINA: - Esse é da Claudia...
AUGUSTO: - Filha, saiba que te amo...
CLAUDIA: - Também te amo pai, feliz natal?!
AUGUSTO: - Feliz!
KARINA: - A pedido de seu pai, decidi dá uma chance ao rapaz.
CLAUDIA: - Jura?! Obrigada!
KARINA: - Esse é da Alice...
AUGUSTO: - Minha irmãzinha, feliz natal!
ALICE: - Feliz natal, meu irmão!
KARINA: - Esse é seu meu querido, é simples...
AUGUSTO: - Você me deu o maior presente. A sua companhia durante todos esses anos. Esse é seu.
KARINA: - É lindo! Adorei, meu querido. Te amo!
AUGUSTO: - Faltou um presente. Esse é seu Rodolfo.
RODOLFO: - Obrigado senhor. Mas...
AUGUSTO: - É uma pequena lembrança que eu e toda minha família lhe dar como prova de carinho.
RODOLFO: - Muito grato senhor!
AUGUSTO: - Feliz natal!
RODOLFO: - Feliz natal!
(Augusto passa mal)
CLAUDIA: - Pai?!
CARLOS: - Pai...
ANA: - Meu filho fale comigo!
ALICE: - Augusto...
KARINA: - Rodolfo telefone para doutor Júlio. Augusto por favor, não me deixe agora.
RODOLFO: - Ele não está.
ALICE: - Chame outro então!
ANA: - E agora meu Deus?
KARINA: - Não! Isto não pode está acontecendo.
RODOLFO: - Senhora...
KARINA: - E agora Rodolfo o que devo fazer?
RODILFO: - Só nos resta orar.
ALICE: - Não custa nada!
RODOLFO: - Vamos fazer uma corrente de fé.
ALICE: - Deus tu és poderoso, ajude meu irmão.
CLAUDIA: - Por favor Deus, não nos abandone...
CARLOS: - É, é isso, nos ajude...
ANA: - Perdoe minha amargura, não deixe que meu filho pague pela minha falta de fé.
KARINA: - Talvez eu nem saiba o significado disto, mas eu te peço, ajude meu marido.
RODOLFO: - Senhor aqui está uma família desesperada, a espera de um milagre, sei que tu podes, és justo e grandiosa, Deus de misericórdia. Em tuas mãos entrego esta família, confiando na obra que farás na vida de cada membro que aqui está. (Augusto volta a si)
ANA: - Obrigada meu Deus!
RODOLFO: - Eu sabia! Oh Glória!
CLAUDIA: - Pai?!
ALICE: - Meu irmão...
KARINA: - Milagre! Milagre.
RODOLFO: - Sente-se, doutor Júlio está a
caminho. Vamos agradecer, todos de mãos dadas. Senhor, nesta noite estamos
todos unidos para agradece-lo por este milagre, e a oportunidade de mostrar a
todos que Jesus é o verdadeiro sentido do natal.
F i m
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