quarta-feira, 17 de maio de 2023

PECADO (ROTEIRO)

 

Personagens:

NORA (Dill França)

AUGUSTO (Albino Ventura)

TEO (Marcondys Ramos)

CAMILA (Ciça Gomes)

Quitéria (Verena Ayres)

Diná (Ciada Reis)

Perfil dos Personagens:

Nora Mendel: Mulher bem sucedida, empresária de grande prestígio, idealizadora de um grande site de relacionamentos, viúva e solitária busca em sua criação suprir seus desejos através de encontros secretos. Mulher de temperamento difícil e dominador apresenta a todos em sua volta um comportamento frio e indiferente, mas quando se vê apaixonada se torna submissa, frágil e dependente.

Augusto: Advogado, homem de plena confiança de Bárbara, educado, fiel, de extrema inteligência e submisso. Nutre por Eleonora um amor doentio, braço direito, é responsável por parte do sucesso de Eleonora como empresária.

Téo: Jovem bonito, simples, de baixo poder aquisitivo, sedutor e de poucas palavras,  misterioso conhece Eleonora por meio do aplicativo desenvolvido pela empresa Mendel. Se envolve com Eleonora e em pouco de conversas por aplicativo, muda-se de Alagoas para São Paulo, e casa-se com a empresária. Aos poucos o jovem galanteador se mostra dominador, mantém uma relação doentia com Eleonora que se vê viciada no prazer por ele proporcionado.

Camila: Jovem, bonita, discreta, de caráter duvidoso, amante de Augusto, tem um passado obscuro, foi posta no escritório como secretária de Eleonora para espionar toda rotina da empresária e cada encontro com Augusto entregar em forma de dossiê tudo que acontece no escritório.

Flor: Mulher divertida, sincera, amiga e confidente, braço direito de Eleonora, reside em comunidade e não dispensa uma cervejinha e um forró.

Diná: Viúva, rica, independente, mulher sem preconceito, costuma a contratar serviços de garotos de programa para se satisfazer.

CENA I

INTERNA - NOITE - QUARTA

Nora está com uma taça de vinho, caminha de um lado para o outro, parece ansiosa. Ouve com alegria o toque da chamada de vídeo. Corre para o notebook.

TEO: - Oi minha linda, beleza? Boa noite gatona!

NORA: - Boa noite Teo.

TEO: - Meu amor, seja menos formal… Afinal já somos íntimos (Ele riu) Nossa! Ficou sem graça.

NORA: - Um pouco.

TEO: - Não foi minha intenção. Só falta você me dizer que sexo virtual não conta como intimidade.

NORA: - Quero real, gosto de real...

TEO: - Eu também meu amor. Sabe, sou um homem de sorte. Encontrei você.

NORA: - Mesmo?

TEO: - Nora, você é uma mulher maravilhosa. Linda, gostosa...

NORA: - Você me faz um bem danado, sabia?

TEO: - Você também, me faz um puta bem…

NORA: - Quero que venha pra São Paulo… Eu até iria até aí pra conhecê-lo, mas estou fechando uns negócios e pra mim não é possível… Mas você pode vir… Deste modo a gente se conhece pessoalmente.

TEO: - No momento não estou em condições…

NORA: - Não se preocupe, fica tudo por minha conta, minha secretária providencia tudo.

TEO: - Nossa, assim fico sem jeito…

NORA: - Não fique. Aceite como um presente.

TEO: - Então tá bom. Mas só aceito se você, minha linda, fizer um estripe pra teu homem… faz?!

NORA: - Então você começa.

TEO: - (Tira a camisa) Gosta?

NORA: - Muito.

TEO: - (Tira a calça) E agora?

NORA: - Maravilhoso.

 

CENA II

Escritório da empresa – INTERNA - DIA

AUGUSTO: - Com licença... Trouxe uns documentos que necessitam de sua assinatura…

NORA: - Pode deixar aí em cima, assim que analisar, assino.

AUGUSTO: - (Retira uma) Esse é urgente. É sobre aquelas aplicações…

NORA: - Obrigada Augusto, já entendi. Augusto, com relação às melhorias no aplicativo, como anda as providências?

AUGUSTO: - Já fui atrás dos melhores desenvolvedores no segmento, para acrescentar as novas ferramentas ao aplicativo.

NORA: - Ótimo. Afinal, aplicativos de encontros há muitos. Mas TENTAÇÃO continuará sendo o número um.

AGUSTO: - Se depender de suas ideias… será sempre.

NORA: - (Levanta e vai até a janela e observa o movimento da cidade) Não é por acaso que cheguei até aqui. Enquanto todos então de olho no presente, temos que olhar para futuro. Só assim saímos na frente.

AUGUSTO: - Não lhe preocupa ficar com a imagem comprometida por está associada ao aplicativo que facilita supostas traições?

NORA: - Isso existe desde que o mundo é mundo. Eu só estou facilitando, tornando essa experiência mais proveitosa e segura. Por que não transformar essa fraqueza humana em dinheiro?

AUGUSTO: - Um aplicativo que proporcione encontros com a pessoa desejada, independente da preferência, levada com segurança e num local sigiloso. Tudo isso organizado, pelo o aplicativo.

NORA: - Exato. Esse é o objetivo, conforto, segurança e sigilo total.

AUGUSTO: - Marquei reunião com a empresa de transporte por aplicativo, e também com uma grande rede de motel.

NORA: - Muito bem. Não fez mais que sua obrigação. Agora por favor…

AUGUSTO: - Devia dar uma pausa para almoçar… conheço um restaurante ótimo…

NORA: - Bom apetite. (Seca)

AUGUSTO: - Obrigado.

(Ele sai) (Eleonora recebe uma msg no celular) (Há em semblante satisfação)

MSG: “Já estou com saudade! P.S Teu homem.”

CENA III

Interna – Dia - Escritório da Secretária

AUGUSTO: - Reserve a sala de reunião para amanhã às 9:30...

CAMILA: - Quantas pessoas?

AUGUSTO: - Para umas oito pessoas. Peça para que o T.I. faça os devidos testes no data show e organize os slide de apresentação. O arquivo está na pasta apresentações, como projeto prazer.

CAMILA: - Sim senhor.

AUGUSTO: - No mais segue os procedimentos padrões. Despache esses papéis, e faça uma reserva de passagem e hospedagem em meu nome para amanhã à noite…

CAMILA: - Mesmo destino?

AUGUSTO: - Que pergunta. (Sai)

CENA IV

 INTERNA - NOITE - CASA DE NORA

Nora está com uma taça de vinho, caminha de um lado para o outro, parece ansiosa. Ouve com alegria o toque da chamada de vídeo. Corre para o notebook.

TÉO: - Oi minha linda, beleza? Boa noite gatona!

NORA: - Boa noite Téo.

TÉO: - Meu amor, seja menos formal… Afinal já somos íntimos (Ele riu) Nossa! Ficou sem graça.

NORA: - Um pouco.

TÉO: - Não foi minha intenção. Só falta você me dizer que sexo virtual não conta como intimidade.

NORA: - Quero real, gosto de real...

TÉO: - Eu também meu amor. Sabe, sou um homem de sorte. Encontrei você.

NORA: - Mesmo?

TÉO: - Nora, você é uma mulher maravilhosa. Linda, gostosa...

NORA: - Você me faz um bem danado, sabia?

TÉO: - Você também, me faz um puta bem…

NORA: - Quero que venha pra São Paulo… Eu até iria até aí pra conhecê-lo, mas estou fechando uns negócios e pra mim não é possível… Mas você pode vir… Deste modo a gente se conhece pessoalmente.

TÉO: - No momento não estou em condições…

NORA: - Não se preocupe, fica tudo por minha conta, minha secretária providencia tudo.

TÉO: - Nossa, assim fico sem jeito…

NORA: - Não fique. Aceite como um presente.

TÉO: - Então tá bom. Mas só aceito se você, minha linda, fizer um estripe pra teu homem… faz?!

NORA: - Então você começa.

TÉO: - (Tira a camisa) Gosta?

NORA: - Muito.

TÉO: - (Tira a calça) E agora?

NORA: - Maravilhoso.

CENA V

Escritório da empresa – INTERNA - DIA

NORA: - Camila...

CAMILA: - Sim senhora.

NORA: - Venha a minha sala.

CAMILA: - Sim senhora. Pronto!

NORA: - Quero que faça reservas em nome desta pessoa. Passagem na primeira classe, e suíte presidencial neste hotel...

CAMILA: - Mais alguma coisa senhora?

NORA: - Disponibilize também um motorista integralmente a serviço desta pessoa.

CAMILA: - Sim senhora.

NORA: - Pode ir... Volte a seu trabalho.

CAMILA: - Com licença! (Sai)(Eleonora se escora próxima a janela onde observa a paisagem da cidade em movimento, olha para seu celular e esboça um meio riso)

CENA VI

EXTERNA – DIA - BAR

CAMILA: - Augusto?

AUGUSTO: - Sente-se Camila...

CAMILA: - Não posso demorar. Dona Eleonora saiu, mas pode retornar e não me encontrar.

AUGUSTO: - E o que tem pra mim?

CAMILA: - Bom, ela me pediu para fazer umas reservas...

AUGUSTO: - Então ela está envolvida com ele...

CAMILA: - Pelo que parece, sim. Completamente caidinha.

AUGUSTO: - Exatamente como eu imaginava.

CAMILA: - Bom neste papel tem todas as informações sobre chegada e hospedagem de rapaz.

AUGUSTO: - Tola. Acreditar no amor de um homem que tem a idade de ser seu filho.

CAMILA: - É impressão minha, ou o senhor está com ciúmes?

AUGUSTO: - Isso não de sua conta. Cuide do seu trabalho. É paga pra isso. E muito bem paga.

CAMILA: - Claro! Se me dá licença...

AUGUSTO: - Toda. Há! Fique de olho, e a partir desse momento quero que intercepte todas as ligações...

CAMILA: - Mas como?

AUGUSTO: - Não se preocupe... Vou dar um jeito de colocar no celular dela um programa de escuta.

CAMILA: - Olha ele! Bom, vou retornar pra empresa. (Ele autorizar com olhar. sai)

INTERNA – DIA – CASA DE ELEONORA

CENA VII

NORA: - Flor?

FLOR: - Dona Eleonora... Mas já em casa? Aconteceu, alguma coisa?

NORA: - Já. Passei em casa pra tomar um banho, trocar de roupas...

FLOR: - Troca de roupa, no meio do dia... Sei não viu, tá até com uma carinha boa.

NORA: - Não vou negar, estou sim, animada.

FLOR: - Jesus, Maria, José! Então é por isso que a senhora está com a pele mais viçosa.

NORA: - Flor? Você acha que uma mulher mais velha... Ou melhor, que um homem bem mais jovem seja capaz de amar uma mulher mais velha?

FLOR: - Sei não viu. Se essa mulher mais velha for uma pé rapada eu... Já sabe a resposta. Mas, se for assim bem apanhada, cuidada, toda durinha, e rica, feito a senhora. É bem possível que se apaixone.

NORA: - Então você acredita que esses casos só acontecem por causa de dinheiro...

FLOR: - O dinheiro é capaz de coisa que até o diabo duvida! Mas quer saber? Se o novinho quer ficar com a senhora. Que seja dinheiro! A senhora pode. Fica. E suga o moço até à ultima gota. A senhora deve mostrar a esse franguinho como é que se vira galo. (Eleonora rir)

NORA: - Você tem cada uma... Fala cada coisa. Gosto desse jeito rude de se expressar! É autentico e honesto. (Sai)

FLOR: - Se eu pego um franguinho... Ah, meu Deus! Eu depeno todo. Ui! Tô até arrepiada! Degusto e chupo até os ossos! (Sai)

 

CENA VIII

NORA: - Ainda aqui?

GUSTAVO: - Dando uma última verificada nos novos contratos...

NORA: - Devia descansar um pouco. O cansaço é o aliado perfeito para o erro.

GUSTAVO: - Não acho prudente esse encontro...

NORA: - Que ousadia é essa?

GUSTAVO: - Não é ousadia. Preocupação.

NORA: - Preocupa-se com seu trabalho. É pra isso que você é pago. E muito bem pago.

GUSTAVO: - Desculpe-me Nora… Mas esse rapaz, não me parece confiável.

NORA: - Escute aqui. Vou ser bem clara e objetiva. Não admito que você ou qualquer funcionário, ousa pensar em se intrometer na minha vida pessoal e particular.

GUSTAVO: - Me preocupo com você.

NORA: - Agradeço. Mas, dispenso toda e qualquer preocupação.

GUSTAVO: - Nora…

NORA: - Saia Gustavo… (Ele sai)

GUSTAVO: - Com licença.

 

CENA IX

MACEIÓ – EXTERNA - PRAIA

TEO: -

 

CENA X

INTERNA – DIA - ESCRITÓRIO

GUSTAVO: - Idiota! É isso que ela é...

CAMILA: - É, está caidinha pelo rapaz...

GUSTAVO: - Grande bosta!

CAMILA: - Quer saber… É mesmo difícil resistir a um homem daqueles.

HOMEM: - Ele vai acabar com ela...

CAMILA: - Uh! Se vai...

GUSTAVO: - Quando ela estiver lá em baixo, virá rastejando aos meus pés, e eu vou ter o prazer de pisar na cabeça dela...

CAMILA: - Que nada! Quer saber? Eu acho que o senhor, é caidinho pela coroa.

GUSTAVO: - Sabe nada! Só tem que fazer o seu trabalho. E esquece isso, faz de conta que esse momento deplorável aconteceu.

CAMILA: - O senhor que manda chefe. (Telefone toca) Sim?

NORA: - (Voz em off) Venha a minha sala.

CAMILA: - Bom, então, já que não mais precisa de mim, vou nessa. Óh, precisando… é só chamar. (Retoca o batom) com licença a patroa me espera.

CENA XI

MACEIÓ – AEROPORTO –DIA

TEO: -

 

CENA XII

Interna - Dia - Café

NORA: - Estou conhecendo uma pessoa.

DINÁ: - Olha, que novidade!

NORA: - Sem deboches, por favor.

DINÁ: - Não, é que você querida, estava tão, tranquila. Que pensei que não quisesse saber de homens...

NORA: - Diremos que aconteceu.

DINÁ: - Não diga? Quem é esse homem que está trazendo esses milagrosos brilho a teu olhar. É alguém do nosso meio?

NORA: - Graças a Deus, não! Homens do nosso meio são muito chatos. Da nossa idade então!

DINÁ: - Nisso tenho que concordar. Não é atoa, que desde que o falecido partiu, graças a Deus me deixando muito bem amparada, que não quis mais saber de casamento…

NORA: - E os rapazes com quem sai?

DINÁ: - Amor que dura o tempo do prazer. Tudo muito prático! Fazem tudo pra me agradar, e do jeito que quero e gosto. Recebe seu dinheiro e pronto. Cada um com sua vida.

NORA: - Como consegue?

DINÁ: - Do mesmo modo que conseguia suportar a falta de vida, prazer e companheirismo ao lado do falecido.

NORA: - Não sei se consigo sem amor.

DINÁ: - O amor é uma invenção romântica que só nos faz sofrer. Agora me diga, quem é esse homem?

NORA: - Sabe o aplicativo, meu novo empreendimento, então? Resolvi tratá-lo. E ai, minha querida, encontrei um homem, nossa! Que homem...

DINÁ: - Fala mais … Me interessou, conte-me tudo. Isso merece um bom vinho…

NORA: - Verdade. Eu conto.

DINÁ: - Quero saber que aplicativo milagroso é esse...

(Câmera fecha e nora narrado sua experiência no aplicativo)

CENA XIII

INTERNA – DIA – AEROPORTO SÃO PAULO

MOTORISTA: - Senhor Teodoro?

TEO: - Sim.

MOTORISTA: - Sou motorista da senhora Nora Andrada. Vou conduzi-lo até o hotel.

TÉO: - Claro. Pode me chamar de Teo.

MOTORISTA: - Por aqui senhor. Posso ajudá-lo com sua bagagem?

TÉO: - Não, não… Não é preciso. Tudo bem.

MOTORISTA: - Como quiser.

TÉO: - (Pelo celular) Oi meu amor, tudo bom? Acabei de chegar, já estou aqui em São Paulo... Sim, uma ótima viagem. Sabe, tô doido pra te dar aquele abraço, bem apertadinho, e te encher de carinho... Oh, logo mais a gente se ver... Bjs! (Dialogo se cruza com a próxima cena em conversa com Nora)

CENA XIV

INTERNA – DIA - AEROPORTO

NORA: - Você entendeu?

CAMILA: - Sim senhora. (Celular de Nora Toca)

NORA: - Pode ir. (Camila Sai) (Pelo celular) Tudo bem sim... Muito melhor agora meu amor. Que bom! Fez boa viagem? É tudo que mais quero! Ficar abraçadinha com você. Contando as horas, minutos, segundos... Beijos meu querido!(Deliga o celular e fica em êxtase)

CENA XV

INTERNA - ESCRITÓRIO - DIA

GUSTAVO: - Nora?

CAMILA: - Quase saindo...

GUSTAVO: Preciso falar com ela...

CAMILA: - Se eu fosse o senhor não entrava.

GUSTAVO: - Por que?

CAMILA: - Diremos que está numa conversa bem quente com seu boy magia!

GUSTAVO: - Tenha compostura.

CAMILA: - A algo que possa fazer pelo senhor?

(NORA SAI APRESSADA)

NORA: - Peça ao motorista que encontre na saída principal.

CAMILA: - Sim senhora.

GUSTAVO: Nora...

NORA: - Agora não. (Sai)

CENA XVI

INTERNA – DIA - CASA

NORA: - Flor?

FLOR: - Sim, senhora?

NORA: - Me sirva um drinque...

FLOR: - Sim senhora...

NORA: - Estou tão tensa...

FLOR: - É por causa daquele rapaz que chega hoje.

NORA: - Sim. Já chegou.

FLOR: - A senhora já o conhece?

NORA: - Pessoalmente não. Mas a sensação é que já somos bem íntimos.

FLOR: - Aqui senhora.

NORA: - A sensação que tenho é que o conheço à muito tempo...

FLOR: - A senhora não tem medo?

NORA: - Medo?

FLOR: - Sim medo. Ouvimos tantas histórias. E se ele não for o que a senhora imagina?

NORA: - Hoje será um grande dia. O conhecerei pessoalmente. Saberei se é realmente o que diz ser.

FLOR: - A senhora gosta dele, não é?

NORA: - É tolo dizer isso, mas gosto. Esse contato com ele, ainda que virtual, me fez sentir viva, voltar a sonhar e viver uma história de amor, coisa que há muito tempo estava adormecida em mim.

FLOR: - Torço pra que esse rapaz corresponda às suas expectativas.

NORA: - Obrigada.

FLOR: - Bom, tenho uma coisas pra fazer… Com licença. (Sai)

NORA: - (Bebê, expira)

CENA XVII

CAMILA: - (Celular) E aí gatão? Tudo blz? Só de boa né? Eu tava aqui, pensado… Será que meu cachorrão está operante? Que é? Vai negar fogo? Ô, até me assustei! Pensei que ia negar fogo. Gosto assim, me pega, me amassa e… o resto fica por conta da tua imaginação. Aí michê, em vinte minutos te encontro.

CENA XVIII

INTERNA - HOTEL - QUARTO

NORA: - (CHAMADA DE VÍDEO)

TÉO: - Fala meu amor...

NORA: - Tudo bem?

TEO: - Tudo ótimo. Melhor agora minha delícia.

NORA: - (Fica sem Jeito)

TÉO: - Você tem se acostumar… Afinal, sou seu homem, não sou?

NORA: - É.

TÉO: - Então? Mas, se você não gosta, não te trato mais dessa maneira. Sabe, isso dá um tesão da porra. (Rir)

NORA: - Se preocupa não. Eu gosto. Não estou acostumada, mas gosto.

TÉO: - Pouco, mais ou menos ou muito?

NORA: - Muito!

TÉO: - Vai vê quando eu colocar em prática. Oh, minha delícia vou te virar do avesso…

NORA: - Eu quero.

TÉO: - Quer mesmo?

NORA: - Quero. Bom, mas estou te fazendo essa chamada de vídeo, pra te avisar que meu motorista vai te pegar às 19h. Tudo bem?

TÉO: - Como você quiser meu amor.

NORA: - Minha secretaria vai te ligar pra pegar suas medidas…

TÉO: - Todas?

NORA: - Teo! É sério.

TÉO: - Porque tem uma que só você pode fazer. E teu… (se insinua) Todo teu.

NORA: - Olha lá hein. Eu acredito.

TÉO: - Sou fiel minha flor. Ainda mais agora que encontrei você.

NORA: - Bom, até mais tarde.

TÉO: - Ah, há vai? Fica mais um pouco, só um pouco mais.

NORA: - Gostaria muito. Mas, não posso. Tenho uma reunião. Beijos!

TÉO: - Só de for pessoalmente.

NORA: - Mais tarde.

TÉO: - Hoje tem hein? Não tem?

NORA: - Tem.

TÉO: - Ótimo!

NORA: - Beijo. (Desliga)

CENA XIX

INTERNA - NOITE - SALA

FLOR: - Olha seu Gustavo, vou ser bem sincera com o senhor. Mas, acho que Dona Nora não vai votar tão cedo.

GUSTAVO: - E o que lhe faz deduzir que sua patroa não retornará tão cedo?

FLOR: - Bom, o senhor sabe como é... Né?

GUSTAVO: - Não, não sei. Por que não me diz?

FLOR: - Deus me livre e guarde me intrometer na vida da patroa...

GUSTAVO: - Gosta da sua patroa, não gosta?

FLOR: - Gosto sim senhor.

GUSTAVO: - Já parou pra pensar que sua patroa pode está em perigo…

FLOR: - Pelo amor de Deus! Não diga uma coisa dessa seu Gustavo...

GUSTAVO: - Sabe como é. Um estranho, que ela conheceu pelo aplicativo… E se ele não for quem ela imagina?

FLOR: - Olhando por esse lado, sabe que o senhor tem razão?!

GUSTAVO: - É dever nosso. Amigos de Nora, ficar atentos a qualquer coisa que nos pareça fora do comum.

FLOR: - Verdade.

GUSTAVO: - Nora é uma mulher interessante, porém muito rica. E isso atraí pessoas com más intenções.

FLOR: - Mas que podemos fazer? Ela é adulta, vacinada e dona de si...

GUSTAVO: - A paixão cega. Quem entra num relacionamento como esse não consegue enxergar os perigos que a cerca. Mas com sua ajuda, vou conseguir cuidar melhor de Nora, que é uma grande amiga, a quem muito estimo. Agora vou indo. Creio que tenha razão. Boa noite flor. (Sai)

FLOR: - Boa. Será meu Deus? Será mesmo que dona Nora está em perigo!

CENA XX

RESTAURANTE - INRTENA - NOITE

NORA: - Gostou?

TÉO: - Nossa! Puta que pariu! Desculpa. Saiu. Se gostei? É espetacular esse lugar… Deve custar os olhos da cara.

NORA: - Você é meu convidado. Não precisa se preocupar.

TÉO: - Fico sem jeito.

NORA: - Não devia. Sua presença Teo, me faz um bem enorme… e isso não tem preço.

TÉO: - Você é muito generosa meu amor. (Beija a mão dela)

NORA: - E você um homem incrível.

TÉO: - Vou te fazer tão feliz.

NORA: - Eu acredito.

TÉO: - Acredite.

 

CENA XXI

BAR – NOTURNA – INTERNA

CAMILA:- Olha! Veja só quem está por aqui... O que que o ilustre doutor faz aqui, assim tão desolado?

GUSTAVO:- Pelo que sei você é só uma secretária, e deveria ter cuidado com que fala dona Camila.

CAMILA:- Tá mordinho de raiva, né? Também não é fácil, vê a mulher que ama nos braços de outro.

GUSTAVO:- Cala essa boca! Não lhe dei essa liberdade.

CAMILA:- Ei, calma! Se isso lhe causa algum incomodo doutor Gustavo, Não falo mais...

GUSTAVO:- Quero mais que Nora se exploda! Ela fez a escolha dela, não fez? Então que arque com as consequências...

CAMILA:- Hum! Imagino as consequências...

GUSTAVO:- Vocês são todas um bando de tolas. Onde já se viu, uma mulher madura, envolvida com um moleque?!

CAMILA:- Um homem... Um homem que a fez perder a cabeça.

GUSTAVO:- Sou muito mais eu.

CAMILA:- (Ri) Você tem bom humor! Não vai me oferecer um drink?

GUSTAVO:- Não me envolvo com funcionária...

CAMILA:- Hei! Calma ai... É só um drink.

GUSTAVO:- Ah, pede ai.

CAMILA:- Nossa! Que mal humor... Péssimo humor! Espero que não seja contagioso. Vou circular... (Sai)

(Câmera fecha nele dando mais um gole)

CENA XXII

RESTAURANTE - INRTENA - NOITE

TÉO: - Sabe, tenho medo...

NORA: - Medo?

TÉO: - É, medo.

NORA: - Medo que?

TÉO: - Do que as pessoas vão pensar sobre nós...

NORA: - Você se importa?

TÉO: - Sim. Não quero que pense que só estou com você, por causa de sua grana.

NORA: - Você também não acredita que um homem jovem, bonito, viril não pode se apaixonar por uma mulher mais velhas...

TÉO: - Já vi casos. Mas com uma diferença… A mulher não era rica.

NORA: - Os ricos não são seres humanos, não merecem verdadeiramente serem amados?

TÉO: - Claro que merece. Mas se assumir esse romance comigo, enfrentará bastante preconceito.

NORA: - Tem dúvida que vou assumir? Pouco né importa a opinião dos outros. O que me interessa, é o que eu e você pensamos.

TÉO: - Você é extraordinária. Nunca conheci uma mulher tão encantadora quanto você. Me apaixonei por você exatamente por causa dessa sua determinação. E agora?

NORA: - E agora?

TÉO: - Por mim, vamos pra um cantinho do eu é você minha delícia… (Chegando no ouvido dela)

NORA: - Aqui não… Estão todos nos olhando.

TÉO: - Sabe-se. Você é minha, não é?

NORA: - Sou. Mas escuta...

TÉO: - Tá bom. Não precisa dizer mais nada. Não quero lhe deixar sem jeito. Vamos pro meu hotel.

NORA: - Pro seu...

TÉO: - É. Que foi delícia, tá com medo de conhecer a felicidade e se entregar ao prazer?

NORA: - Eu vou...

TÉO: - Gosto assim. (Se levanta) Bora…

NORA: - Calma! Preciso pagar a conta. Senta aí… Temos tempo.

TÉO: - O tempo é a gente que faz delícia. E o nosso momento é agora. Estou prontinho pra você.

NORA: - Garçom?! (Fecha nela)

CENA XXIII

AVENIDA PAULISTA – EXTERNA – NOITE

(Gustavo caminha bêbado, desolado entre os carros)

GUSTAVO: - Nora, Nora... Rejeita meu amor... Vai se entregar a um patife, desqualificado qualquer... Enquanto eu fico aqui, esperando só por uma migralha do seu amor. Ainda vai chegar o dia que você vai se ajoelhar aos meus pés... A vai... Eu juro que você será minha.

CENA XXIV

HOTEL – NOITE – INTERNA

Teo e Nora entram no quarto, o clima é quente. Teo leva Nora à loucura com cenas quentes que insinua sexo selvagem.

CENA XXV

INTERNA – ESCRITÓRIO – DIA

CAMILA:- Bom dia?! (Tenta bloquear a entrada)

GUSTAVO:- Nora?

CAMILA:- Não está.

GUSTAVO:- Já saiu?

CAMILA:- Na verdade nem chegou.

GUSTAVO:- Como?

CAMILA:- Não chegando. Vai vê que a noite foi tão boa...

GUSTAVO:- Não seja inconveniente.

CAMILA:- Desculpe-me.

GUSTAVO:- Em mais de vinte anos neste empresa, Nora nunca se atrasou ou faltou ao trabalho.

CAMILA:- Ela é dona, pode.

GUSTAVO:- Será que...

CAMILA:- É óbvio...

GUSTAVO:- Então acontecendo...

CAMILA:- O senhor duvida?

GUSTAVO:- Não. (Sai)

CAMILA:- Eita ai... O coroa pirou!

CENA XXVI

TEO:- Bom dia minha flor?

NORA:- Oi, bom dia. Ah meu Deus! Não queria que você me visse assim...

TEO:- Assim como? Você está linda minha delícia.

NORA:- Para... Está sendo gentil.

TEO:- Honesto. E completamente apaixonado. Trouxe o seu café da manhã.

NORA:- Obrigada.

TEO:- É pra você. Confesse que peguei no corredor... Não tá a sua altura, mas, é dada com todo carinho.

NORA:- É linda. A mais linda que já recebi.

TEO:- Que bom que gostou. É simples, como eu. Mas a beleza está na simplicidade e na verdade que expressamos o nosso amor.

NORA:- Você é um homem extraordinário.

TEO:- Você me faz assim... Eu estou completamente apaixonado por você...

NORA:- Mesmo?

TEO:- Mesmo. Mas tenho receio...

NORA:- De que?

TEO:- você, minha delícia, conhece tantos homens ricos, inteligentes e interessantes...

NORA:- Mas, quem escolhe é o coração. E ele, escolheu você.

TEO:- Vou te fazer tão feliz... (Ele a beija ardentemente a bandeja cai no chão e eles nem ligam)

CENA XXVII

DINÁ: - Estou perplexa! Em todos esses anos que lhe conheço, nunca soube de você se ausentar ao trabalho. Ainda mais sem está doente...

NORA: - E por sinal, estou ótima! Radiante.

DINÁ: - Percebe! Sorriso largo, pele boa, e acima de tudo… bem humorada! Que mais faz com que uma mulher esteja de bom humor, ainda mais pela manhã?

NORA: - Minha amiga, se eu soubesse que isso me daria tão bem tinha feito antes.

DINÁ: - Você que é boba. Eu não perco tempo… Sempre que necessito… Solicito os serviços a lá delivery.

NORA: - Sabe, sempre lhe recriminei. Hoje, vendo por um outro ângulo. Você é que está certa. A vida é só uma, temos que aproveita-la.

DINÁ: - Pelo jeito o rapaz é bom...

NORA: - Bom, é pouco. É maravilhoso. Em todos esses anos nunca tive um sexo tão pleno quanto esse.

DINÁ: - Só deveria ter cuidado…

NORA: - Cuidado, com que?

DINÁ: - Um homem novo, cheio de fogo, e como você mesma disse, bom… Sei que não devia lhe aconselhar. Mas, por experiência própria, você será muito feliz com ele enquanto não se apaixonar.

NORA: - Impossível.

DINÁ: - Então, isso será um problema. Mas, me conte tudo com detalhe. Conte-me tudo e não me esconda nada. Quero tudo em detalhes… Ah, meu Deus me deu até calor.

CENA XXVIII

DIA - EXTERNA - SHOPPING

Téo passeia pela cidade mostra ele caminhando pela paulista, fazendo compra em um shopping e almoçando na praça de alimentação.

TÉO - E aí tranquilo? Olha, estou me sentindo só. Aproveitando que estou operante… Que acha da gente se ver? Trabalhando? Que coisa mais sem graça. Que saber? Tô eu aqui de boa… com um cartão corporativo sem limites pra sonhar… cê vai perde. Então tá. Fica aí com seu trabalho. Como não sou baixa renda, aproveito. Quem sabe, compro uma lembrancinha pra você. Ó, tô a perigo. Precisando de carne nova.

CENA XXIX

INTERNA - ESCRITÓRIO - TARDE

ENTRA NORA. PARA E OBSERVA A SECRETÁRIA. HÁ UMA EXPRESSÃO DE REPROVAÇÃO

CAMILA: - Mãe, depois eu te ligo… Desculpe-me dona Nora, é minha mãe. Como não anda bem de saúde…

NORA: - Seus problemas pessoais não me interessam. Não quero que meus funcionários tragam problemas pessoas ao ambiente de trabalho.

CAMILA: - Sim senhora.

NORA: - Ótimo. Peça ao Gustavo para vir até minha sala.

CAMILA: - Sim senhora.

NORA: - Que está esperando? (Sai)

CAMILA: (Tira o telefone do gancho. Há ódio em seu olhar) - Maldita, desgraça… Vai morrer seca! Mal amada. (Close fecha nela)

CENA XXX

GUSTAVO: - Nora...

NORA: - Por onde andava?

GUSTAVO: - Estou na empresa desde...

NORA: - Isso é irrelevante. Que importa é, quando eu solicitar sua presenta, deve ser imediata. A menos, que esteja executando algum trabalho para empresa.

GUSTAVO: - Exatamente isso que estava fazendo...

NORA: - Sem delongas e vá direto ao assunto.

GUSTAVO: - Bom, sobre o lançamento das novas ferramentas do aplicativo...

NORA: - Nossa! Como você é entediante… Dá uma longa volta pra chegar que é obvio. e dá aqui esses documentos. (Tá das mãos dele e analisa) Era só isso que queria dizer?

GUSTAVO: - Está tudo pronto pra...

NORA: - Eu sei ler. Obrigada! Saia...

GUSTAVO: - Com licença.

CAMILA: - com licença. Sr. Teo na linha dois.

NORA: - Transfira. (Camila e Gustavo saem)

CENA XXXI

INTERNA - ESCRITÓRIO - TARDE

CAMILA: - É meu caro, parece que deu ruim pra você.

GUSTAVO: - Desgraçada! Com que direito me trata assim? Pensa o que? Se acha que está falando com um qualquer...

CAMILA: - Vai processa-la por assédio moral? (Deboche)

GUSTAVO: - Isso vai custar muito mais caro que ela imagina… (Sai tenso)

CAMILA: - Vai poderoso! (Debochada) A gente ganha pouco, mas, se diverte! (Telefone) Sim? Sem senhora… (Vai a sala de Nora)

CENA XXXII

BAR - INTERNA - TARDE

(Ela está sentada em uma mesa tomando um cafezinho. Chega Gustavo)

GUSTAVO: - Dina, como está?

DINÁ: - Como sempre, ótima e iluminada como o sol.

GUSTAVO: - Imagino de onde sugar tanta energia...

DINÁ: - Não entendi o comentário.

GUSTAVO: - Entendeu sim. A senhora sabe muito bem do que estou falando.

DINÁ: - É verdade! Então o senhor deve saber que encontro em meus meninos, aquilo que o senhor jamais poderia dar a uma mulher… Vigor e juventude.

GUSTAVO: - Mas isso tem um preço muito alto, Diná...

DINÁ: - Preço esse que posso pagar. E pago com muito prazer… Prazer, entende? Se o senhor veio aqui pra falar da minha vida, perde seu tempo, pois que faço ou deixo de fazer, ou melhor, minhas transas não são da sua conta… (Levanta pegando a bolsa, ele segura seu braço)

GUSTAVO: - Calma! Que me trás aqui e sobre Nora.

DINÁ: - Que tem Nora?

GUSTAVO: - Sente-se por favor…

DINÁ: - Não vai me dizer que está com ciúmes que Nora encontrou um homem bem mais novo. E pelo que soube, muito potente!

GUSTAVO: - Está apaixonada.

DINÁ: - Isso é ruim.

GUSTAVO: - Eu sei que você gosta muito de Nora e são amigas, por isso que pensei…

DINÁ: - Você gosta muito de Nora, né?

GUSTAVO: - Muito. Eu amo essa mulher.

DINÁ: - Mas ela está em outra, ou melhor, outro.

GUSTAVO: - Que vai destruí a vida dela. Esse homem é um crápula. Esse é um dossiê sobre ele…

DINÁ: - Você investigou a vida do rapaz?

GUSTAVO: - Pelo bem de Nora. E sei que você é amiga, como amiga, quer o bem dela.

DINÁ: - E que eu posso fazer?

GUSTAVO: - Eu te explico. (Conversa em off)

CENA XXXIII

TÉO: - Nora? Que surpresa boa… Entra aí delícia...

NORA: - Calma...

TÉO: - Que é, vai arregar? Não vai satisfazer teu homem? (Ele abra a blusa dela)

NORA: - Só um pouquinho…(Fechando)

TÉO: - Que foi? Não, não… Deixa assim. Gosto! Isso me deixa Loko. Essa tua cara de confusa, me dá um tesão.

NORA: - Você fala cada coisa...

TÉO: - Não gosta? Se não gosta, eu paro.

NORA: - Não! Que dizer… Sim. Eu gosto.

TÉO: - Mesmo?

NORA: - Mesmo!

TÉO: - Então vem minha gostosa.

NORA: - Espera. Preciso falar com você antes.

TÉO: - Senti uma tensão!

NORA: - Não. É coisa boa.

TÉO: - Vindo de você, só pode ser coisa boa. Que manda?

NORA: - Não faz sentido você continuar aqui neste hotel…

TÉO: - Enjou de mim! Qyer que eu vá embora...

NORA: - Não Teo. Não é isso. Jamais quero que vá.

TÉO: - Mesmo?

NORA: - Mesmo.

TÉO: - Então diz que é doidinha por mim, que não sabe viver sem mim… (beijando)

NORA: - Sou. Sou louca por você, e não consigo mais viver sem você. Eu te amo Teo!

TÉO: - Repete! Repete isso que você disse agora.

NORA: - Que dou louca…

TÉO: - Não. A última coita que você falou.

NORA: - Eu te amo… (Ele a beija com ardor) e quero que você venha morar comigo. Quero viver com você, como marido e mulher.

TÉO: - E o que eu mais quero!

NORA: - Então arrume sua mala e vamos pra nossa casa.

TEO: - Não sem antes… (vai tirando a roupa dela. Câmera dá um close nas mãos dos dois entrelaçadas, mostrando a mão de Nora apertar com força de tanto prazer)

PASSAGEM DE TEMPO

UNS SEIS MESES DEPOIS

CENA XXXIV

SALA DE REUNIÃO - DIA - INTERNA

GUSTAVO: - Onde está Teodoro.

NORA: - Você insiste. Sabe que Téo odeia que o chame assim.

GUSTAVO: - Não sei o porquê de tanta rejeição com o próprio nome.

NORA: - Isso não é um problema seu. Atente-se a pauta da reunião.

GUSTAVO: - Precisava passar a pauta, mas, o ilustre não chegou… E pelo visto vai atrasar.

CAMILLA: - Dona Nora, já estão todos aguardando.

NORA: - Sirva um chá, suco, whisky, sei lá… Logo iremos.

GUSTAVO: - É melhor ei ir… Não é delicado deixá-los esperando.

NORA: - Vou tentar localizar Téo...

GUSTAVO: - Vou ganhando tempo. (Sai)

Nora pega o celular e só dar caixa postal.

CENA XXXV

INTERNA - NOITE - SALA

NORA: - Que acontece com você?

TEO: - Ôh, boa noite pra você também, delícia!

NORA: - Como pode faltar a uma reunião tão importante para nossos negócios?

TEO: - Ei, calma… Posso explicar!

NORA: - Espero que tenha uma boa justificativa.

TEO: - Eu não passei bem… (Entra Flor) E Flor cuidou de mim. (Flor demonstra espanto) Graças a ela estou aqui, ó?! Bem inteiraço pra você minha gostosa.

NORA: - Nem vem mudando de assunto.

FLOR: - Posse servir a janta?

TEO: - Não Flor. Vou levar minha delicia pra jantar fora.

NORA: - Não estava programada...

TEO: - Quem tem que ser programado é sistema eletrônico. Você é uma pessoa, e pessoas vivem se surpreendendo. Esse é o grande barato da vida.

NORA: - Vou tomar uma ducha e trocar de roupa. (Sai)

FLOR: - O senhor não me meta em suas maracutaias… Não vou ficar acovitando suas mentiras.

TEO: - Se atreva a abrir sua boca e te coloco no olho da rua.

FLOR: - Duvido que consiga.

TEO: - Quer pagar pra ver? Agora sai da minha frente. (Flor sai chorando)

CENA XXXVI

INTERNA - NOITE -CLOSED

NORA: - Flor?

FLOR: - Sim senhora.

NORA: - Você está comigo a quase vinte anos, eu tenho plena confiança em você. Percebi seu desconforto quando Teo disse que você cuidou dele… Você cuidou dele?

FLOR: - Não senhora.

NORA: - Ele passou mal?

FLOR: - Não sei se senhora.

NORA: - Então ele não estava em casa?

FLOR: - Não senhora.

NORA: - Obrigada Flor. Pode ir.

FLOR: - Com licença.

(Nora pensativa e triste retoca o batom)

CENA XXXVII

INTERNA - NOITE - SALA

FLOR: - (Faz uma ligação do seu celular) Seu Gustavo… E a Flor. Tudo bom?

GUSTAVO: - Oi… Oi Flor, tudo bem sim…

FLOR: - Eu tô ligando… Não que eu goste fogaça, não…

GUSTAVO: - Eu sei Flor. Sei… Mas que aconteceu?

FLOR: - É que aconteceu uma coisa muito estranha…

GUSTAVO: - Como assim, estranha? Me conta.

FLOR: - É que seu Teo, mentiu pra dona Nora.

GUSTAVO: - (Pra mulher que está com ele em momentos íntimo) Espera ai… (Ela não para) Você é surda?

MULHER: - Nossa!

GUSTAVO: - E como foi isso?

FLOR: - Ele disse pra Dona Nora que passou mal.  E espia só? O condenado ainda teve a descares de dizer que eu cuidei dele o dia todinho…

GUSTAVO: - E Nora?

FLOR: - Veio me fazer perguntas…

GUSTAVO: - E você?

FLOR: - Falei a verdade. Não gosto de mentira…

GUSTAVO: - Tá certa! Agiu bem.

FLOR: - Então tá… Até logo. Olha, só te contei porque sei que senhor gosta de dona Nora e eu me preocupo muito com ela. Tchau!

GUSTAVO: - Agora começa a ruir o império.

MULHER: - (Câmera revela Camila certamente maquiada e com roupas vulgares) Tô caindo fora… Se tem uma coisa que detesto e grosseria…

GUSTAVO: - Está enganada! Vai terminar o que começou.

CAMILA: - Você não vai me obrigar!

GUSTAVO: - Não vou precisar, vou?

(Camila se abaixa entre as pernas dele, câmera fecha na cara de satisfação de Gustavo)

CENA XXXVIII

INTERNA - SALA - NOITE

(Chegando do jantar)

TÉO: - E aí delícia? Gostou do jantar?

NORA: - Boa escolha.

TÉO: - (Agarra ela com pegada) Minha melhor escolha é você delícia...

NORA: - Ai, Teo… Aqui não.

TÉO: - Por que não? Essa casa não é nossa?

NORA: - É.

TÉO: - Aqui não é o nosso ninho de amor?

NORA: - É.

TÉO: - Não sou teu homem?

NORA: - É. Sempre.

TÉO: - Pra sempre?

NORA: - Pra sempre.

TÉO: - Putz! (Demonstra muito tesão pra ela)

(Os dois se beijam ardentemente, bruscamente vão tirando as roupas, blackout)

CENA XXXIX

INTERNA - DIA - ESCRITÓRIO

CAMILA: - Bom dia pra você também.

GUSTAVO: - Está louca, perdeu o juízo? Que é? Quer que Nora ouça, e descubra que temos algo?

CAMILA: - Hey haney, calma! Rilexe! Sua patroa não está. Aliás, não estão.

GUSTAVO: - Atrasada de novo?

CAMILA: - De duas a uma, ou ela está muito mal, ou passou muito bem essa noite. Afinal, com aquele espetáculo de homem… O que é noite mesmo? (Sarcástica) Nem se percebe passar...

GUSTAVO: - Logo-logo ela vai perceber o pilantra que é esse maridinho de aluguel que ela banca.

CAMILA: - Aí credo! Quanta maldade nesse coração. Deixa os pombinhos serem felizes. Quer dizer, ela está mais pra coruja. Mas, o amor é sempre amor...

GUSTAVO: - Nada é para sempre principalmente esse romance de alcova.

CAMILA: - Se acabar, farei questão de consolar Teodoro...

GUSTAVO: - Se feche! Coloque-se em seu lugar… Agora retorne a seu trabalho.

CAMILA: - Que baixo astral!

CENA XL

INTERNA – DIA - SALA

DINÁ: - Estranhei sua ligação...

TÉO: - Imagino. Posso entrar?

DINÁ: - Claro. Fique a vontade.

TÉO: - Nem me fale! É o que mais gosto.

DINÁ: - Mas, o que lhe trás aqui?

TÉO: - Você. (sedutor)

DINÁ: - (Se recompondo) Desculpa. Não entendi.

TÉO: - Você é a melhor amiga de Nora. Talvez a única...

DINÁ: - Isso é verdade. Somos muito amigas mesmo. Mas Teo, o que realmente você deseja?

TÉO: - Não imagina?

DINÁ: - Sinceramente não.

TÉO: - Eu vejo como me olha...

DINÁ: - Olha pode parar... Não vem com essa carinha de sacana não...

TÉO: - Vai negar que me deseja...

DINÁ: - Homem de amiga minha, comigo não funciona...

TÉO: - Funciona sim, no mais, você é bem atraente...

DINÁ: - Teo, chega! Para. Veste essa camisa.

TÉO: - Você não quer? Vai dispensar?

DINÁ: - E Nora?

TÉO: - Ela não precisa saber... Precisa? Segredinho nosso.

DINÁ: - Não... Não! Não posso trair minha amiga.

TÉO: - (Abraça ela por trás) A vida é breve, passa rápida como o vento, poucas são as chances que temos para eternizar um momento. Acha mesmo que eu dispensaria viver esse momento ao lado de uma mulher madura, interessante e muito gostosa. (Vira ela e a beija)

DINÁ: - Faz assim não... Estou até sem ar! (A solta ela cai sentada no sofá completamente envolvida)

TÉO: - Prepara uma bebida pra nós.

DINÁ: - Claro! (Vai preparar)Gelo?

TÉO: - Não. (Prepara um celular na cômoda. Modo filmar)

DINÁ: - Pronto. Esse é seu.

TÉO: - Quem disse que vou perder tempo bebendo... Quero me embriagar em você... Hoje você vai poder matar sua vontade.

DINÁ: - Jesus! (Ele a abraça e a beija)vamos por quarto...

TÉO: - Aqui. Aqui é mais gostoso. Diná, deixa comigo, só se entrega. (Ele a envolve, câmera foca na imagem do celular que os filma).

CENA XLI

INTERNA – DIA - SALA

FLOR: - (Sente o vibrar do celular) Ui, ui, ui... Oi? Oi dona Nora... Tudo bom? Aqui bem. Tudo na paz sim senhora. Hein? Não, não senhora. Seu Téo tá não. Olha, faz tempo que saiu. É, saiu. Tá cheiro pra daná. Tá, tá bom... (Desliga) É hoje que a piripoca vai piá! (Sai)

CENA XLII

INTERNA – DIA - ESCRITORIO

NORA: - (Pensativa meio que catatónica)

GUSTAVO: - Nora... Nora?

NORA: - Ah, oi?

GUSTAVO: - Algum problema?

NORA: - Não. Nenhum...

GUSTAVO: - Tem certeza?

NORA: - Que mania!

GUSTAVO: - O aplicativo está nos trazendo muito lucro. Crescemos 30% este mês. Aqui estão as planilhas com todos os lucros.

NORA: - ótimo. Pode deixar ai na mesa...

GUSTAVO: - Não vai dar uma verificada?

NORA: - daqui a pouco...

GUSTAVO: - Então, com licença...(Saindo) Em caso de dúvidas...

NORA: - Eu sei... Gustavo?

GUSTAVO: - Sim?

NORA: - Por acaso, você conhece algum investigador?

GUSTAVO: - Que tipo de serviço?

NORA: - Lhe fiz uma pergunta.

GUSTAVO: - Sim, conheço.

NORA: - É de confiança?

GUSTAVO: - Total.

NORA: - Por favor, peça que me procure.

GUSTAVO: - Sim senhora. (Sai)

CENA XLIII

DIA – INTERNA - APARTAMENTO

FLOR: - (Olhando a foto de Teo num porta retrato da casa) Eita homem pra dá trabalho! Mas que a praga é gostoso, é...  Que o dinheiro não faz?! Mas, que saber? Se eu fosse rica, eu também mandava vê. Fazia que nem dona Diná. Eu ia me esbaldar! Se orienta Flor, se orienta. Tu é mulher, mas não é rica, não é pro teu bico.

CENA XLIV

ESCRITÓRIO – INTERNA – DIA

CAMILA: - Que cara é essa?

GUSTAVO: - A casa está caindo, desmoronando...

CAMILA: - Que foi dessa vez? Levou outra bordoada da eguinha pocotó?

GUSTAVO: - Muito melhor!

CAMILA: - Ai, não me deixa por fora não...

GUSTAVO: - Está curiosa dona Camila secretina.

CAMILA: - Ai, que delícia! Gostei do: “secretina” dá um empoderamento, total!

GUSTAVO: - Só você pra gostar do ralé.

CAMILA: - Adoro! Tem pegada. Não é como certos homens refinados, que ladra, ladra... Mas não morde! (Toca o telefone)

GUSTAVO: - É a patroa.

CAMILA: - Saco! (Ele Sai)Hei, foge não... (Retira o telefone) Sim? Desculpe-me senhora. E que... Está bem. Estou indo. (sai)

CENA XLV

INTERNA – DIA – SALA

FLOR: - Dona Nora ligou lhe procurando...

TEO: - Que saco! Só falta colocar um chip em mim pra me rastrear...

FLOR: - O senhor que alguma coisa?

TEO: - Quero.

FLOR: - O que!

TEO: - Que vão todos pro inferno e me deixem em paz!(Sai)

FLOR: - Ual! Fica tão bonito, tão viril... Gosto de homem bravo.

TEO: - Flor?

FLOR: - Senhor?

TEO: - Você pega uma toalha pra mim. (Voz de sedução)

FLOR: - Perai... Vou pegar.

TEO: - Leva pra mim no banheiro.

FLOR: - Lá tem toalha.

TEO: - Quero outra. Pode ser?

FLOR: - Pode.

TEO: - Estou no aguardo! (Ele sai)

FLOR: - Oh pai!

CENA XLVI

INTERNA – DIA – BANHEIRO

FLOR: - Seu Téo... Sua toalha.

TEO: - Entra ai.

FLOR: - Oh, tá aqui...

TEO: - Deixa disso. Trás aqui, por favor.

FLOR: - (Ela tampa os olhos. Ele abre o box)Oh meu pai! (Deixa a toalha cair) Vem... (Câmera fecha nos pés dos dois ao som da água descendo pelo ralo)

CENA XLVII

INTERNO - QUARTO - DIA

NORA: - Meu Deus!

TEO: - Que foi?

NORA: - Estou atrasada.

TEO: - Você pode. É dona.

NORA: - Tenho compromisso. Preciso dar exemplo.

TEO: - Amor? Eu tava aqui pensado...

NORA: - Em que?

TEO: - Tô cansado.

NORA: - Cansado? De que…?

TEO: - De ser teu garotinho… Todos me tratam como se eu fosse seu brinquedinho de luxo. Ninguém me respeita…

NORA: - Para com isso...

TEO: - É sério… Tô cansado, pô!

NORA: - Então se arruma e vem comigo pra empresa e assume seu lugar...

TEO: - Que lugar? De sombra? Você quer mesmo que eu seja eternamente sua sombra?

NORA: - Você não é minha sombra. É meu marido. E eu te amo.

TEO: - Então prova.

NORA: - Como quer que eu prove?

TEO: - Me apoiando…

NORA: - Mas, te apoio...

TEO: - Tenho um negócio em mente… Só preciso de um investidor.

NORA: - Tá certo meu amor. Podemos conversar quando eu voltar… Beijo… (Beija ele e sai)

TEO: - Vai… vc aí velha, idiota. (Pega o telefone) Oi cachorra! Quero te ver. Como não pode. Te vira. As duas no mesmo lugar. (Desliga)

CENA XLVIII

INTERNA - ESCRITÓRIO - DIA

CAMILA: - Com licença dona Nora...

NORA: - Eu não lhe chamei…

CAMILA: - Não senhora, eu sei.

NORA: - Então, por que me incomoda? Sabe que detesto ser incomodado sem que seja algo importante.

CAMILA: - E importante senhora.

NORA: - Pois diga então.

CAMILA: - Preciso sair mais cedo...

NORA: - Por qual razão?

CAMILA: - Problemas pessoais...

NORA: - E que tenho a ver com seus problemas pessoais?

CAMILA: - E minha mãe, senhora. Não está bem e precisa do meu auxílio.

NORA: - Sendo assim, tudo bem. Mas só por hoje. Trate de arrumar alguém que cuide dela. Problemas pessoais ficam lá fora, bem longe dessa empresa. Aqui, eu preciso da profissional.

CAMILA: - Sim senhora. Com licença. (Sai) Vaca! (Do outro lado da porta)

CENA XLIX

INTERNA - SHOPPING - DIA

TÉO: - Como vai delícia?

DINÁ: - Me respeite!

TÉO: - Fala sério. Já transamos. Temos intimidade.

DINÁ: - O que você quer?

TÉO: - Que acha?

DINÁ: - Não faço ideia.

TÉO: - O que todos seus garotos querem...

DINÁ: - São muito melhores que você.

TÉO: - Mesmo?

DINÁ: - Com certeza.

TÉO: - Vou te provar que sou muito melhor. E mais inteligente. Olha… (Dá o celular)

DINÁ: - Que isso?

TÉO: - Não tá claro? É uma velha safada, se esbaldando da juventude e virilidade de um pobre rapaz. vê não adianta quebra o celular, não… A imagem esta bem guardada nas nuvens...

DINÁ: - Você não passa de um michê barato.

TÉO: - Quero um milhão e meio, ou esse vídeo vai parar na internet. E Nora não vai gostar nada de saber que a sua melhor amiga seduziu o marido dela.

DINÁ: - Acha mesmo que vou te dar esse dinheiro? Te dou e você vai querer cada vez mais…

TÉO: - A felicidade tem um preço. Te fiz feliz, agora chegou a conta.

DINÁ: - Você é um canalha!

TÉO: - Tem 24 horas pra transferir a grana. (Sai)

DINÁ: - (Pega o Celular) Alô? Gustavo… Preciso muito falar contigo … (Câmera fecha na boca dela falando ao telefone)

CENA L

INTERNA - QUARTO DE NORA - DIA

CAMILA: - Eita nós! Pensei que não vinha.

TÉO: - Tô aqui, não tô?

CAMILA: - É tá. E com a cara mais deslavada do mundo...

TÉO: - Pronto pro golpe perfeito.

CAMILA: - Tu num presta mesmo...

TÉO: - Agora mudo de vida.

CAMILA: - Quanto egoísmo! Muda de vida e me larga aqui? Na merda!

TÉO: - Que isso gatinha… Acha mesmo que o papai aqui te deixaria pra trás?

CAMILA: - Sinceramente? Tenho certeza!

TÉO: - Deixo não! Ainda mais uma gostosa, assim…

CAMILA: - Mentiroso!

TÉO: - Minto não…

CAMILA: - Tá operante?

TÉO: - Completamente! Sente só…

CAMILA: - Nossa! (Pula na cintura dele e a encontra na parede e beijam-se)

FLOR: - Que isso?

TÉO: - Oi minha flor. Que cara é essa? Quer participar?

CAMILA: - Oh meu Deus! Você disse que estaria sozinho.

FLOR: - Me respeite! Jamais faria isso com dona Nora. Pera aí… você não é a secretaria da dona… Meu Deus!

CAMILA: - Você não vai dizer nada...

TÉO: - Esquenta não… Flor não vai dizer nada. (Abraça Flor) Não é mesmo ir? Tem rabo preso comigo.

FLOR: - Nunca!

CAMILA: - E mesmo? Olha ela!

TÉO: - Peguei a flor no banheiro.

CAMILA: - Você não presta! Nem a empregada salva. E você hein? Danadinha! É gostoso, né?

FLOR: - Dona Nora, nunca que ia acreditar...

TÉO: - (Pega o celular) E nisso?

FLOR: - Minha nossa Senhora dos aflitos!

CAMILA: - Olha! Que gulosa!

TÉO: - Temos um segredo?

FLOR: - Sim senhor.

TÉO: - Prepara um lanchinho que estou faminto. (Sai)

CAMILA: - Eu vou indo… Não quero ser decepada por aquela bruxa. Bye!

TÉO: - Eu te ligo. (Ela sai)

CENA LI

GUSTAVO: - Me pareceu nervosa...

DINÁ: - E estou.

GUSTAVO: - E o que a tem deixada nervosa?

DINÁ: - Preciso de sua ajuda.

GUSTAVO: - Como posso lhe ajudar.

DINÁ: - E meio constrangedor...

GUSTAVO: - Problemas com um de seus garotos?

DINÁ: - Estou sendo chantageada.

GUSTAVO: - Há motivo pra se preocupar?

DINÁ: - Sim. Há um vídeo…

GUSTAVO: - Um vídeo?

DINÁ: - Sim.

GUSTAVO: - Que há nesse vídeo? Espera aí… Já posso até imaginar.

DINÁ: - Tenho vergonha.

GUSTAVO: - Como pode se deixar filmar em sua intimidade?

DINÁ: - Não sabia. Ele fez tudo de caso pensado. E agora quer um milhão vê meio…

GUSTAVO: - (Assovia) Vale tudo isso?

DINÁ: - Se esse vídeo é publicado, estou perdida.

GUSTAVO: - Quem é o rapaz?

DINÁ: - Téo.

GUSTAVO: - Téo?

DINÁ: - Téo.

CENA LII

INTERNA - NOITE - SALA

TÉO: - Lembra da conversa que tivemos mais cedo?

NORA: - Sobre um investimento?

TÉO: - Isso.

NORA: - Que tem em mente?

TÉO: - Quero montar um negócio.

NORA: - E quer que eu invista...

TÉO O: - Isso. Se você achar interessante.

NORA: - Se vai lhe deixar feliz meu querido… Eu invisto no seu negócio.

TÉO: - Que bom querida. Bom saber que posso contar com seu apoio.

NORA: - Sempre, meu amor.

TÉO: - Posso te mostrar a planilha?

NORA: - Claro. Mas Teo, vamos buscar uma acessória...

TÉO: - Pra que? Pra gastar dinheiro? Eu sei o que quero… E principalmente como fazer. Confie em mim querida. Basta olhar a planilha e você vai entender.

NORA: - Vou vê.

TÉO: - Sabe que me deu uma vontade… Uma fome…

NORA: - Vou pedir a Flor pra nos servir a janta…

TÉO: - Minha fome é outra… Você, minha delícia! (A beija)

CENA LIII

INTERNA - BAR - DIA

GUSTAVO: - Um milhão e meio?

TÉO: - Ainda é pouco.

GUSTAVO: - Não tem medo que ela te denuncie? (Tira os óculos)

TÉO: - Nem um pouco. Só ela tem a perder.

GUSTAVO: - E Nora, não pensa nela?

TÉO: - Nora tá aqui na minha mão.

GUSTAVO: - Cuidado quem muito quer, acaba sem nada.

TÉO: - Você é louquinho por ela, né?

GUSTAVO: - Não vim aqui falar sobre isso… Mas, sobre Diná e o vídeo. Quero ter a certeza que vai apagar o arquivo na nuvem. (Coloca os óculos)

TÉO: - Se né pagar… Apago na frente de vocês.

CENA LIV

INTERNA - ESCRITÓRIO - DIA

CAMILA: - Dona Nora?

NORA: - Sim...

CAMILA: - Está aí um senhor chamado Alfredo, diz ser um detetive. E está querendo falar com a senhora.

NORA: - Estava esperando por ele. Pode deixá-lo entrar.

CAMILA: - Com licença. (Sai)

NORA: - Bom dia.

ALFREDO: - Dona Nora. Aqui está o dossiê, sobre seu marido.

NORA: - Obrigada. Hoje mesmo transfiro o restante do pagamento por seu trabalho.

ALFREDO: - Muito bem. Espero que este documento possa lhe ajudar…

NORA: - Não imagina como. (Pega o telefone) Camila… venha até aqui por favor.

CAMILA: - Senhora?

NORA: - Acompanhe o senhor Alfredo por favor.

CAMILA: - Por aqui senhor.

ALFREDO: - Foi um prazer trabalhar pra senhora. (Sai)

NORA: - Camila, não quero ser incomodada. Suspenda todas ligações.

CAMILA: - Sim senhora.

(Nora abra o envelope, abre e começa a ler os papéis)

CENA LV

EXTERNA - DIA - BAR

INVESTIGADOR: - Serviço concluído, e com excelência.

GUSTAVO: - Muito bom. Aqui está o combinado.

INVESTIGADOR: - Certo! É sempre uma honra fazer negócios contigo Gustavo.

GUSTAVO: - Sabe que tem que fazer...

INVESTIGADOR: - Claro. Trabalho concluído, hora de sair de circulação.

GUSTAVO: - Exato.

INVESTIGADOR: - (Se levanta) sendo assim… foi um prazer trabalhar com você. E já sabe, precisando de meus serviços, sabe onde me encontrar… (Sai)

(Gustavo o observa enquanto desaparece de seu olhar)

CENA LVI

INTERNA - ESCRITÓRIO - DIA

DINÁ: - Bom dia?!

CAMILA: - Bom dia.

DINÁ: - Nora.

CAMILA: - Pensei que viesse vê seu Teodoro...

DINÁ: - Por que devia?

CAMILA: - Seu Teodoro também é patrão.

DINÁ: - Seu. Não meu.

CAMILA: - Ui!

DINÁ: - Atrevida!

CAMILA: - Porém sem máscaras!

DINÁ: - Vamos vê o que Mora acha do seu comportamento...

CAMILA: - E do seu?

DINÁ: - Do que você está falando?

CAMILA: - Nada! Deveria falar sobre algo? Bom vou avisar que está aqui. Dona Nora? Dona Dina já chegou. Sim senhora. (Desliga o telefone) Pode entrar. (Dina entra)

CAMILA: - Velha devassa!

CENA LVII

INTERNA - ESCRITÓRIO - DIA

NORA: - Que bom que veio...

DINÁ: - Parecia tão impaciente...

NORA: - Que estou feliz minha querida. Feliz!

DINÁ: - E qual o motivo de sua felicidade?

NORA: - Qual? Qual poderia ser? Téo.

DINÁ: - É? E por quê?

NORA: - (Pega o envelope) Olhe… (Entrega Dina)

DINÁ: - Que isso?

NORA: - Abra.

DINÁ: - (Abre) Um dossiê? Você mandou investigar seu marido...

NORA: - Sim. (Feliz) E não nada. Teo me ama. O amor dele por mim é verdadeiro.

DINÁ: - Nora… (Faz menção de contar sobre ele) Fico feliz por você. (Desiste)

NORA: - Sendo assim… Vamos aquela cafeteria toma um bom cafezinho com aqueles deliciosos docinhos...

DINÁ: - Assim não dá… vou acabar ficando fora de forma… como vou agitar com meus bebezões?

NORA: - Ah, minha querida. Com dinheiro dar-se jeito pra tudo. (Saem. Passam por Camila) Camila, não retorno hoje. (Sai)

CAMILA: - Sim senhora. (Camila vai a sala de Nora, encontra os documentos, senta e lê)

CENA LVII

INTERNA - SALA - NOITE

NORA: - Onde estava até essa hora?

TÉO: - Que foi? É controle total, agora?

NORA: - Você está bêbado?

TÉO: - Bebi… bebi sim. Só bebendo pra conseguir aguentar esse inferno, esse quartel, todo esse controle...

NORA: - Controle?

TÉO: - Controle. Controle sim! Onde foi, com que estava, o que tava fazendo, por que isso, por que aquilo… ? Por que você não coloca logo um chip em mim, ou uma tornozeira eletrônica?

NORA: - Não seja injusto. Sou sua mulher. É natural que me preocupe com você.

TÉO: - Você está preocupada com outra coisa…

NORA: - Está bêbado não sabe que está dizendo… precisa de um banho frio.

TÉO: - Não quero. Me deixa! Eu sei o caminho. Flor?! (Grita)

FLOR: - Sim...

TÉO: - Preciso dos seus ótimos serviços… leva uma toalha limpa pra mim, lá, no banheiro.

NORA: - Sim senhor.

TÉO: - Tô esperando ansiosamente.

NORA: - Pode deixa. Eu levo.

FLOR: - Claro. (Nora sai) Que situação!

CENA LVIII

INTERNA - NOITE -  BAR

CAMILA: - A coisa tá preta pro lado do michê...

GUSTAVO: - Fajuto, ralé...

CAMILA: - Mas, um belo pedaço de carne! E olha que nem precisa marinar... Eita delícia! Homem bom da porra!

GUSTAVO: - O vagabundo vai colocar tudo a perde…

CAMILA: - Sabe que tenho pena de dona Nora… A véia vai ficá máxima.

GUSTAVO: - Aí eu aproveito pra oferecer meu ombro amigo pra ele chorar. Posso até dá mais que o ombro...

CAMILA: - Sai dessa! Que disse que ela quer um ombro amigo? Ela que mais que isso… Um braço forte, uma perna torneada, uma bunda durinha, uma barriga tanquinho e acima de tudo um...

GUSTAVO: - Chega! Já que é uma cachorra, tenha pedigree.

CAMILA: - Aí credo! Uia! Adoro vira-latas!

GUSTAVO: - Não conhece o limite do bom senso?

CAMILA: - Bom senso é chato. Nora é uma velha amarga e insuportável, já Dina um velha devassa e sem noção… Sou muito mais eu. Eu sou do povo, bem!Eu deço e subo o morro com uma lata d’água na cabeça, sem perder o rebolado.

GUSTAVO: - Te enxerga Camila! Nunca se compare a Nora.(Deixa o dinheiro na mesa. Sai)

CAMILA: - Hum! Que que ela tem que eu não tenho? (Pensa) Tá bom, nem precisa falar, economize saliva. Dinheiro! Mas, só… Por que ela não tem tudo isso! (Referece ao corpo. Bebe)

PASSAGEM DE TEMPO: DOIS MESES DEPOIS

CENA LIX

INTERNA - SALA - NOITE

(Nora ansiosa anda de um lado pra outro)

FLOR: - Trouxe um chá de camomila. É calmante… A senhora está muito tensa.

NORA: - Estou preocupada. A gente ouvi tantas coisas…

FLOR: - Não aconteceu nada não.

NORA: - Então porque ele não chega logo… Nem mesmo atende ao celular?

FLOR: - Vai vê que está ocupado.

NORA: - Com que? Que pode ocupá-lo que não possa atender ao celular, sua mulher…

FLOR: - Ele não falou pra senhora sobre aquele negócio que ele vai abrir?

NORA: - Sim falou.

FLOR: - Então? Pode está lá, reunido com as pessoas...

NORA: - Não creio. Nunca mais tocou no assunto.

FLOR: - Vai vê quer fazer uma surpresa pra senhora.

NORA: - Odeio esse silêncio, essa dúvida. Oh, Flor… Vá descansar.

FLOR: - Mas, e a senhora?

NORA: - Vou esperar mais um pouco. (Flor sai. Nora senta, pega o celular e tenta outra vez)

CENA LX

INTERNA - QUARTO - NOITE

(Telefone toca, aparece o nome de Nora no visor)

TÉO: - Saco! Não desiste.

CAMILA: - É melhor atender.

TÉO: - Tô cansado dessa perseguição. Velha grudenta!

CAMILA: - (Se levanta da cama se vestindo)

TÉO: - Que foi? Acabou? Mais nada?

CAMILA: - Tá brincando com fogo. Se ela descobre, tá tudo perdido.

TÉO: - Quero que se dane! Tô cansado. Cansado!

CAMILA: - Você não sente realmente nada?

TÉO: - Sinto. Vontade de me livrar dessa velha pegajosa o quanto antes. (Se vestindo)

CAMILA: - É sério isso cara? Não tem nem um pinguinho de culpa?

TÉO: - Culpa? Culpa, por quê?

CAMILA: - Ela te ama. É capaz de tudo por você. Téo, essa mulher está oferendo o mundo por seu amor. Caraca cara, tu sabe o que é isso? Tu tá com a bola toda!

TÉO: - Me ama e não me passa parte da fortuna… sabe por quê? Porquê me quer aqui, na palma da mão dela. Como se eu fosse seu bichinho de estimação. O seu objeto de prazer, seu brinquedinho sexual.

CAMILA: - E que vai fazer?

TÉO: - Completar meu pé de meia e cair fora. Agora deixa eu ir fazer meu teatrinho… Vem cá cachorra.

CAMILA: - Ei, vai com calma…

TÉO: - Beija teu macho. (Ela o beija)

CAMILA: - Vai logo. Não quero ficar viúva. (Ele sai) Louco!

CENA LXI

INTERNA - NOITE - DIA

NORA: - Téo...

TÉO: - Delícia?! Que faz acordada?

NORA: - Por onde andava? Estava preocupada?

TÉO: - Fui dar um volta...

NORA: - Volta?

TÉO: - É, volta.

NORA: - Agora é isso?

TÉO: - Que me tornar um prisioneiro? Ou melhor, o seu prisioneiro.

NORA: - Não se trata disso. Eu quero meu marido em casa. Não solto por aí fazendo sei lá o que...

TÉO: - Não confia em mim?

NORA: - Você tem outra?

TÉO: - Não vou ficar aqui ouvindo bobagens...

NORA: - Não terminei com você ainda...

TÉO: - Mas eu já.

NORA: - Que quer dizer?

TÉO: - Estou indo embora. Dando o fora…

NORA: - Espera. Pelo o amor de Deus! Eu confio você. (Se agarra aos pés dele) Me perdoa. Perdoa as minhas inseguranças… Eu te amo Teo. (Se levanta)  Não vá. Fica, fica… (Abraçada a ele) Faço tudo que quiser. Mas, fica. Fica ... Por favor, fica. Não me deixa...

TÉO: - Só fico se provar que me ama.

NORA: - Qualquer coisa.

TÉO: - Casa comigo com total comunhão de bem.

NORA: - Tudo que tenho é seu. Até mesmo eu. Esqueço até de mim, quando estou com você. Te amo tanto Téo, que dói.

TÉO: - Eu te também te amo minha delícia… (Pega ela no colo) Sabe que tô pensando? Vou te mostrar. (A carrega)

CENA LXII

EXRERNA - NOITE - BAR

CAMILA: - Tô percebendo uma ruguinha a mais nessa testa...

GUSTAVO: - Preocupação...

CAMILA: - Melhor uma ruga que um par de chifres… Pelo menos pra vocês, homens… Eu preferia a ruga.

GUSTAVO: - Teo está colocando pés pelas mãos… Fazendo tudo errado. Vai colocar tudo a perder.

CAMILA: - Vai vê que tá querendo independência...

GUSTAVO: - Não está nem louco!

CAMILA: - E o que é que o doutor vai fazer?

GUSTAVO: - Pessoas somem…

CAMILA: - Vai sujar as mais doutor? Vai deixar a máscara cair?

GUSTAVO: - Ele mesmo vai cavar a cova dele. Agora deixa de conversa e vamos por quarto…

CAMILA: - Aí tigrão! Vai me enterrar na área?

GUSTAVO: - Cala boca e sobe. (Sai)

CAMILA: - Velho babão! Que falta de humor! É Cacau... enquanto aquela velha aproveita aquele monumento... Gostoso! Eu me contento com esse estorvo! Se orienta Camila! Sangue frio... É só mais um. Seja profissional; profissional!

CENA LXIII

INTERNA - DIA - SHOPPING

NORA: - Te achei tensa ao telefone.

DINÁ: - E estou.

NORA: - Que está acontecendo?

DINÁ: - Nora, estou preocupada com você.

NORA: - Preocupada?

DINÁ: - Téo não é um bom homem pra você.

NORA: - Como se atreve a falar mal do meu marido… Téo é o homem que eu amo, e não admito que fale mal dele pra mim… (Se levanta)

DINÁ: - Ele te trai.

NORA: - Como é que é?

DINÁ: - Ele está me chantageando...

NORA: - (Senta) Que história é essa?

DINÁ: - Ele me seduziu na minha própria casa… Fez tudo pensado, armau tudo, e eu caí...

NORA: - Você e Téo? Meu Deu! Não, não pode ser...

DINÁ: - Minha amiga…

NORA: - Amiga? Tem a coragem de me chamar de amiga? Você me traiu, deitou com meu marido. Não bastava seus garotos?

DINÁ: - Ele não presta, é um gigolô de quinta…

NORA: - Quem é você para julgá-lo?

DINÁ: - Sou tua amiga. Eu errei, sei que o que fiz foi terrível, e não me orgulho do que fiz… Errei, mas sou humana. Quem nunca errou nessa vida? Hoje estou aqui, diante de você, te pedindo perdão.

NORA: - Não tenho mais uma amiga. Pra mim você morreu. (Sai)

(Diná fica arrasada)

CENA LXIV

INTERNA - TARDE - SALA

FLOR: - Que bom que a senhora chegou… Estou com os nervos a flor da pele. Dona Nora, estão ligando… (Nora não tem reação) Esse telefone não para de tocar… tem um homem ligando sem parar dizendo que seu Teo foi sequestrado...

NORA: - Que é?

FLOR: - Sequestro dona Nora. Pegaram seu Téo.

NORA: - E por que não ligaram pra mim? (Pega o celular) Silencioso! Várias ligações não atendidas… (Celular toca) Alô? Que? Como ele está? Deixa eu falar… Por favor, não machuca meu marido… Que? Quanto? Mas, não disponho desse dinheiro… Calma, vou dar um jeito mais por favor… Não machuque meu marido… Desligou.

FLOR: - A senhora está pálida. Vou buscar uma água.

NORA: - Meu Deus! Não Flor, não precisa.

FLOR: - A senhora vai pagar o resgate?

NORA: - Tenho pouco tempo… (Pega o celular) Alô? Gustavo… sequestraram o Téo. Por favor, vem pra cá.

CENA LXV

INTERNA - NOITE - BARRACO

TÉO: - Até que enfim...

FLOR: - Trouxe umas coisas pro senhor comer...

TÉO: - Não tinha coisa melhor?

FLOR: - Isso é tudo que posso comprar.

TÉO: - E aí, como a velha reagiu?

FLOR: - Você não tem coração não é?

TÉO: - Coração não. Apenas razão.

FLOR: - Eu devia contar logo tudo a dona Nora...

TÉO: - Você é louca ou é burra? Primeiro você se esbalda em tudo isso. Um patrão pra um bagulho como você…

FLOR: - Cala sua boca que você está na minha casa, na minha comunidade…

TÉO: - Grande merda! Você está envolvida nesta história, atolada até o pescoço. Afinal, aqui é meu cativeiro.

FLOR: - Você é um canalha!

TÉO: - E aí? Tá afim de passar o tempo?

FLOR: - Vai pro inferno.

CENA LXVI

INTERNA - NOITE - SALA

GUSTAVO: - Calma! Não adianta ficar andando de um lado pra outro...

NORA: - E eles que não ligam … Devia ter chamado a polícia.

GUSTAVO: - Você conseguiu o dinheiro?

NORA: - Sim. O banco não libera assim… peguei emprestado com um amigo...

GUSTAVO: - Fez bem.

NORA: - Será que não devemos perder ajuda a polícia...

GUSTAVO: - E receber seu marido morto?

NORA: - Nem me fale… Só de pensar, me dar até arrepios…

GUSTAVO: - Tem certeza que vai pagar o resgate? Ele vale mesmo esse preço?

NORA: - Não consigo viver sem esse homem…

GUSTAVO: - Nora, não se passou por sua cabeça que ele pode está por trás desse sequestro?

NORA: - Prefiro acreditar que não. Só quero meu marido de volta. (Telefone toca) Alô… oi? Sim. Estou ouvindo… Certo. Estou entendendo. Sim, já estou com o dinheiro. Calma, vou anotar o endereço. Olha, meu secretário vai levar o dinheiro… não, não vai tentar nada… Não a polícia não foi avisada. Só quero meu marido de volta… (Chora)

GUSTAVO: - Calma, Nora.

NORA: - O endereço. (Entrega) Vá. Só trás meu marido de volta.

GUSTAVO: - Vai dar tudo certo. Espere aqui.

NORA: - Espero. (Ele sai)

CENA LXII

EXTERNA - NOITE - BECO ESCURO COM LIXEIRA.

(Augusto joga o saco de lixo na lixeira. Sai e se esconde. Téo aparece e pega o saco. Olha para os lado e sai. Gustavo o segue)

CENA LXVIII

INTERNA - SALA - CASA DE FLOR

FLOR: - Por que voltou?

TEO: - Pra dar um tempo. Preciso que guarda isso pra mim...

FLOR: - Não toco nisso por nada.

TEO: - Não poso aparecer em casa com o dinheiro do meu próprio sequestro.

FLOR: - Isso é um problema seu.

TEO: - Nosso. Te envolvo nisso. Crio uma história bem convivente. E você florzinha, vai passar o resto da vida no xilindró.

FLOR: - Cafajeste! Eu guardo. Mas, só até amanhã.

TEO: - Muito bem. Boa menina! E aí de você se ousar em tocar nessa grana ou sumir com ela. Vou atrás de você até no inferno. (Sai)

CENA LXIX

EXTERNA - NOITE - CASA DA FLOR

(Gustavo escondido vê Téo sair da casa de Flor)

CENA LXX

EXTERNA - NOITE - CASA DE FLOR

FLOR: - Ué, voltou?(Abre a porta)Que é? (Espanto) Seu Gustavo?

GUSTAVO: - Me diz que estou enganado.

FLOR: - Do que?

GUSTAVO: - Não sabe mesmo do que estou falando? Então que Téo estava fazendo em sua casa na noite do seu sequestro?

FLOR: - Eu posso explicar...

GUSTAVO: - Ele deixou o dinheiro com você, não é mesmo?

FLOR: - Sim senhor… Mas eu não tenho nada a ver com isso...

GUSTAVO: - Não me importo com seu grau de envolvimento. Só quero o dinheiro. E essa conversa, nunca tivemos.

FLOR: - Aqui está

GUSTAVO: - (Rir sarcasticamente) Muito bem.

FLOR: - E que eu digo ao seu Téo.

GUSTAVO: - O que ele merece ouvir… A verdade.

FLOR: - E a dona Nora?

GUSTAVO: - Vai dizer que transou com o marido dela e depois o ajudou num sequestro? Não? Então fica na tua. E todos ficamos felizes. (Sai)

CENA LXXI

INTERNA - NOITE - SALA

TÉO: - Nora!

NORA: - Téo… (Se abraçam) Como você está meu amor, você está bem? Que fizeram contigo, meu amor? Eu não suportaria se alguma coisa acontecesse contigo...

TÉO: - Estou bem meu amor. Estou bem minha delícia. Graças a você. Mais uma vez você, a mulher da minha vida provou que né ama...

NORA: - Minha vida não é nada sem você. Mas como foi tudo isso...

TÉO: - Agora não minha delícia… eu estou meio traumatizado… A única coisa que quero agora, e sentir os beijos e o calor do seu corpo...

NORA: - Eu vou cuidar de você, meu amor...

TÉO - Vamos pro nosso quarto. Preciso e uma ducha quente e de você. Obrigado por pagar o resgate...

NORA: - Sua vida é mais importante que qualquer quantia.

GUSTAVO: - Vejo que o soltaram. Pelo jeito, está bem, ótimo!

NORA: - Obrigada meu amigo.

GUSTAVO: - Amigo!

TÉO: - Sei que ajudou Nora. Te agradeço.

GUSTAVO: - Fiz o que tinha que ser feito. E você está aqui, bem. E é isso que importa.

NORA: - Verdade meu amigo

TÉO: - Nora. Preciso de um banho. Me acompanha?

NORA: - Claro meu querido. (Pra Gustavo) Mais uma vez, obrigado.

GUSTAVO: - Será sensato deixá-los sós… Uma boa noite. (Sai)

TÉO: - Vamos minha delícia… Tô sedento por você… Tá afim? (Estende a mão)

NORA: - Sempre. (Segura a mão dele e sai junto)

CENA LXXII

INTERNA - DIA - SALA

NORA: - Você vai ficar bem?

TÉO: - Sim, sim… vou.

NORA: - Flor faz um almoço reforçado. Hoje venho almoçar com Teo.

FLOR: - Sim senhora.

NORA: - Até daqui a pouco meu amor.

TÉO: - Até minha delícia. (A beija e ela sai) Vamos lá, vou pegar minha grana…

FLOR: - Não tem mais grana nenhuma...

TÉO: - Que conversa é essa? Você quer morrer?

FLOR: - Seu Gustavo pegou o dinheiro, assim que o senhor saiu...

TÉO: - Gustavo o que?

FLOR: - Pegou tudinho e levou com ele.

TÉO: - Maldito, desgraçado! (Ela sai. A ódio no olhar dele)

CENA LXXIII

EXTERNA - DIA - PRAÇA

GUSTAVO: - Estava te esperando.

TÉO: - (Pega ele pelo colarinho) Canalha, cadê minha grana?

GUSTAVO: - Ei calma rapaz?!

TÉO: - Quero minha grana!

GUSTAVO: - Que grana? A do seu sequestro? Pagamos aos sequestradores e você está livre. Sem nenhum arranhão.

TÉO: - Canalha!

GUSTAVO: - Pensou o que? Achou mesmo que ia me passar a perna? Seu frangote irresponsável. Que por tudo a perder? Com esse planinho chinfrim…

TÉO: - Se não me devolver a grana, te desmascaro… Conto quem realmente é você.

GUSTAVO: - E sai dessa história sem nada? Com uma não na frente e outra atrás? Você não pode ser tão burro.

TÉO: - Isso não vai ficar assim… Vai ter troco.

GUSTAVO: - Sim. Vai. Eu pago, quero o troco.

CENA LXXIX

DIA - INTERNA - SALA

FLOR: - Você?

CAMILA: - Por que surpresa? Téo?

FLOR: - Não está. Você não deveria está no escritório?

CAMILA: - Fui visitar minha pobre mãezinha que está nas últimas… (Rir) Aí meu Deus! Sou muito boa nisso! Sabe doméstica, o que eu mais quero nesse momento e deitar naquela cama gigantesca de dona Nora, e transar com o gostoso do marido dela. Sabe o que é isso? Ah, sabe, né? Você já provou… (Rir) Safadinha! E não me olha com essa cara. Você não é melhor que eu. Olha, se Teo chegar. Diz que o espero no quarto.

FLOR: - Não tem medo que Dona Nora a pegue na cama dela?

CAMILA: - Aquela víbora estará muito ocupada hoje… (Sai)

FLOR: - Não posso compactuar com isso… Não posso!

TÉO: - Deu pra falar sozinha?

FLOR: - Quem vive num hospício, só pode ficar louca.

TÉO: - Só pode ser louca. E ainda mais burra. Como pode perder todo aquele dinheiro...

FLOR: - Não perdi. Pois nunca me pertenceu. Sua amante está te esperando lá… no quarto.

TÉO: - Olha! Teremos festinha… (Há uma rigidez no rosto dela) Quer participar? (Sai)

FLOR: - (Pega o celular)

CENA LXXV

INTERNA - ESCRITÓRIO - DIA

NORA: - Como pode isso?

AUGUSTO: - Não é de espantar… Vindo desse ser desprezível não me espanta nada.

NORA: - Me enganou… Não há empresa alguma. Investi, em nada. E pra onde foi todo dinheiro.

AUGUSTO: - Deve ter uma conta… Quem sabe um laranja.

NORA: - Faço tudo por ele...

AUGUSTO: - Eu sei.

NORA: - Você sempre esteve certo. Sempre tentou abrir meus olhos...

AUGUSTO: - Ele sempre lhe traiu. Lhe enganou, mentiu pra você e te roubou.

NORA: - (Telefone toca) Alô? Calma Flor, fala devagar…

FLOR: - (OFF) A senhora precisa vir urgente pra casa...

NORA: - Que foi? Que está acontecendo?

FLOR: - (OFF) Venha e veja com seus próprios olhos… (Desliga)

NORA: - FLor? Flor…. Desligou...

AUGUSTO: - Algum problema?

NORA: - Está nervosa… Disse que eu preciso ir em casa… Eu vou lá.

AUGUSTO: - Calma. (Pega uma arma) Leve isso.

NORA: - Pra que isso?

AUGUSTO: - Pra sua proteção. Vai que precisa. Você não sabe mais com quem está lidando. Téo forjou o próprio sequestro.

NORA: - Eu já desconfiava.

AUGUSTO: - Não quer que eu…

NOEA: - Não.

GUSTAVO: - Proteja-se se preciso for.

(Ela coloca a arma na bolsa e sai)

CENA LXXVI

INTERNA - DIA - SALA

NORA: - Que foi Flor?

FLOR: - No seu quarto.

NORA: - No meu quarto? Que tem lá?

FLOR: - Veja com seus próprios olhos… Dona Nora? Estou me demitindo.

NORA: - Como é que é?

FLOR: - Aqui não fico um só minuto. Seu marido é um canalha.

NORA: - Não estou entendendo nada.

FLOR: - Vá até seu quarto e entenderá. (Tira o avental. Sai)

CENA LXXVII

INTERNA - QUARTO - DIA

TÉO: - Que foi Flor? Que participar?

NORA: - Canalha!

CAMILA: - Ai meu Deus!

NORA: - Você cala a boca e sai daqui sua piranha!

CAMILA: - Pelo amor de Deus dona Nora…

NORA: - Cai fora… Minha conversa é com ele, com esse cafajeste.

(Camila se enrola no lençol e sai)

TÉO: - Calma Nora, você não quer fazer isso. Oh minha delícia, isso aqui, não significa nada. Coisa de homem. É só sexo. Já nós, é amor..

NORA: - Cala a boca! Cala boca seu gigolozinho de merda! Eu já sei de tudo. De suas traições, da empresa inexistente, da sua extorsão a Diná, do falso sequestro e tudo mais…

TÉO: - Sabe mesmo? Então a grande empresária sabe mesmo de tudo. Será que sabe? Pois vou te dizer. Eu nunca te amei, e era um esforço danado ficar excitado pra deitar contigo, até confesso tive que recorrer a alguns métodos estimulantes… Acha mesmo Nora que um homem como eu te amaria de corpo e alma? (Rir) Você não passa de uma velha ridícula. Detesto essa tua pele flácida, esse teu cheiro escondido por baixo de tantos cremes e perfumes importados. Tenho nojo de você, repulsa por cada beijo, por casa toque. A única coisa que me ligava a voce, era o dinheiro… e por dinheiro faço qualquer coisa. Agora que sabe a verdade, podemos chegar a um acordo. E olha que ainda não terminei… (Deita na cama. Se insinua pra ela) Você não que continuar o serviço que Camila deixou pela metade.

NORA: - Claro… Vou terminar.

(Ela dar três tiros) (Sente uma dor dilaceradora. Se abraça O corpo dele)

CENA LXXVIII

INTERNA - DIA - ESCRITÓRIO

CAMILA: - A casa caiu… Ela está louca.

GUSTAVO: - Quem manda ser burro.

CAMILA: - Ela chegou lá armada… Você precisa fazer alguma coisa...

GUSTAVO: - Só faço a remoção.

CAMILA: - Ela vai matar ele.

GUSTAVO: - Menos um… (Telefone toca) Nora?

CENA LXXIX

INTERNA - DIA - SALA

NORA: - Eu atirei nele… Está morto! (Em choque)

CENA LXXX

INTERNA - DIA - ESCRITÓRIO

GUSTAVO: - Nora, me escuta. Fica aí… não faz nada. Não liga pra ninguém. Eu vou pra ir. Juntos vamos resolver tudo isso. Calma, já estou indo…

CAMILA: - Que foi.

GUSTAVO: - Téo…

CAMILA: - Que tem o Téo?

GUSTAVO: - Cantou pra subir, ou descer, sei lá…

CAMILA: - Téo morreu? (Ele sai) Não… Não pode ser. Isso não é justo. Era um canalha… Mas, eu o amava mesmo assim… Teo, Teo… (Prantos)

CENA LXXXI

INTERNA - TARDE - SALA

Nora está sentada no meio da sala suja com o sangue de Téo. Ela está em choque.

GUSTAVO: - Nora...

NORA: - Ele está morto. Morto! Eu atirei nele. Gustavo, eu o matei.

GUSTAVO: - Calma Nora. Tudo vai ficar bem… Me dá essa arma.

NORA: - Eu sou uma assassina… Vão me prender.

GUSTAVO: - Vamos dar um jeito nessa bagunça. Ninguém precisa saber o que aconteceu aqui.

NORA: - Mas como? E o corpo?

GUSTAVO: - Você deixa comigo. Ninguém vai saber que ele está morto. Pra todos os efeitos, vocês brigaram e ele desistiu do casamento. Foi embora e levou algumas joias suas. 

NORA: - Não vão acreditar.

GUSTAVO: - Vão. Você investiu nele, ele te deu um golpe. Isso basta. E no mais, quem iria procurar por ele.

NORA: - Que vai fazer?

GUSTAVO: - Você vai pra casa da Diná e conta essa história...

NORA: - Ela é uma traidora.

GUSTAVO: - Releva. Precisa de um álibi… Caso alguém descubra o que aconteceu. Deixa que eu cuido das coisas por aqui. Tenho uns amigos que podem nos ajudar a se livrar do corpo.

NORA: - Vou chamar um taxi..

GUSTAVO: - Não. Meu carro está na garagem. Vai nele. Não podemos ter registro. (Nora sai)

TÉO: - Te disse que era bom ator. Mas esse festim queima.

GUSTAVO: - Tem sorte de eu não colocar munição verdadeira.

TÉO: - Você não faria isso, faria? Deixa pra lá… Melhor nem responder.

GUSRAVO: - Agora é hora de sumir… Nosso contrato acabou.

TÉO: - E minha grana?

GUSTAVO: - Transferi uma parte. A outra só quando estiver bem longe.

TÉO: - Que bom que tudo Não aguentava mais essa velha pegajosa. Bom, até lá vista baby!

GUSTAVO: - Não pense em me chantagear… (Entrega uma foto)

TÉO: - Que faz com uma foto de minha filha?

GUSTAVO: - Tenta… E ela morre primeiro. Depois você.

TÉO: - Sou profissional. Cumpro com o trato.

GUSTAVO: - Sei bem o tipo de profissional que você é… Estou te dando uma segunda chance. Eu poderia deixar Nora tirar você do meu caminho.

TÉO: - Por que não deixou?

GUSTAVO: - Tenho uma certa estima por você. Posso precisar dos teus “outros sérvios”. Agora vai, antes que eu me arrependa. (Téo sai)

CENA LXXXII

INTERNA - TARDE - SALA

DINÁ: - Nora?

NORA: - Posso entrar?

DINÁ: - Que ouve?

NORA: - Eu coloquei Téo pra fora de casa...

DINÁ: - Oh, minha amiga! (Abraça) Senta...

NORA: - Você tinha toda razão…

DINÁ: - Eu sei o quanto está sofrendo. Você o amava. 

NORA: - Muito!

DIAS DEPOIS

CENA LXXXIII

INTERNA - DIA - ESCRITÓRIO

GUSTAVO: - Que bom que retornou só trabalho.

NORA: - Só eu sei o quanto está sendo difícil seguir. E te agradeço muito por tocar os negócios por mim...

GUSTAVO: - Uma vez, uma grande mulher e empresária me disse: Temos que unir o útil, ao agradável. E que tudo tem um preço, que devemos olhar sempre a frente, que só assim, seremos o melhor...

NORA: - Talvez na sua arrogância ela soubesse tudo de negócio, e não dominasse o básico da vida. Sorte no jogo, azar no amor...

GUSTAVO: - Amor, paixão… são sentimentos perigosos. Sentimentos que nos tira da razão, nos cegam, e nós faz cometer erros gravíssimos.

NORA: - Como posso lhe pagar por tudo que você fez por mim?

GUSTAVO: - Aceite meu pedido de casamento.

NORA: - Casar com você?

GUSTAVO: - Por que a repulsa?

NORA: - Não o amo.

GUSTAVO: - Não estou lhe pedindo que me ame. Não tem opções...

NORA: - Não estou entendendo nada.

GUSTAVO: - Você acha mesmo que Téo entrou na sua vida por acaso?

NORA: - Foi você… (Estarrecida)

GUSTAVO: - Sim. O conheci na rua… Teo é um michê desses que fica nas ruas em busca de satisfazer os desejos dos outros, em troca de alguma grana... E sei exatamente porque você se apaixonou por ele... (Cena de Téo trabalhando, entrando num carro)

NORA: - Você e Téo…?

GUSTAVO: - Que mundo pequeno… Tolice achar que só você podia usufruir de tamanho prazer… Se é que me entende?(Cena deles juntos)

NORA: - Você é desprezível. Repugnante, um bolha!

GUSTAVO: - Camila, seu secretária, ou seria secretina? É uma das meninas do treme-treme famoso local de prazer a granel e barato… (Mostra cena dela na rua)

NORA: - Você é muito mais sujo que imaginava.

GUSTAVO: - Sua amiga esteve nas minhas mãos...

NORA: - Você armou contra ela…

GUSTAVO: - Nem sua empregada escapou. Ela era minha fonte na sua casa.

NORA: - Tudo isso pra que? Pra que? Me responda… Se é meu amor, você nunca terá.

GUSTAVO: - Desistir do seu amor. Quero apenas o matrimônio e cinquenta por cento do seu patrimônio.

NORA: - Está louco? Jamais te daria parte do meu patrimônio.

GUSTAVO: - Ou isso, ou te entrego pra polícia...

NORA: - Você também vai preso. Você me ajudou. Você sumiu com o cadáver…

GUSTAVO: - Você não tem como provar.

NORA: - No prédio tem câmeras…

GUSTAVO: - Comprei o rapaz que estava de plantão. Ele desligou todas as câmeras naquele período da minha entrada. Será que você ainda não entendeu que eu armei tudo? E você caiu. Perdeu Nora, perdeu! Você tinha sorte nos negócios, era prudente... Até entra o amor, ou seria sexo, selvagem!

NORA: - Prefiro ir pra cadeia que casar com você passando parte de tudo que tenho.

GUSTAVO: - Vou te dar um tempo pra pensar… Daqui a uma hora, eu volto.(Saindo)

NORA: - Gustavo? (Abre a gaveta)

GUSTAVO: - Sim?

NORA: - Já tenho uma resposta.

GUSTAVO: - Qual?

NORA: - (Atira) Vá pro inferno.

GUSTAVO: - Sua maldita! (Cai. Agoniza. Ela atira outra vez. Morre)

NORA: - (Bagunça toda sala pra ficar luta. Rasga a blusa, despenteia o cabelos, beija a boca de Gustavo espalhando o batom. Pega as mãos dele e com os dedos  se arranha. Pega o telefone) - Alô é da polícia? Eu fui ataca. E acho que matei meu agressor… Por favor, preciso de ajuda.

F I M

 

 

 

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   ATÉ QUE A MORTE OS SEPARE...               de Marcondys França PERSONAGENS: CANDIDA MATILDE: Irmã de Cândida. ISABEL: Filha de Cândida. M...