quarta-feira, 4 de julho de 2018

UM CURUMIM NO SÍTIO DO PICA PAU AMARELO


UM CURUMIM NO SÍTIO DO PICA PAU AMARELO
Texto Inspirado em O Sítio do Pica Pau Amarelo
De: Marcondys França
PERSONAGENS:



DONA BENTA
NASTÁCIA
EMÍLIA
VISCONDE
PEDRINHO
NARIZINHO
CURUMIM
SACI
CUCA
FADA




CENA I
(Entra o Saci afobado)
CUCA:
- (Se admirando) Há espelho! Espelho... Há coisa mais linda por todo pântano? Não! Claro que não.

SACI:
- Prima... Prima...

CUCA:
- Ah, que susto! Saci. Que escândalo é esse?

SACI:
- Acabo de vim da floresta.

CUCA:
- Que novidade! Como se eu não soubesse.


SACI:
- Mas trago boas novas. Tenho certeza que o tenho para lhe dizer vai te agradar.

CUCA:
- Se for sobre suas travessuras na mata, pouco me importa.

SACI:
 - Seu plano mirabolante deu certo.

CUCA:
- Qual? Sou tão inteligente, e com tantas idéias...

SACI:
- Enfim, vão construir a barragens perto da aldeia dos curumins.

CUCA:
- Que maravilha! Então, logo toda região se tornará um escuro e fedido pântano!

SACI:
- É isso ai prima!

CUCA:
- Então vamos comemorar! (Música)


CENA II
DONA BENTA:
- Anastácia! Anastácia...

NASTÁCIA:
- Que foi Sinhá?

DONA BENTA:
- Veja. (Com a carta na mão) Tenho boas novas!

NASTÁCIA:
- Notícias?

DONA BENTA:
- Narizinho e Pedrinho chegam hoje.

NASTÁCIA:
- Que maravilha, Sinhá. Tenho que preparar algo muito gostoso para as crianças.

DONA BENTA:
- Que tal aquele delicioso bolo de pé de moleque que só você sabe fazer?...

NASTÁCIA:
- É uma boa idéia Sinhá. Deixa eu correr mode fazê logo. Tenho certeza que Narizinho e Pedrinho vão chegar com uma fome de leão.

DONA BENTA:
- Vá sim. Está féria aqui no Sítio do Pica pau Amarelo será inesquecível!
CENA III

PEDRINHO:
- Estamos no sítio!

NARIZINHO:
- Não vejo a hora de abraça a vovó Benta.

PEDRINHO:
- E eu de experimentar as delícias preparadas pela tia Nastácia.

NARIZINHO:
- Então vamos entrar. Já posso sentir o cheiro de longe.

DONA BENTA:
- Meus queridos!

CRIANÇA:
- Vovó!

DONA BENTA:
- Que alegria! Lúcia e Pedro é muito bom tê-los aqui no sítio. Hoje é o dia mais feliz da minha vida.

NARIZINHO:
- Feliz estamos nós vovó.

PEDRINHO:
- Não víamos á hora de chegar as férias e correr para o sítio.

NARIZINHO:
- E tia Nastácia?

DONA BENTA:
- Anastácia?

ANASTÁCIA:
- que é Sinhá?

DONA BENTA:
- Veja. Chegaram!

NASTÁCIA:
 - Que bom Sinhá. Hum, preparei um lanche daqui ó...

PEDRINHO:
- Sentimos o cheirinho gostoso do seu bolo a quilômetros.

NARIZINHO:
- Lanche como os seus não há!


DONA BENTA:
- Então vamos entrar. Quero que me contem todas as novidades.
CENA IV
CURUMIM:
- Enfim uma casa. Mas que lugar é esse? Hum! Que cheirinho bom. É melhor não deixar que percebam minha presença. (Sai)

CENA V
NASTÁCIA:
- Nesta caixa está um pequeno mimo que fiz pra você Narizinho.

NARIZINHO:
- Um presente? Que é? Adoro!

DONA BENTA:
- Abra Narizinho.

NARIZINHO:
- É uma boneca. É linda!

ANASTÁCIA:
- Que bom que gostou! Fiz com muito carinho.
NARIZINHO: - Adorei! Obriga tia Nastácia. Vai se chamar Emília. Agora estamos empatados. Pedrinho tem o Visconde de Sabugosa e eu tenho a Emília.

DONA BENTA:
- Crianças... Agora vão fazer um lanche e depois irão para cama. Fizeram uma longa viagem e precisam descansar.

PEDRINHO:
- É... Tenho muito que explorar. Aventuras aqui estou eu!
DONA BENTA: - Claro. Poderá viver as aventuras que desejam... Mas só amanhã.

NARIZINHO: - Vovó será que dá pra senhora contar uma história antes da gente dormir?

DONA BENTA: - Claro, meus queridos. (Saem)

CENA VI

(Entra a fada e joga o pó de pirlimpimpim em Emília. “Música”)

FADA:
 - Com esse pó de pirlim pimpim você ganhará vida. (Joga o pó) E com essa pílula falante do estoque do doutor Caramujo, você irá falar. Está pronta!

EMÍLIA:
- Tô falando! Posso falar. É... Até posso cantar. Ninguém vai acreditar. Eu posso falar. (Entra Anastácia)
ANASTÁCIA: - Narizinho?

EMÍLIA: - Que narizinho que nada.

ANASTÁCIA:
- Hê, He! Ave Maria! Valei-me Deus... Mas que assombro é esse?

EMÍLIA:
- Que assombro que nada! Não vê que sou eu? Emília.
NASTÁCIA: - Vala-me Deus! Que espanto é esse?
EMÍLIA: - Espanto coisa alguma! Apenas uma boneca falante.

NASTÁCIA:
- Onde já se viu?!

EMÍLIA:
- Aqui mesmo! Bem aqui, no Sítio do Pica Pau Amarelo. Onde tudo é possível!

NASTÁCIA:
- Hem, hem! Virge santíssima! A boneca tá possuída.

EMÍLIA:
- É ruim hein!? Eu possuída. Só o que faltava. BUUUUUUUU! (Assusta)

NASTÁCIA:
- Sinhá! Sinhá... (Sai Correndo)
EMÍLIA:
- Eu hein! Que deu nela? Nossa... De repente me deu uma vontade de cantar

(Entra o Saci)

SACI:
- Carambola! Que tá acontecendo por aqui? Uma boneca falante. A prima tem que ficar sabendo disso. Ei, onde foi parar aquele curumim? (Sai)
CENA VII

(Tia Nastácia entra e coloca uma bandeja cheia de bolinhos na mesa. Sai. Curumim entra com cuidado para não ser visto, pega os bolinhos e sai)

DONA BENTA:
- Não é possível! Isso é muito estranhos. Coisa desse tipo nunca aconteceu aqui no sítio.

PEDRINHO:
- Tenho toda certeza que vi a bandeja cheia de bolinhos bem aqui.

NARIZINHO:
- Também vi. Estavam ai agorinha mesmo.

DONA BENTA:
 - Nada some assim, do nada.
NASTÁCIA:
- (Entra assustada) Sinhá... Sinhá...

DONA BENTA:
- Que foi Nastácia? Está branca feito cera.

NASTÁCIA:
 - Se eu disser a Sinhá não vai acreditar.

PEDRINHO:
- E não disser a vovó nunca saberá.

NASTÁCIA:
- A boneca Emília.

NARIZINHO:
- Que tem Emília? Não vai dizer que também sumiu!

NASTÁCIA:
- Pior que isso. Primeiro pensei que fosse coisa da minha cabeça. Mas agora...? Venham... Venham vê. (Saem)
CENA VIII

(Visconde esta sentado lendo um livro. Entra Emília)


EMÍLIA:
- Você deve ser o talzinho... Visconde Sabugosa!

VISCONDE: - Isto mesmo. Sou o Visconde Sabugosa.

EMÍLIA:
- Então a fada também te fez uma visitinha?!
VISCONDE – Correto. E você é Emília a boneca atrevida. Perdão! A boneca falante.

EMÍLIA:
- Atrevida fica por sua conta. Sou a boneca mais incrível do mundo!

VISCONDE:
– Não acha que tomou pílulas falantes demais?

EMÍLIA:
- Não. Você que tomou de menos. Ao contrário de você Visconde, eu nasci para brilhar! VISCONDE – Não seria para falar!? (Entra todos)

NASTÁCIA:
- Vejam com seu próprios olhos! Estão falando.

PEDRINHO:
- Que bacana!

NARIZINHO:
- Que Legal!

EMÍLIA:
- Que foi Dona Benta? Nunca viu uma boneca?

DONA BENTA:
- Boneca, já vi. Mas, que fala, não.

EMÍLIA:
- Agora está vendo e ouvindo.

PEDRINHO:
- E você também sabe lê?

VISCONDE:
– Não só sei lê como conheço todas as enciclopédias do mundo. Afinal, vivi toda minha existência dentro de uma biblioteca.

NARIZINHO:
- Que barato!

EMÍLIA:
- Barato é marido da barata!

NASTÁCIA:
- Só pode ser coisa do tinhoso.

FADA:
– Engano seu minha cara Nastácia. É mágica. Apenas mágica. Antes que me perguntem. Sou a fada Cristal. Não sou do mundo real. Mas tenho aqui uma missão...

PEDRINHO:
- Que missão?

FADA:
- É segredo. No tempo certo vocês saberão. Até breve! (Sai)

EMÍLIA:
- Ah, se foi. Pelo que estou sabendo temos um mistério para resolver.

DONA BENTA:
- Mistério?

PEDRINHO:
- É verdade. Temos que descobrir onde foram parar os deliciosos bolinhos da tia Nastácia.

NASTÁCIA:
- É tanta coisa aconteceno ao mesmo tempo, que to até zonza!


NARIZINHO:
- Como descobriremos?

EMÍLIA:
- (Para Visconde) Você não é o sabichão? Já leu todos os livros do mundo! Então, deve saber como resolver este grande mistério.
VISCONDE – Bem lembrado Emília. Para todas as perguntas há uma resposta, e quanto mais lemos, mais perguntas sabemos responder. (Pega um livro) Aqui. Eu sabia!

DONA BENTA:
- O que?

PEDRINHO:
- Vamos fazer uma armadilha.

VISCONDE:
 – Mas para isso precisamos de uma isca.

NARIZINHO:
- Basta apenas fazer bolinhos e deixar no mesmo lugar.
NASTÁCIA: - O sapeca vai tentar pegar os bolinhos...

VISCONDE:
- E com uma rede prendemos ele.


DONA BENTA:
- Então vamos logo por esse plano em prática.

NASTÁCIA:
- Sinhá, vou preparar mais bolinhos.

PEDRINHO:
- Eu e o visconde vamos preparar a rede.

EMÍLIA:
- Eu e Narizinho vamos preparar uma armadilha surpresa.

PEDRINHO:
- Armadilha surpresa?

EMÍLIA:
- É. Coisa de meninas. (Para Visconde) Pensou que só você tem boas ideias?!

DONA BENTA:
- Então vamos logo. (Saem)

CENA IX

(Nastácia põe os bolinhos no mesmo lugar de antes. Curumim entra e pega vários, quando está saindo, Emília e narizinho estica a corda, ele tropeça e vai direto na rede preparada por Visconde e Pedrinho)

EMÍLIA:
- Pegamos!

NASTÁCIA:
- Ah, danadinho!

CURUMIM:
- Por favor, não me façam nenhum mal.

DONA BENTA:
- Quem é você?

CURUMIM:
- Sou Curumim. Sou da tribo Tupi.
VISCONDE – E o que um Curumim da tribo Tupi faz aqui no sítio?

CURUMIM:
- Vim em busca de ajuda para meu povo.

NARIZINHO: - Seu povo está em perigo?

CURUMIM:
- Minha tribo está preste a sumir di mapa.

EMÍLIA:
- Por que?

CURUMIM:
- Vão construir uma barragem e logo toda aldeia será inundada.

PEDRINHO:
- Isso é horrível!

NARIZINHO:
- Não podem fazer isso.

CURUMIM:
- Não só podem como vão fazer. Meu povo será obrigado a deixar suas ocas e assim aos poucos deixaremos de existir.

NASTÁCIA:
- Que gente cruel!

EMÍLIA:
- Tem que haver um jeito de impedir estes mal feitores.

DONA BENTA:
- Visconde, sabe de alguma forma de impedir que isto aconteça?

VISCONDE:
– Bom, preciso consultar um dos meus livros de direitos...

PEDRINHO:
- Aqui está Visconde.

VISCONDE:
– Deixa eu vê. Aqui. (Lê) Achei. Temos uma chance.

EMÍLIA:
- Qual?

VISCONDE:
– Se juntarmos mais de um milhão de assinaturas pela preservação da área onde se encontra a aldeia, a assembléia não poderá ignorar.
EMÍLIA: - Então vamos começar a colher estas assinaturas o quanto antes.

NARIZINHO:
- Então o que estamos esperando?

PEDRINHO:
- Vamos utilizar todos os meios: Carta, internet, porta a porta...

NARIZINHO:
- Vamos mover toda sociedade.


DONA BENTA:
- Eu e Anastácia vamos para a cidade. Lá conhecemos muita gente.

NASTÁCIA:
- É isso aí Sinhá.

EMÍLIA:
- Então vamos! O que estão esperando? Mãos a obra! Temos muito que fazer. (Saem)

CENA X
CUCA:
- Maldição! Não pode ser... Se eles conseguirem estas benditas assinaturas tudo estará perdido!

SACI:
- Que foi prima? Que tanto resmunga?

CUCA:
- Aquela branquela fadinha! Vai estragar tudo.

SACI:
- Se quiser posso atrapalhar! A prima sabe que posso.
CUCA: - Não pode. Estão protegidos por mágica. Graças aquela fada intrometida.


SACI:
- Mas está tudo certo. Logo aquela aldeia vai virar um grande pântano!

CUCA:
- Não mais. Graças aquela fadinha de meia tigela. Não poderei desfilar exibindo a minha beleza naquele tão desejado pântano.

SACI:
- E agora prima?

CUCA:
- Agora vou planejar a minha vingança. Afinal, sou a Cuca. É a Cuca. (Sai)

SACI:
- Hei, espera por mim... (Sai)

CENA XI
FADA:
- Esta era minha missão, participar desse ato de bondade de todos vocês em ajudar a Curumim a salvar sua aldeia. Agora já posso voltar á terra da magia e não mais serei uma fada estagiária. Agora recebei a minha varinha de condon. Sempre que precisarem, estarei por perto.



CURUMIM:
- Dona Benta, Tia Nastácia, Narizinho, Pedrinho, Emília e Visconde... Mim querer agradecer o que vocês fizeram pela minha tribo. E a forma que encontramos agradecer por tudo é dançando. É o que chamamos de poraces. A nossa dança da gratidão. (Música)


F I M

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