quarta-feira, 17 de maio de 2023

O NASCIMENTO DE JESUS




PERSONAGENS:

MARIA
ANA (Mãe de Maria)
JOAQUIM (Pai de Maria)
JOSÉ
GABRIEL (Anjo) 
MANASSÉS
ISABEL (Prima de Maria)
HERÓDES

CENA I

JOAQUIM: - É uma grande honra recebê-lo em nossa casa José.


JOSÉ: - Assim também me sinto.


JOAQUIM: - O que eu e minha esposa Ana esperamos de você José, é o respeito e o amor por nossa filha Maria.


JOSÉ: - Tenham dúvidas do meu respeito e também do meu amor por Maria.


JOAQUIM: - Se pudéssemos oferecer um dote melhor...


JOSÉ: - O que trouxe aqui não foi o dote, mas o amor que sinto por Maria.


JOAQUIM: - Muito me alegra ouvir tão belas palavras. 


(Entra Maria)


JOSÉ: - Quero Maria como minha esposa, isto é, se for do seu agrado. (Olhando para Maria) Prometo respeitá-la e amá-la assim como é respeitada aqui em casa de seus pais.


JOAQUIM: - Se depender de minha palavra nossa trato será cumprido. Minha filha que era apenas sua prometida será sua esposa creio que será por ti tratada com tal zelo.


JOSÉ: - Tens minha palavra. (Dirige-se a Maria) Espero que estejas tão feliz quanto eu Maria. (Retira uma miniatura de mesa da bolsa) Maria... Fiz essa miniatura de mesa para ti... Já estou fazendo dois banquinhos. É apenas um símbolo. Representa o inicio da nossa casa e logo a família que construiremos juntos.


MARIA: - É uma grande honra para mim meu senhor.


JOSÉ: - Sem formalidades. Me chame apenas por José.


MARIA: - José.


JOSÉ: - Já é tarde. Não quero abusar de vossas hospitalidade.


JOAQUIM: - Eu o acompanho.


JOSÉ: - A paz reina com vosco!


ANA: - Amém. Que Deus o acompanhe. (Sai José e Joaquim) Filha és uma Jovem de sorte. José é um bom homem. Será para ti um bom marido.


MARIA: - Acredito que sim minha mãe. 


ANA: - Vamos nos recolher... Já é tarde.


MARIA: - Sua benção minha mãe.


ANA: - Deus a bençoe minha filha. (Sai)


CENA II


(Maria sente um sono incontrolável. Neste momento recebe a visita de um Gabriel)


GABRIEL: - Alegra-te Maria. Deus está contigo.


MARIA: - Quem é você?


GABRIEL: - Sou Gabriel, o anjo do enviado pelo Senhor teu Deus. 


MARIA: - Mas por que Deus enviaria um anjo para me visitar?


GABRIEL: - Por que foste escolhida. E tu Maria, esperas um filho.


MARIA: - Não é possível.


GABRIEL: - Já sabe o que aconteceu com tua prima Isabel?


MARIA: - Isabel, minha prima? Não.


GABRIEL: - Sabes que Isabel já tem idade avançada...


MARIA: - Não compreendo.


GABRIEL: - O que parecia impossível aos olhos dos homens aconteceu. Tua prima é estéril mas está grávida.


MARIA: - Que me dizes?


GABRIEL: - Isto mesmo que acabaste de ouvi.


MARIA: - Fico feliz por Isabel. Isto é maravilhoso! Comigo é diferente.


GABRIEL: - Teu filho também será diferente, Maria.


MARIA: - Mas, nunca estive com um homem.


GABRIEL: - Teu filho não será filho de um homem, mas o filho de Deus.


MARIA: - Sou apenas uma serva. Por que Deus escolheria a mim?


GABRIEL: - Teu filho irá reinar sobre todos os povos e seu reinado será para sempre.


MARIA: - Não pode ser... Isso não é possível.


GABRIEL: - Não te aflijas Maria, a glória de Deus te cobrirá. (Põe a mão na barriga de Maria) Basta apenas confiar no Senhor teu Deus.


MARIA: - Meus Deus! Se á a vontade do meu Senhor... Que seja como dizes. (O anjo sai e Maria cai num sono profundo)


CENA III


(Maria dorme profundamente)


JOAQUIM: - Maria... Maria... Ana?


ANA: - O que está acontecendo Joaquim?!


JOAQUIM: - Maria.


ANA: - O que está havendo com Maria?


JOAQUIM: - Estranho. Não acorda.


ANA: - Como não acorda? Maria? Maria. Minha filha...


MARIA: - Mãe? Pai?


JOAQUIM: - Graças a Deus!


ANA: - O que houve minha filha?


MARIA: - Estou esperando um filho...


JOAQUIM: - Desonra! Desonra. Nossa família será amaldiçoada. É uma desonra!


ANA: - Calma homem!


JOAQUIM: - Como posso ficar calmo? Minha filha diz que está desgraçada e você me pede calma?


ANA: - Há uma explicação...


JOAQUIM: - Que explicação poderá haver numa situação dessas se não a vergonha.


ANA: - Não se exalte meu marido.


JOAQUIM: - Quem foi o crápula? Quem? Foi ele. Ele... José. Só pode ter sido. Foi José. Nos enganou. Por veio até nossa casa pedir a mão de nossa filha. Já haviam estado juntos. Maria, Você nos traiu, minha filha! Vocês traíram nossa confiança.


ANA: - Maria...


MARIA: - Não trai a confiança de ninguém, meu pai. E mesmo assim trago em meu ventre um filho.


JOAQUIM: - Não sabes o destino de uma mulher adultera? Não sabe a vergonha que caíra sobre nossa casa... Da humilhação que á luxuria de uma filha para seus pais?


ANA: - Calma Joaquim.


MARIA: - Meu pai, não sou nenhuma adultera. Nunca, jamais, estive com um homem. Acredite em mim.


JOAQUIM: - Ainda fala como se fosse pura. Como se desconhecesse as leis da natureza! Não há e nunca houve filho sem pai.


ANA: - Maria, se fizeste algo de errado, por pior que seja, diga-nos.


MARIA: - Sou apenas uma escrava de Deus, e Ele é o pai do meu filho. Pai... Mãe... Aconteceu um milagre com Isabel. Como explicam a gravidez de Isabel?


JOAQUIM: - Isabel não pode ter filho.


MARIA: - A não ser por obra e graça de Deus.


ANA: - Ouça homem! Tenha fé. Fé em nosso Deus e confiança em Maria. Nossa filha não é de mentir. Vejo em seus olhos... Maria é pura. Fala a verdade.


MARIA: - Deus opera milagres, e não devemos duvidar de seu poder. Foi o senhor mesmo que me ensinou a confiar em Deus.


JOAQUIM: - Só há um jeito de saber se o que Maria diz é verdade. Temos que saber de Isabel. Você vai ter com sua prima, saber do seu estado, e fica por lá por algum tempo. 


ANA: - Em seu estado é perigoso ficar aqui minha filha.


MARIA: - Vou arrumar minhas coisas. (Sai)


JOAQUIM: - Ana, o que está acontecendo conosco? O que significa isto?


ANA: - Acalma teu coração Joaquim. A resposta vem de Deus. (Sai)


CENA IV


MANASSÉS: - Joaquim é uma imprudência enfrentar o frio e os perigos do deserto.


JOAQUIM: - Manassés... 


MANASSÉS: - Então podemos agora respirar sossegados. Enfim chegamos a nosso destino.


JOAQUIM: - Maria precisava ter com Isabel.


MANASSÉS: - Aqui estamos


ISABEL: - Que bom que vieram... Não sei mais o que fazer. Ele está muito fraquinho.


MARIA: - Posso?


ISABEL: - Claro. (Música) Manassés! Manassés... Maria, curou nosso filho!


MARIA: - Não fiz nada!


ISABEL: - Seu toque curou-o.


JOAQUIM: - Minha Filha!


MARIA: - Pai, não sei o que aconteceu. Não fiz nada!


JOAQUIM: - Meu Deus! Todo tempo duvidei de você minha filha. Que posso fazer se não te pedir perdão. (Se ajoelha)


MARIA: - Não meu pai, por favor, não faz isso.


JOAQUIM: - És virtuosa. E eu não acreditei em ti.


MARIA: - Não o culpo. Não sei se eu também acreditaria.


JOAQUIM: - Maria está grávida.


MANASSÉS: - Já foi desposada?


JOAQUIM: - Não! Carrega em seu ventre o filho de Deus. 


ISABEL: - Foste agraciada Maria. Bendita sejas entre as mulheres!


JOAQUIM: - Peço que acolham Maria em vossa casa. Tenho que voltar e ter com José uma conversa e acredito que será muito difícil.


MANASSÉS: - Vai em paz meu caro Joaquim, Cuidaremos de Maria como se fosse nossa filha.


ISABEL: - Aqui Maria estará bem.


JOAQUIM: - Filha, fica com Deus.


MARIA: - Meu pai... Não tenhas medo. O Senhor nosso Deus o acompanhará e colocará em tua boca as palavras necessárias para convencer José.


JOAQUIM: - Assim espero minha filha. (Saem)


CENA V


(José está trabalhando)


JOSÉ: - O senhor?


JOAQUIM: - Não precisa se incomodar com minha presença José. Pode continuar o seu trabalho.


JOSÉ: - O senhor parece transtornado. Aconteceu alguma coisa com Maria?


JOAQUIM: - Maria deixou a cidade.


JOSÉ: - Deixou a cidade? Por quê? Pra onde foi?


JOAQUIM: - No começo duvidei... Pensei até... Afinal, com as bodas acertadas... Duvidei de você. Mas agora não duvido mais. Nem de você, nem tão pouco da minha filha.


JOSÉ: - Não estou entendendo!


JOAQUIM: - Maria carrega um filho abençoado.


JOSÉ: - Filho? O que está me dizendo?


JOAQUIM: - José... Maria carrega um menino e este menino é filho de Deus.


JOSÉ: - Que conversa é essa? Maria grávida? Como? Não posso crer! Por que? Por que Maria fez isso? Por quê?


JOAQUIM: - Eu não sei. Maria também não sabe.


JOSÉ: - Espera um filho e não sabe quem é o pai? Sua filha me enganou. Maria, me traiu!


JOAQUIM: - Não. Não diga isso! Minha filha espera o filho de Deus. Sei que é difícil para você acreditar... Mas confie na palavra. Pelo amor que sente por ela.


JOSÉ: - Amo Maria mais que tudo nesta vida!


JOAQUIM: - Graças a Deus! Então peço que acredite.


JOSÉ: - Sinto muito. Mas não posso!


JOAQUIM: - Te suplico! Tenha compaixão.


JOSÉ: - Nada que seja dito... Nenhum motivo ou razão... Me fará acreditar nesta história tão extraordinária. Isso não pode está acontecendo comigo!


JOAQUIM: - José não lhe vou pedir pra acreditar. Apenas te suplico... Não denuncie Maria. Sabe o que acontece com...


JOSÉ: - Não vou denunciá-la. Já será difícil para Maria viver por ai ... Errante, sem marido e com um filho na barriga.


JOAQUIM: - Obrigado por não denunciá-la.


JOSÉ: - Nunca mais pronunciarei o seu nome. (Joaquim sai) Maria! Por que? Como queria está neste momento embriagado... Quem sabe assim meus ouvidos não escutariam tamanhas ofensas a dignidade de um homem. Por que não tens piedades de mim meu Deus? O que sou pra ti? Nada? (Meio sonolento)


GABRIEL: - José... Ousa. Crê em Maria. Deus está com ela... Não temas em recebê-la como sua esposa. Cria seu filho e dar-lhe o nome de Jesus. (Põe José para dormir)


CENA VI


(Joaquim avisa a Ana que José voltou atrás)


JOAQUIM: - Ana!? Ana...


ANA: - Que foi Joaquim? Aconteceu algo com Maria?


JOAQUIM: - Sim aconteceu.


ANA: - Meu Deus!


JOAQUIM: - Calma mulher! Acalma teu coração. José recebeu a visita de um anjo.


ANA: - Louvado seja Deus!


JOAQUIM: - E o anjo o convenceu de que Maria é pura.


ANA: - Então...?


JOAQUIM: - Está convencido. E vai desposar nossa filha.


ANA: - Deus é maravilhoso.


JOAQUIM: - Nossa filha. Bendita entre as mulheres!


ANA: - Mãe do Messias! (Saem abraçados)


CENA VII


JOSÉ: - Maria... Tenho que ir para Belém.


MARIA: - Belém?


JOSÉ: - Tenho que voltar para minha terra de origem para o censo que será realizado.


MARIA: - Vou com você José.


JOSÉ: - Não podes viajar neste estado. 


MARIA: - E você nasceu em Belém. Será contado como filho de Belém. Sou sua esposa, vou se contada como esposa de um filho de Belém. Temos escolhas?


JOSÉ: - Não. Não temos escolha.


MARIA: - Então vamos. Onde o senhor meu marido for eu irei com ele.


JOSÉ: - Bom saber Maria. Se me preocupa a criança...


MARIA: - É o filho de Deus!


JOSÉ: - Eu sei. Então Vamos. (Saem)


(Maria dar a luz a caminho de Belém )


CENA VII


(O ANJO APARECE) 


GABRIEL: - Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade! Não temais, por que eis que vos trago boas novas de grande alegria, que será para todo o povo. Na cidade de Davi, nasceu hoje o salvador, que é o Cristo, o senhor. E isto vos servirá por sinal, basta apenas seguir a estrela: Achareis o menino envolto em panos, e deitado numa manjedoura.


(Os três reis magos seguem a luz da estrela)


CENA VIII


(Entra Maria acompanhada de José e coloca o menino na manjedoura. Saem)


(Entra os reis são interceptados por Herodes)




GASPAR: - Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? Por que vimos a sua estrela no oriente, e viemos adorá-lo. 


HERÓDES: - Então nasceu o menino? Segundo a profecia... E vós seguies á estrela, que é o sinal...


BELCHIOR: - A profecia cumpriu-se. Nasceu o rei dos judeus.




HERÓDES: - O rei dos judeus! Ide e perguntai pelo menino e, quando o achardes, me informe, para que eu Heródes também o adore. E vós serão bem recompensados.


(Saem os reis magos)


HERÓDES: - Rei dos judeus! (Com raiva) Conhecerá o peso das minhas mãos.


CENA IX


(Entra Maria e José em seguida os reis magos)


BALTAZAR: - Eis aqui o menino!


GASPAR: - O Messias!

BERCHIOR: - É o filho de Deus!

GASPAR: - Sou Gaspar. Eu trouxe ouro, a riqueza do mundo.

BERCHIOR: - Sou Berchior. Eu trouxe mirra, para perfumar o mundo.

BALTAZAR: - Sou Baltazar. Eu trouxe incenso para purificação e paz do mundo.

NARRADOR: - Bem aventurado todos os que crêem. É natal. Jesus nasceu renasce todos os dias no coração daqueles que tem boa vontade. Devemos recebê-lo com amor, carinho e solidariedade... Que a luz, a paz e a sabedoria cheguem a todos os lares.

Desejamos a todos um feliz natal! Que Deus abençoe a todos nós.


F I M

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