O FANTASMINHA PLUFT!
De: Maria Clara Machado
Adaptação: Marcondys França
PERSONAGENS:
PLUFT: (FANTASMINHA BOM)
MÃE DE PLUFT
GERÚNDIO: (FANTASMA TIO DE PLUFT)
MARIBEL
JOÃO: (MARINHEIRO)
JULIÃO: (MARINHEIRO)
SEBASTIÃO: (MARINHEIRO)
PERNA DE PAU: (CAPITÃO)
CENA I
(A mãe de Pluft esta sentada fazendo tricô)
PLUFT: - Mamãe?
MÃE DE PLUFT: - Que é Pluft?
PLUFT: - Gente existe?
MÃE DE PLUFT: - Claro Pluft! Claro que gente
existe.
PLUFT: - Eu vi mamãe... Eu vi. Lá em baixo.
Três! Eu vi...
MÃE DE PLUFT: - Pluft. Não disse pra não olhar
na janela!
PLUFT: - Hum!
MÃE DE PLUFT: - Devia deixá-lo de castigo...
PLUFT: - Mamãe... Eu tenho medo de gente.
MÃE DE PLUFT: - Pluft! Fantasma não tem medo de
gente. Gente é que tem medo de fantasma.
PLUFT: - Mais eu tenho mamãe! Eu tenho e pronto.
MÃE DE PLUFT: - Ah, se teu pai fosse vivo!
Dava-lhe umas boas palmadas!
PLUFT: - Não mamãe! (Protege o bumbum)
MÃE DE PLUFT: - Onde já se viu... Um fantasma
com medo de gente? Essa é boa!
PLUFT: - Olha mamãe...
MÃE DE PLUFT: - Que pluft?
PLUFT: - Que medo!
MÃE DE PLUFT: - Medo de que?
PLUFT: - Gente mamãe... Gente!
MÃE DE PLUFT: - Venha pluft. Vamos nos
esconder... Não podemos ser vistos. Vamos.
PLUFT: - Que medo! (Saem)
CENA II
(Entram os três marinheiros cantando)
JOÃO: - Pega o mapa Julião.
JULIÃO: - Tá com ele.
SEBASTIÃO: - Com ele... (Não vê ninguém)
JOÃO: - Anda logo.
JULIÃO: - Vê alguma casa?
SEBASTIÃO: - Não.
JOÃO: - Tá de cabeça pra baixo!
JULIÃO: - Dáqui! (Pega o mapa) Uma casinha
branca perto da praia. Um passo pra frente, outro pra trás. Um passo a direita,
outro a esquerda.
SEBASTIÃO: - Deve se aqui.
JOÃO: - Pega a luneta,
JULIÃO: - Luneta...
SEBASTIÃO: - Luneta... (Pega uma garrafa de
bebida e olha) Tô vendo um mar tranqüilo e calmo.
JOÃO: - A luneta seu desastrado!
JULIÃO: - É! Daqui. (Pega dele) É ali João.
JOÃO: - Vamos.
JULIÃO: - Vamos...
SEBASTIÃO: - Vamos? (Saem)
CENA II
(Entra o capitão Perna de Pau)
PERNA DE PAU: - Eu sou o Capitão Perna de Pau.
Sou muito mal, mal, mal... Eu seqüestrei a menina Maribel, neta do grande
capitão Bonança. Agora tenho que encontra o tesouro. A dez anos procuro o
tesouro. E segundo o mapa está aqui. Agora o grande tesouro será meu. (Risos.
Sai)
PLUFT: - Que medo! Que medo! (Perna de Pau volta
trazendo Maribel amarrada)
PERNA DE PAU: - Vamos... Menina chorona!
Logo-logo vou me livrar de você.
MARIBEL: - Me solta seu malvado!
PERNA DE PAU: - Ah! Sua tagarela... Irritante.
Vou amarrar sua boca. (Pega um pano a amordaça Maribel) Preciso procura logo o
tesouro. Mas aqui esta muito escuro! Uma lanterna?! Preciso encontra uma
lanterna. (Sai. Maribel consegue tira a mordaça)
MARIBEL: - João... Julião... Sebastião... Meus
amigos. Socorro!
PLUFT: - É gente! Gente... (Toca em Maribel e
fica visível)
MARIBEL: - Ah! (Se assusta e desmaia)
MÃE DE PLUFT: - Plufit! Que fez? Não disse pra
ficar invisível? Assustou a menina. Pobre menina!
PLUFT: - Morreu mamãe?
MÃE DE PLUFT: - Não. Desmaiou. Vou buscar água!
(Sai)
PLUFT: - Tenho medo!
MARIBEL: - Quem é você?
PLUFT: - Você é gente?
MARIBEL: - Sou. Você é fantasma?
PLUFT: - Sou. Tenho medo de gente.
MARIBEL: - E eu de fantasma.
PLUFT: - Mas eu não sou mal. Sou bonzinho.
MARIBEL: - Então você também não precisa ter
medo. Também sou boazinha. Sou Maribel.
PLUFT: - Sou Pluft.
MARIBEL: - Fui seqüestrada pelo malvado capitão
perna de pau. Me ajude a soltar esta corda. Rápido!
PLUFT: - Pronto!
MARIBEL: - Tenho que fugir antes que ele volte.
PLUFT: - Ô, Ô! Ta voltando.
MARIBEL: - Me ajude. Tenho que fingi que
continuo amarrada. (Volta para o mesmo lugar)
PERNA DE PAU: - (Entra com a lanterna como se
estivesse desconfiado) Muito estranho! Tem algo de errado aqui. Agora já está
escurecendo... Vamos menina remelenta vou te trancar em outro lugar. (Sai
puxando Maribel)
MÃE DE PLUFT: - Cadê a menina Pluft?
PLUFT: - Gente! O malvado. Levou... E agora
mamãe?
MÃE DE PLUFT: - Isso é caso importantíssimo!
Temos que pedir ajuda a seu tio.
PLUFT: - Tio Gerúndio!
MÃE DE PLUFT: - Ele vai saber o que fazer. Vamos
Pluft... (Saem)
CENA III
(Entram os três marinheiros com muito medo)
JOÃO: - Deve ser aqui.
JULIÃO: - É... Deve ser aqui!
SEBASTIÃO: - É! Deve ser aqui.
JOÃO: - Vamos... Enfrente!
JULIÃO: - Enfrente!
SEBASTIÃO: - Enfrente!
JOÃO: - Segundo o mapa este é o lugar. Pobre
Maribel!
JULIÃO: - Pobre Maribel!
SEBASTIÃO: - Pobre Maribel! E agora?
JOÃO: - Temos que salvar a nossa pequena amiga.
JULIÃO: - É temos que salvar Maribel!
SEBASTIÃO: - Maribel temos que salvar!
JOÃO: - Marujos... Puxem suas espadas! Avante!
JULIÃO: - Avante!
SEBASTIÃO: - Avante! (Saem)
CENA IV
PLUFT: - Tio Gerúndio!
MÃE DE PLUFT: - Gerundio... (Bate no baú)
PLUFT: - Tio Gerúndio!
MÃE DE PLUFT: - Acorda Gerúndio.
PLUFT: - Não responde.
MÃE DE PLUFT: - Deve está enferrujado! A cem
longos anos que dorme.
PLUFT: - E agora?
MÃE DE PLUFT: - Não podemos desistir. Sei como
acordar seu tio Gerúndio.
PLUFT: - Como?
MÃE DE PLUFT: - Deixa comigo. Gerúndio... Fiz
deliciosos pasteis de vento!
GERÚNDIO: - Pasteis de vento? Alguém disse
pasteis de vento?
PLUFT: - Que bom que acordou tio Gerúndio!
GERÚNDIO: - Onde estão os pasteis de vento?
MÃE DE PLUFT: - Terás quanto quiser desde que
nos ajude.
GERÚNDIO: - Tenho sono! Estou tão cansado!
PLUFT: - Precisamos de sua ajuda tio.
MÃE DE PLUFT: - Uma pobre menina está em perigo.
GERÚNDIO: - Aventura? É comigo mesmo!
Conte-me...
PLUFT: - Maribel...
GERÚNDIO: - Maribel?
PLUFT: - Neta do capitão bonança.
GERÚNDIO: - Neta do capitão bonança?
PLUFT: - É.
GERÚNDIO: - Trabalhei no navio dele por muitos
anos.
MÃE DE PLUFT: - Conheceu o capitão Bonança.
GERÚNDIO: - Conheci. Logo que sai do teatro de
ópera fui para o navio dele.
PLUFT: - Teatro de ópera?
MÃE DE PLUFT: - É Pluft. Seu tio foi o grande
fantasma da ópera.
PLUFT: - Como pode nos ajudar tio Gerúndio?
GERÚNDIO: - Preciso bolar um plano. Mais de
barriga vazia não dá.
MÃE DE PLUFT: - Então vamos para cozinha.
Enquanto preparo deliciosos pasteis de vento, seu tio elabora um bom plano.
GERÚNDIO: - Agora sim. Não vejo a hora de
experimentar os deliciosos pasteis de vento feito por sua mãe.
CENA IV
JOÃO: - Que escuro!
JULIÃO: - É. Que escuro preto!
SEBASTIÃO: - Não consigo nem vê meu próprio
nariz.
JULIÃO: - E agora? Que vamos fazer?
SEBASTIÃO: - A menina Maribel precisa de nossa
ajuda.
JULIÃO: - Temos que salva-la.
JOÃO: - Vamos nos dividir.
SEBASTIÃO: - Isso não vai dar certo.
JULIÃO: - Concordo com ele. Se agente se
dividir... Vamos morrer.
JOÃO: - Não seja tolo. Dividir significa cada um
de nós vai para lados diferentes. Assim fica mais fácil de encontrar a menina
Maribel. E quem achar primeiro assovia.
SEBASTIÃO: - Andar sozinho por esta casa...
JULIÃO: - Mas é uma casa abandonada!
JOÃO: - Maribel precisa de nós. Agora vamos...
Se separem. (Saem com medo)
PLUFT: - Coitadinha da menina Maribel! Acho
melhor eu ajuda-la. (Sai)
CENA VI
MÃE DE PLUFT: -
GERÚNDIO: - Capitão Bonança foi um grande
homem... Só por isso vou ajudar a neta dele.
MÃE DE PLUFT: - Acha que seu plano vai dar certo
Gerúndio?
GERÚNDIO: - É infalível! Estou tão certo quanto
um mais um são dois.
MÃE DE PLUFT: - Temos que dar uma boa lição
nesse malvado capitão perna de pau.
GERÚNDIO: - Onde está Pluft?
MÃE DE PLUFT: - Deve está com a menina
Maribel...
GERÚNDIO: - Então vamos logo dar início ao nosso
plano.
MÃE DE PLUFT: - Mas cuidado Gerúndio. Não vá
assustar a pobrizinha.
GERÚNDIO: - Claro! Deixa comigo. Não se esqueça
que fui durante muito tempo o fantasma da ópera. (Saem)
CENA VI
MARIBEL: - Preciso me livrar deste malvado
Capitão Perna de Pau. (Chora)
PLUFT: - Que lindo! Que lindo! Você está
derramando o mar pelos olhos.
MARIBEL: - Não Pluft! Estou chorando.
PLUFT: - Nossa! Que lindo chorar. Também quero.
MÃE DE PLUFT: - Pluft, fantasma não chora, se
não derrete. Vou buscar um paninho para a menina enxugar as lágrimas. (Sai)
PLUFT: - Ah que pena!
MARIBEL: - Tenho medo do Perna de Pau.
MÃE DE PLUFT: - Aqui está o paninho.
MARIBEL: - Muito obrigada Senhora Fantasma.
PLUFT: - E tio Gerúndio?
MÃE DE PLUFT: - Está na cozinha provando os
deliciosos pasteis de vento.
MARIBEL: - Pasteis de vento?
PLUFT: - É. Você precisa provar. São umas
delícias.
MÃE DE PLUFT: - Venha minha querida... Não
precisa ter medo. Somos amigos. E vamos te ajudar. (Saem)
CENA VII
(Os três marinheiros se esbarram e se assustam)
JOÃO: - Céus...
JULIÃO: - Pela barba do capitão...
SEBASTIÃO: - Por mil tubarões...
OS TRÊS: - Homens ao mar! (Se escondem)
JOÃO: - Ah! São vocês.
JULIÃO: - Somos nós...
SEBASTIÃO: - É! Somos.
JOÃO: - Onde estamos?
JULIÃO: - Dentro da casa.
JOÃO: - Eu sei!
SEBASTIÃO: - Parece um sótão.
JULIÃO: - Vejam! Que é isso?
SEBASTIÃO: - Um baú.
JOÃO: - Só pode ser...
OS TRÊS: - O tesouro do Capitão bonança!
JULIÃO: - Abra.
SEBASTIÃO: - Depressa!
JOÃO: - Céus!
TODOS: - Ouro!
JOÃO: - Estamos ricos!
SEBASTIÃO E JULIÃO: - Ricos! (Música: Rico de
Marré...)
JOÃO: - Precisamos tirar este tesouro daqui e escondê-lo
antes que o Perna de Pau o encontre. (Tentam puxar o baú e não conseguem)
JULIÃO: - É muito pesado.
SEBASTIÃO: - E agora?
JOÃO: - Já sei! Vamos levar aos poucos. (Enchem
os bolsos)
OS TRÊS: - Eu vou mais eu volto! (Saem)
CENA VIII
(Entra Maribel, Pluft, Mãe e Gerúndio)
MARIBEL: - São mesmo deliciosos seus pasteis de
vento.
GERÚNDIO: - Isso por que você experimentou os
pasteis feitos de vento sul. Precisa provar os de vento norte...
PLUFT: - Mamãe é melhor cozinheira do mundo!
MÃE DE PLUFT: - Que isso Pluft! Assim me deixa
sem jeito.
PLUFT: - Que medo! Que medo! Veja mamãe... É
ele. O malvado capitão Perna de Pau.
MARIBEL: - E agora? Que Faremos?
GERÚNDIO: - Vamos prosseguir com o Plano. Vamos
se escondam. (Saem)
CENA IX
(Entra Perna de Pau segurando uma vela)
PERNA DE PAU: - Pelas barbas de Netuno! Algo de
muito estranho está acontecendo nesta casa. Mas se pensam que o grande capitão
Perna de Pau tem medo, enganam-se. Jamais houve homem mais corajoso por todo
sete mares!
PLUFT: - É ele tio.
GERÚNDIO: - Agora Pluft... (Pluft sopra)
PERNA DE PAU: - Por mil tubarões! (Acende a
vela) De onde veio este vento. (Gerúndio sopra) Ô, Ô! Tem algo de errado aqui.
As janelas estão fechadas, as portas também... (Acende a vela) Pronto! (Pluft
sopra) Que isso? (Com medo) Só pode ser do telhado. (Acende a vela, Gerúndio
sopra) Quem está aí? Se é homem puxe a espada e lute. (Risos de fantasmas.
Gerundio o assusta. Perna de Pau sai correndo. Os fantasmas comemoram)
PLUFT: - Gente tio...
GERÚNDIO: - Vou assustá-los.
PLUFT: - Não. São os amigos da menina Maribel.
Vamos...
GERÚNDIO: - Vamos. (Saem)
CENA X
(Se esbarram com o Capitão Perna de Pau)
PERNA DE PAU: - Então... Vocês? Pensaram que
podia enganar o Grande Capitão Perna de Pau...
OS TRÊS: - Capitão Perna de Pau!
PERNA DE PAU: - Tuchê! (Puxa a espada)
JULIÃO: - Vai você Sabastião...
SEBASTIÃO: - Não. João é mais forte.
JOÃO: - Julião é mais velho.
JULIÃO: - Mais estou machucado...
SEBASTIÃO: - E eu não enxergo bem...
JOÃO: - Chega!
PERNA DE PAU: - Por que não vem os três? Não
querem ajudar a remelenta da neta do Capitão Bonança. Sabe que vou fazer? Assim
que colocar a mão no tesouro... Vou jogá-la aos tubarões
OS TRÊS: - Isso nunca!
MARIBEL: - João, Sebastião, Julião... Meus
amigos... Cuidado. (Luta um de cada vez)
PERNA DE PAU: - Acham mesmo que podem me vencer?
Eu sou invencível!
(Entra Pluft, Mãe e Gerúndio)
PLUFT: - Olha tio... Que medo!
MÃE DE PLUFT: - Não é hora para medo Pluft! A
menina Maribel e seus amigos precisam de nós.
GERÚNDIO: - Deixe comigo. Agora vou ensinar a
este sacripanta com quantos paus se faz um navio!
PLUFT: - É isso ai tio! (Gerúndio aparece e
assombra)
PERNA DE PAU: - Por mil tubarões! Fantasmas!
(Sai correndo) Socorro!
OS TRÊS: - Fantasmas?! (Desmaiam)
MARIBEL: - João, Sebastião, Julião... Meus
amigos... Acordem!
JOÃO: - Fantasma...
SEBASTIÃO: - Fantasma...
JULIÃO: - Fantasma.
MARIBEL: - Calma. São meus amigos. Esse é
Pluft...
PLUFT: - Oi!
MARIBEL: - Essa é a senhora fantasma mãe de
Pluft e esse seu tio Gerúndio o grande fantasma da ópera.
OS DOIS: - Oi!
MÃE DE PLUFT: - Não precisam ter medo. Somos
amigos. Espantamos o malvado Capitão Perna de Pau. Agora vamos comemorar. Vou
fazer vários pasteis de vento.
GERÚNDIO: - Que boa idéia! Aventura dá uma fome.
PLUFT: - Viva gente!
TODOS: - Viva fantasmas! Viva a amizade! (Música
Pluft, sem medo de ser feliz)
F I M
Nenhum comentário:
Postar um comentário