quarta-feira, 4 de julho de 2018

É TUDO MENTIRA - ATO II


SEGUNDO ATO

CENA I
BLANSH:
- Precisamos conversar.

HIAGO:
- Acredito que esteja errada, não temos nada pra conversar.

BLANSH:
- Não pense que vai me descartar. Não vou deixar que faça de mim um objeto inútil depois de ser usado.
HIAGO: -É exatamente isso que você é Blansh.

BLANSH:
- vou tornar sua vida um verdadeiro inferno!

HIAGO:
- Se pensa que me fazendo ameaças vai conseguir me ter ao seu lado. Engano seu.

BLANSH:
- Acabo com o seu casamento em dois tempos aponto de não levar a futuro.



HIAGO:
- Você vai enxergar a mulherzinha vulgar que você é.

BLANSH:
- Vulgar mais me quis na cama.

HIAGO:
- Fui reduzido por suas artimanhas.

BLANSH:
- Foi porque quis, não lhe obriguei a nada! Desejou tanto quanto eu.

HIAGO:
- Fiz com você o que faria com uma qualquer, uma prostituta. Acha mesmo que entre nós ouve afetividade? Foi apenas sexo! Só isso.

BLANSH:
- Mentira!




HIAGO:
- Não queria chegar a esse ponto, mas você me obrigou. Você nunca simplificou nada pra mim.

BLANSH:
- Prometo, te dou minha palavra que nunca irá me esquecer. Vou fazer parte dos seus mais terríveis pesadelos.

HIAGO:
- É apenas isso que você é na minha da vida, uma assombração!

BLANSH:
- Não fui nada! Vou tornar sua vida um verdadeiro inferno. Se ama tanto minha irmã por que fazê-la sofrer? Pense nisso meu querido! Pense com carinho... (saí).

CONSTANZA:
- A pressão está forte não é.

HIAGO:
- Blansh está pegando pesado.

CONSTANCIA:
- É melhor o senhor abrir o jogo antes...
HIAGO:
- Nunca me perdoará.

CONTANCIA:
- Se for o senhor a contar, de todos os estragos, o menor.

HIAGO:
- Não sei. Meu Deus! Que merda fui fazer? Desculpe-me Constanzia.

CONTANZA:
- Esquenta não. É, realmente uma grande merda. Mas, senhor conte a sua esposa. Mostre seu arrependimento, acabe com esta agonia. Quanto mais tempo essa história levar maior será as consequências.

HIAGO:
- Tenho medo de perder minha mulher.

CONSTANZA:
- Irá perder se continuar a esconder dela a verdade. Conte-a verdade, desmascare esta vadia. Se o senhor não fizer sabe Deus que este monstro vai fazer para destruir seu casamento.

CANA II

BLANSH:
- Ida...

AÍDA:
- Que foi Blansh?! Por que essa euforia?

BLANSH:
- Preciso te contar algo, sei que a princípio você vai estranhar e até duvidar do que vou lhe dizer.

AÍDA:
- Assim você me assusta. O que lhe perturbar minha querida?

BLANSH:
- Tenho notado que algumas coisas tem sumido de dentro de minhas gavetas.

AÍDA:
- Que tipo de coisas?

BLANSH:
- Objetos de uso pessoal
AÍDA:
- Talvez, na hora da limpeza, de arrumar suas coisas, Contanza tenha colocado em outro lugar sendo assim, não estando no local de habito, você esteja com esta dificuldade de encontrar. É natural! Por acaso já perguntou a Constanza?

BLANSH:
- Porque tenta justificar a tudo? Será que não é óbvio? Estou praticamente lhe dizendo com todas as letras e você faz questão de não entender.

AÍDA:
- Isto é grave Blash!

BLANSH:
- Mas é real. Sua empregada é uma ladra.

AÍDA:
- (Fecha a porta) Fale baixo!

BLANSH:
- É bom que escute.

AÍDA:
- Você perderá ser processada.
BLANSH:
- E se houver prova?

AÍDA:
- Você presenciou alguma coisa?

BLANSH:
- Eu vi. Com estes olhos, eu vi! ninguém me contou, eu vi. Ele pegou meu anel, colocou no bolso e saiu cantarolando, como se nada tivesse acontecendo.

AÍDA:
- Meu Deus! É difícil de crer.
BLANSH:- Prefere acreditar que eu, sua irmã, estou criando esta história que lhe parece absurda? Com que intuito? Não tenho motivos para tal. Tudo bem que eu não vou com a cara dessa mulher, sei que nosso santo não se cruzam. Mas incriminar esta mulher de algo que não fez? Sereia muita maldade! Deixaria de ser quem sou. Você bem me conhece, posso ser cri-cri! Mais inventar? não.

AÍDA:
- Deus, estou pasma!

BLANSH:
- Quem faz uma, faz mais! E é nessa facilitada que podemos pega-la no flagra.

AÍDA:
- Não sei... Agora me sinto sem ação, sempre conferi tanto na Constanza.

BLANSH:
- No seu caso minha irmã, é ver pra crer. Se não for assim jamais você irá acreditar.

AÍDA:
- Me sinto tão...

BLANSH:
- Tola! Contanza lhe fez de idiota. Mas minha querida, mexeu com a pessoa errada. Mexeu com a minha irmã e mexeu contigo, mexeu comigo! Afinal somos do mesmo sangue. E ninguém tem o direito de lhe fazer de besta.

AÍDA:
- E agora? Que farei?



BLANSH:
- Deixe comigo. Constanza que me aguarde.

AÍDA:
- Que vai fazer? Não quero à polícia metida nisso.

BLANSH:
-Não. Pode deixar! Só vou te mostrar o tamanho da cara de pau dessa mulher. Ah! Não diz nada pro Hiago não. Pelo menos por enquanto.

AÍDA:
- Mais Hiago precisa ficar sabendo.

BLANSH:
- Não Ida! Homens são muito transparentes. Se contar a Hiago meu plano de flagrar vai por álgua abaixo.

AÍDA:
- Tudo bem, por enquanto não direi nada.

BLANSH:
- Ótimo!

AÍDA:
- Agora tenho que ir... Tenho uma reunião muito importante, a noite conversaremos!

BLANSH:
- Tudo bem. Fique tranquila!

AÍDA:
- Até mais tarde querida!

BLANSH:
- Até!

AÍDA:
- Deus!

BLANSH:
- Que foi?

AÍDA:
- Meus projetos?

BLANSH:
- Estão aqui.

AÍDA:
- Obrigada.

BLANSH:
- Fique tranquila. (abraça) Boa sorte!
AÍDA:
- Obrigada.

BLANSH:
- Estarei torcendo por você.

AÍDA:
- Estes são os primeiros projetos que apresento a está companhia, que é de grande porte e, se for aceito será muito bom para mim profissionalmente.

BLANSH:
- Já deu certo! Confie. Você é muito talentosa minha querida! (Aída sai) É constanza, seus dias nesta casa estão contados. Pensou que podia comigo? Se ferrou!

CENA IV

(Constanza está saindo Blansh a interrompe)

CONTANZA:
- Boa noite!

BLANSH:  
-Espere...


AÍDA:
- Que isso Blansh?

BLANSH:
- Que pressa é essa?

AÍDA:
- Blansh!

CONSTANZA:
- Pois não senhora...

BLANSH:
- Mostre a bolsa.

HIAGO:
- Que ridículo!

BLANSH:
- Sei que estou fazendo.

CONSTANZA:
- Não tenho o que esconder!

BLANSH:
- Ótimo! (pega a bolsa e despeja) Ora, mas o que é isso? Será uma pulseira?

CONSTANZA:
- Mas como...

BLANSH:
- É você que tem que nos explicar.

CONSTANZA:
- Eu juro...

BLANSH:
- Ah, pare! Não me venha com historinhas... Ida, conhece essa pulseira?

AÍDA:
- É minha.

BLANSH:
- Não preciso dizer nada. Que faremos? Chamamos a polícia?

CONSTANZA:
- Polícia?

AÍDA:
-Não.

BLANSH:
- Está tudo muito claro!

CONSTANZA:
- Senhora eu juro que...


BLANSH:
- Lágrimas de crocodilo... Minha irmã não se deixe iludir. Hiago tome uma providência...

HIAGO:
- Dona Constanza, vá para casa. Conversarei com Aída e depois lhe chamarei para esclarecer esta situação.

CONSTANZA:
- Senhor, sabe que não fiz isso.
HIAGO: -Vá para casa. (Constanza sai)

BLANSH:
- É óbvio que está acontecendo aqui!

AÍDA:
- Meu Deus! Como é possível?

HIAGO:
- Não acredito que...

BLANSH:
- Sejamos realista a situação em si já diz tudo. Minha irmã, mesmo que não queira acionar à polícia, esta mulher não pode continuar aqui.
AÍDA:
- Devido as evidências, Blansh tem razão!

BLANSH:
- Não há como negar. É fato. Não é mais uma suspeita! Essa mulher deve ser demitida imediatamente.

AÍDA:
- Hiago, Blansh tem razão. A partir de amanhã Constanza não deve mas prestar serviço nesta casa. Com licença! (sai)

HIAGO:
- Que pretende com isso?

BLANSH:
- Eu? Não fiz nada! (sai)

HIAGO:
- Peste!

CENAS IV

AÍDA:
- Constanza?!

CONSTANZA:
- Posso entrar?

AÍDA:
- Claro! Por favor.

CONSTANZA:
- Obrigada!

AÍDA:
- Sinto muito.

CONSTANZA:
- Não sinta. Você não é culpada pelo o que aconteceu.

AÍDA:
- Me sinto uma idiota.

CONSTANZA:
- Não minha querida, você não é idiota. Não deve se sentir culpada. Se existe algum culpado nesta história toda, eu sou a verdadeira culpada. Menti. O tempo todo menti.

AÍDA:
- A verdade já apareceu e você não precisa mais se sentir assim.

CONSTANZA:
- Fui culpada. Omissa!

AÍDA:
- Não tem culpa da falta de caráter de minha irmã.

CONSTANZA:
- A história e bem mais complicada do que imagina minha querida.

AÍDA:
- Do que a senhora está falando?

CONSTANZA:
- Posso sentar?

AÍDA:
- Claro!

CONSTANZA:
- Peço que não me odeie.
AÍDA:-E por que lhe odiaria?

CONSTANZA:
- Por minha franqueza. Fui fraca...

AÍDA:
- Como assim fraca?

CONSTANZA:
- No passado me envolvi com um homem, bonito, educado, rico. Tudo que me parecia impossível. Vinha de uma família modesta, meu pai um bêbado, inútil. Minha mãe uma lavadeira, mãe de sete filhos, eu era mais velha, a que cuidava da casa, das crianças e a que tinha a plena consciência do sofrimento da família. Mas de repente, o impossível aconteceu! Aquele moço uns quinze anos mais velho que eu, bonito, cobiçado, inteligente e rico, olhou para mim. E foi uma paixão arrebatante! Depositei nas mãos daquele homem toda minha inocência de menina, ele me fez conhecer o amor, o prazer e reacendeu em mim a esperança, a esperança por uma vida melhor, digna e feliz. Existia muitas coisas que aquela nova mulher desconhecia, mais eu estava tão apaixonada que não queria saber, nada mais me interessava, não me importava com o que diziam ao meu respeito e aos sinais. Pouco a pouco o conto de fadas foi chegando ao fim e aquele belo príncipe foi se afastando, enfim sumiu. Foi nesta época que descobri que que já não estava mais sozinha, dentro de mim, em meu ventre havia outra vida, eu gerava uma criança fruto daquele amor tão lindo, e não queria acreditar que aquele homem propositalmente havia sumido e sim que algo havia acontecido de grave para que o fizesse sumir. Fui tola, burra! Acreditei nas juras de amor por ele feitas a mim. Minha mãe desconfiada do meu estado resolveu investigar, ir em busca dele. Então descobrimos toda verdade.

AÍDA:
- Casado?

CONSTANZA:
- É. Casado aparentemente feliz e pai de uma menina de seis anos.

AÍDA:
- Meu Deus! Então você foi aquela mulher que infernizou a vida da minha mãe...

CONSTANZA:
- Não! Eu quis abortar a criança mas seu pai não deixou, me pediu para gerar o bebê até o fim da gestação e depois lhe entregar que ele cuidaria da criança junto com sua esposa.

AÍDA:
- Fez tudo planejado por dinheiro.

CONSTANZA:
- Juro que não. Amava seu pai mais que tudo.

AÍDA:
- Mentira. Que amor é esse, que abre mão do seu próprio filho?

CONSTANZA:
- Abri mão sim, e Deus sabe o quanto isto me custou! Fiz isso por amor.

AÍDA:
- Abandona uma criança e diz que fez por amor?

CONTANZA:
- Sim por amor. Que vida está criança teria ao meu lado, junto com um avô bêbado, uma avó lavadeira e doente com mais sete filhos privados de tudo até mesmo das coisas mais básicas? Você não sabe o que é passar fome dia após dia.

AÍDA:
- O mínimo que uma criança necessita é de amor.

CONSTANZA:
- Amor não enche barriga, na hora da fome é impossível se lembrar o que é amor. Sei que fiz o melhor que pude. Foi pensando no bem desta criança que entreguei a seu pai.

AÍDA:
- Foi a partir daí que minha mãe começou a sentir aquelas coisas.
CONSTANZA:-Não. Sua mãe já era doente.

AÍDA:
- Não! Morreu de desgosto. E por que você veio pra minha casa?

CONSTANZA:
- Pra fica mais próximo da minha filha. Queria está mais perto. Vê-la nem que fosse de longe.



AÍDA:
-Sua presença trouxe má sorte à minha família. Só nos trouxe desgraças.

CONSTANZA:
- Não fale assim Aída, por favor.

AÍDA:
- Saia da minha casa. Sua vingança a minha família já foi concluída.

CONSTANZA:
- Nunca quis me vingar tudo isso foi uma fatalidade.

AÍDA:
- Fatalidades podem ser evitadas. Por favor saia.

CONSTANZA:
- Sinto muito! Acredite se pudesse escolher você seria minha filha e não Blansh.(SAI)

CENA V

HIAGO:
- O que faz aqui?

BLANSH:
- Precisamos conversar.

HIAGO:
- Não temos mais nada a conversar.

BLANSH:
- Por que me trata dessa forma? Meu amor, será que não percebe que eu sou a mulher da tua vida?

HIAGO:
- Você acabou com a minha vida.

BLANSH:
- Não! Isso não é verdade. Mostrei pra você que sou a única que te ama.

HIAGO:
- Chama isso de amor?

BLANSH:
- Amor sim, amor! É isso que sinto por você, e sou capaz de tudo por você.

HIAGO:
-Isso não é amor é doença.


BLANSH:
- Doença?

HIAGO:
- Você está doente. Precisa se tratar.

BLANSH:
- Eu sou doente! E ela sã. Se ela te amasse como dizia amar não te viraria as costas, estaria ao seu lado, acreditaria em você.

HIAGO:
- Blansh, não te amo, não quero nada com você, tudo não passou de uma aventura. Você foi pra mim só uma transa e nada mais.

BLANSH:
- Não! Isso não é verdade. Você gastou dos momentos que passamos juntos.

HIAGO:
- Sexo! Só sexo.

BLANSH:
- Isso não vai ficar assim ouviu? Você vai assumir nosso caso. Escuta o que eu vou lhe dizer, se não for meu, não será de mais ninguém.

HIAGO:
- Fora daqui! Fora! Sua louca.
BLANSH:-De mais ninguém!

(BLANSH ENTRA CONSTANZA ESTA NA SALA DE COSTAS P/ PORTA, SEGURA UM TERÇO)

BLANSH:
- O que faz aqui sua velha como conseguiu entrar?

CONSTANZA:
- O porteiro me emprestou uma cópia da chave.

BLANSH:
- Que atrevimento. Saia daqui.

CONSTANZA:
-Não antes de lhe dizer tudo que vim falar.

BLANSH:
-Pirou? Enlouqueceu? Mas essa agora? Acha mesmo que tenho algo para ouvir, ainda mais de você?



CONSTANZA:
- Ah tem! Tem sim. Dona Silvia não era tua mãe.

BLANSH:
- Que isso agora? Pirou de vez, sua velha maluca?

CONSTANZA:
- Quisera está louca Blansh.

BLANSH:
- Que história louca é essa?

CONSTANZA:
- É isso mesmo que você ouviu.

BLANSH:
-Eu fui ao enterro da minha mãe, sei que era muito pequena, mas lembro dela morta, eu vi papai enterrar minha mãe, estávamos todos lá. E agora vem você sua louca dizer que aquela mulher não era minha mãe.

CONTANZA:
- Não, não era. Você é só meia irmã da Aída. Você é fruto da infidelidade do Alberto.


BLANSH:
-Não!

CONSTANZA:
- Aída sempre soube disso.

BLANSH:
- Meu Deus! Sempre acreditei que éramos irmãs biológicas de pai e mãe. Mais por que me esconderam isto?

CONTANZA:
- Porque de certa forma lhe tinham como se fosse filha de ambos.

BLANSH:
-E minha mãe? Como sabe disso tudo?

CONSTANZA:
- Eu sou sua mãe.

BLANSH:
- Não. Não pode ser! Seria um castigo enorme, Deus não seria tão injusto.
CONSTANZA:-Injusto ou não, sou sua mãe.


BLANSH:
- Nunca.

CONSTANZA:
- Queira você ou não sou sua mãe.

BLANSH:
- Dane-se! Quero que desapareça e não me interessa nada sobre você. Escuta aqui sua velha rabugenta, pra mim você vai sempre ser uma empregadinha, pobre e fedida. Minha mãe está morta. Morta! Ouviu.
CONSTANZA:-Você já perdeu a irmã, o homem que diz amar...
BLANSH:-Eu o amo, disso não tenha dúvidas e por ele sou capaz de fazer qualquer coisa.
CONSTANZA:-Sei que sim. Mais nessa história só você será prejudicada. Hiago nunca será seu.

BLANSH:
- Cale-se!

CONSTANZA:
-Você terminara sem sua irmã, sem o homem que ama...


BLANSH:
- Cale-se! O que você quer de mim?

CONSTANZA:
-Seu afeto.

BLANSH:
-Nunca.

CONTANZA:
- Que me reconheça como mãe.

BLANSH:
- Pirou? Isso nunca será possível.

CONSTANZA:
- Então você perderá tudo, até a herança que seu pai deixou.

BLANSH:
-(RIR) Isso não é possível. Sou filha legitima dele e ele me registrou ou seja me reconheceu como filha.

CONSTANZA:
- Menti pro seu pai.



BLANSH:
- Mentira você quer me enlouquecer.

CONTANZA:
- Se eu abri a boca o testamento será anulado e você ficará na desgraça.

BLANSH:
- Sua vaca inútil.

CONTANZA:
- Só quero o seu carinho.

BLANSH:
- Vai pro inferno. te odeio! Te odeio.

CONSTANZA:
- Pense minha querida. Minha felicidade será a sua.

BLANSH:
- Aposto que inventou tudo isso.

CONSTANZA:
- Posso sugerir a Dona Aída a pedir judicialmente o teste de DNA. Vou lhe dar uma semana para pensar. Adeus minha filha.

BLANSH:
- Mais essa! Essa velha fedida não perde por esperar.

(AÍDA ABRE A PORTA HIAGO ESTA A SUA FRENTE)

CENA VI

AÍDA:
- O que você quer?

HIAGO:
- Conversar.

AÍDA:
- Não temos mais nada para conversar.

HIAGO:
- Claro que temos afinal temos uma vida juntos.

AÍDA:
- Tivemos. É passado. E não temos mais. Você fez a sua escolha.

HIAGO:
- Não. Se pudesse escolher teria escolhido você.


AÍDA:
- A partir do momento que você resolveu deitar com a vagabunda daquela que se diz minha irmã, você fez sua escolha!

HIAGO:
- Fui seduzido.

AÍDA:
- Não! Se deixou seduzir. Você não fez nada a força, ninguém lhe forçou a nada. Foi porque quis, por ser tão cínico e sem caráter quanto ela.

HIAGO:
-Fui fraco!

AÍDA:
- Sinto muito por você. Vai ter que conviver com sua fraqueza.

HIAGO:
- Me perdoa.

AÍDA:
-Infelizmente esse é um dom que eu não tenho.

HIAGO:
- Vamos recomeçar.
AÍDA:
- Nunca. É impossível recomeçar! A vida continua e o passado nos persegue. Nem se eu fosse louca me esqueceria dessa sujeira toda.

HIAGO:
- Blansh foi só uma aventura. Só isso!

AÍDA:
- Você não presta mesmo. Não tem dignidade. O que sinto por você é nojo! Como você é pequeno, insignificante.

HIAGO:
- Se você disser que não mais me ama, eu, saio por essa porta e nunca mais lhe procuro.

AÍDA:
- Não use a palavra amor. Você não sabe o significado da palavra amor. É indigno de ser amado. Tenho nojo, ódio de você. Hiago, você é sórdido, pequeno. A única coisa que espero de você é que tenha um mínimo de respeito e amor próprio, que pegue seus pertences, coloque os rabos entre as pernas e saia da minha frente. Há! Quanto a nossos bens não se preocupe meu querido, meu advogado está cuidando da partilha, você terá tudo aquilo que de direito é seu.

HIAGO:
- Não faço questão de nada. A única coisa que me interessa é você.

AÍDA:
- Acabou Hiago, acabou!

HIAGO:
- Não diz isso meu bem.

AÍDA:
- Acabou.

HIAGO:
- Você não quer pensar mais.

AÍDA:
- Já está tudo pensado. Acabou!

HIAGO:
- Estraguei tudo, né?


AÍDA:
- É, estragou! E não tem mais volta.

HIAGO:
- Você pede para entregarem minhas coisas.

AÍDA:
- Claro. Vou pegar uma folha pra você anotar o endereço.

HIAGO:
- Pronto!

AÍDA:
- Amanhã mesmo você estará recebendo suas coisas.

HIAGO:
- Aída...

AÍDA:
- Chega Hiago! Não precisa dizer mais nada, Acabou! Segue tua vida que eu vou seguir a minha, de cabeça erguida. (ele saí e ela chora).

CENA VII

(ACENDE AS LUZES HIAGO ENTRA BLANSH ESTA NA SALA)

HIAGO:
- O que faz aqui? Quer me enlouquecer, é?

BLNSH:
- Não. Vim conversar.

HIAGO:
- Chega. sai daqui. Sua vadia, já conseguiu o que queria.

BLNSH:
- Não. Sabe bem o que quero. Quero você. Meu amor.

HIAGO:
- Cala essa boca ou eu esgano você.

BLNSH:
-Não Hiago não faz isso.(põe a mão protegendo a barriga). Estou esperando um filho teu.

HIAGO:
- O quê?

BLNSH:
-Você vai ser papai.


HIAGO:
- Nunca.

BLANSH:
- Ela nunca poderá te dar um filho, eu posso! O que tenho aqui é fruto do nosso amor.

HIAGO:
- Nunca. Você terá um filho meu sua vagabunda. Planejou tudo vou acabar com você.(parti para cima dela).

BLANSH:
-Não! Você não vaí machucar meu filho. (puxa uma arma de dentro da bolsa). Fique longe de mim.

HIAGO:
- Blansh, você está louca. Para com isso, baixa essa arma.

BLANSH:
- O que foi? Se acovardou meu bem? Sinto muito meu amor, mas se não pode ser meu, não será de mais ninguém.




HIAGO:
- Não puxe esse gatilho.
Será que não percebe que vai destruir sua vida.

BLNSH:
- Minha vida já foi destruída, ninguém me ama. Minha mãe me abandonou, me entregou pra uma estranha, minha única irmã me odeia e o homem a quem amo prefere me ver morta do que está a meu lado, então o que me resta se a solidão.

HIAGO:
-Abaixe essa arma.

BLNSH:
- Posso declarar insanidade. Mas você, vai ficar a sete palmos a baixo da terra. (ele parte para cima dela. Blansh atira).

HIAGO:
- Não! (grita)

BLNSH:
- Não! Hiago?! Meu amor! Meu único amor! Não! Não!Não!(ele agoniza e morre nos braços de Blansh, ela o beija). Te vejo na eternidade.
(entra dois policiais)

POLÍCIAL I:
- Mão ao alto.

POLÍCIAL II:
- Não se mova (Pega a arma no chão)

POLÍCIAL I:
-Levante-se devagar.

BLANSH:
-Ele tentou matar meu filho. (mão na barriga)

POLÍCIAL II:
- Terá muito tempo para se explicar.

POLÍCIAL I:
- A senhora está presa.

BLANSH:
- Só defendi meu filho.

POLÍCIAL II:
-(Algema) Tem o direito de permanecer calada ou tudo que disser será usado contra a senhora em seu julgamento, também tem direito a um advogado (A luz vai se abaixando aos poucos)

BLANSH:
- Juro que não queria! Eu o amava...

FIM


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