quarta-feira, 4 de julho de 2018

MAE SEMPRE MÃE


FADE IN.


1.  – INT. CASA DE NICE/QUARTO – DIA


Gaby experimentando roupas (poderia escrever de onde pega as roupas, se Poe na cama, joga no chão, essas coisas para mostrar melhor o ambiente).

GABY:

- Ai meu Deus!... Está chegando o dia... Que vou fazer?!  Estou ferrada.
(Pega um vestido no guarda roupa)
Aqui está você. Custou caro. Mas vai me deixar muito bonita. Quero ser a mais linda do baile!
(Rodopia como se estivesse dançando uma valsa)
Viverei intensamente cada segundo deste baile. Irei aproveitar cada segundo, como se fossem únicos. Ah, Marcelo!?... Você está aqui, na palma da minha mão. (coloca o sapato) Droga, eu não me conformo, ô Deus, o que foi que eu fiz pra merecer o castigo de ser pobre? Tô é ferrada... Eu não me conformo com essa vidinha desgraçada.


2. – INT. CASA DE NICE/(onde da casa) – DIA


Nice entra distraída (descrever melhor a ação)


NICE:
- É você filha?

GABY:
- Não... Não sou eu... Quem mais poderia ser? Um fantasma?

NICE:
(Arruma os sapatos no cesto)
- Não compreendo por que você está tão nervosa!

GABY:
(Irônica)
(MAIS)
(CONTINUA)
- Você nunca compreende nada! Não mesmo mamãe?

NICE:
- Eu só estou preocupada com você filha. Você anda tão nervosa.

GABY
- Não precisa se preocupar comigo Dona Nice. Eu vou sobreviver, além do mais estou dispensando qualquer preocupação... Sei me cuidar muito bem.
(saindo)

NICE:
- Filha aonde vai? vai sair assim? Sem jantar? Janta primeiro, filha.

GABY:
Estou de dieta...

NICE:
- Mas você está magrinha, vai acabar ficando doente. Que coisa mais medonha. Na minha época ninguém fazia essa tal de dieta, e vivia todo mundo bem, agora fica aí sem comer, com esse tal de regime par cá, regime pra lá, e só se vê um bando de moças magrelas, secas parecendo um bando de varas pau.

GABY:
- É por isso que as mulheres de sua época eram na maioria feias, gordas, desajeitadas... Eu é que não quero chegar com sua idade assim.

NICE:
- Come alguma coisa filha. Já está pronto!

GABY:
- Não estou com fome. Tenho de sair. Joga fora, joga!

NICE:
- Filha... Toma cuidado. Leva o casaco vai esfri...
(Nice sente uma imensa tristeza)



3. – EXT. CASA DE MARCELO/ LOCAL DA CASA – DIA

GABY:
- Aqui é tudo tão bonito.

MARCELO:
- Gostou, né?

GABY:
- Demais.

MARCELO:
- Sabia que cada dia que passa, me sinto mais apaixonado.

GABY:
- Sei... Diz isso pra todas!

MARCELO:
- Que todas?

GABY:
- Deve ter um monte dessas periguetes dando mole pra você.

MARCELO:
- Oh, minha gata! Acha mesmo que algumas dessas garotas, teria alguma chance, com você no pedaço?

GABY:
- Olha que acredito.

MARCELO:
- Pois acredite. Estou paradão em você;

GABY:
- Mesmo?

MARCELO:
- Mesmo.

GABY:
- Hum... Sei não.

MARCELO:
- Estava pensando.

GABY:
- É? No quê?

MARCELO:
- Quero ir a tua casa...

GABY:
(Sobressalto)
- Que?

MARCELO:
- Que foi?

GABY:
- Nada.

MARCELO:
- Então...

GABY:
- Estamos se conhecendo... Acho que deveríamos dar mais um tempo...

MARCELO:
O que você tem tanto medo?

GABY:
- Eu? Nada.

MARCELO:
- Então por que se esquiva tanto?

GABY:
- É que quero ter a certeza que nosso namoro vai vingar.

MARCELO:
- Pensei que...

GABY
- Marcelo... Não vamos nos precipitar... Estou curtindo muito tudo isso. Tem sido tão bom, tão gostoso. Pra que estragar tudo isso? Tem um ar de liberdade.

MARCELO:
- Tá certo. Se prefere assim minha gata, então beleza, só resta aceitar.

GABY
- Assim é melhor!
(Se beijam)


4. – EXT. LOCAL QUAL É – DIA

Nice entra, senta-se pensativa toca-se música Flashback, música suave. Ivan entra.

IVAN:
- Mãe?!

NICE:
- Oi filho...

IVAN:
- Distraída, mãe?

NICE:
- Acho que sim. Me perdi em pensamentos, lembranças, coisas assim... Deixa eu ajeitar esse teu colarinho. Deus, como você homens são desajeitados! Aonde vai assim, já comeu?

IVAN:
- Já comi sim, não pense à senhora que vai me encher de comida. Estou indo pra lanchonete...

NICE:
- Não acha que está muito cedo?

IVAN:
- Eu acho! Mais hoje é dia de movimento, seu Manuel me pediu par chegar mais cedo.
(Nice abaixa a cabeça)
- Que foi mãe, o que está lhe preocupando?

NICE:
Ah, meu filho, me entristece tanto, olhar para os lados e não poder... Dar uma vida mais digna a vocês.

IVAN:
- Que isso mãe?! O mais importante nós temos, isso a senhora sempre nos deu, que é seu carinho, amor, seu afeto, sua compreensão, é tudo de melhor que poderíamos receber.

NICE:
- Oh, meu filho, você não sabe o quanto é bom ouvir estas palavras tão amáveis. Deus lhe abençoe meu filho, sempre!

IVAN:
- Mãe... Eu te amo!

NICE:
- Eu também te amo muito filho. Você e a Gabrielly são as coisas mais preciosa que tenho nesta vida.

IVAN:
E a Gaby ?

NICE:
- Eu não sei o que está acontecendo com essa menina, ela anda irritada, nervosa, às vezes chega até ser agressiva. Acho que é esse tal de regime.

IVAN:
- Não deve ser por isso.

NICE:
- Você está sabendo de alguma coisa?

IVAN:
(Abraça a mãe confortando-a) Esquenta não mãe, vai passar... Gaby só está preocupada com algumas provas...

NICE:
- Ah, então é isso! Que alívio. Cheguei pensar que... Ivan você acha que a tua irmã tem... (Hesita) Vergonha de mim?

IVAN:
- Ora dona Nice, quem se envergonharia da mulher mais maravilhosa do mundo?!

NICE:
- Obrigada filho. Espero que a Gabrielly pense assim.

IVAN:
- É claro que pensa. Do jeito dela, mais pensa, tenho certeza. Agora preciso ir, está na hora. Ou vou receber bronca. Sabe como é.

NICE:
- Vai com Deus filho. Toma cuidado! Ivan... Leva o casaco vai esfriar...

                   IVAN:  
- Não mãe não vai esfriar... Bom dia!

NICE
- Bom... (Senta ajeita o porta retrato) Meu Deus como o tempo passa tão depressa... Ainda ontem, eram duas crianças correndo nessa sala, brincando ou até mesmo brigando. Ah Gabrielly, quanta falta sinto de você criança, as noites que corria para os meus braços amedrontada e me pedia pra lhe abraçar bem forte. São coisas que o tempo não apaga... Hoje você é uma moça linda...
E sou eu que sinto vontade de correr para seus braços e pedir para você me abraçar bem forte. Minha Filha! (Deixa cair uma lágrima)


5. – Ver local e tempo


Gaby e Kátia caminhando pelo corredor da escola.

GABY:
(em outro plano) - E agora Kátia?! O que vou fazer? Eu estou perdida...

KÁTIA:
- Ai, calma amiga! Não vejo motivo pra tempestade em copo d'água. Não exagera vai... Eu acho que o mais sensato seria você parar de inventar desculpas e apresentar o Marcelo a tua mãe... É isso que ele quer, conhecer tua família.

GABY:
- Está louca, que família? Chego pra ele e apresento: olha esse é meu querido irmão adotivo, profissão: Ajudante geral de uma lanchonete de quinta...

KÁTIA:
- Balconista.

GABY:
- Que seja. O nome não muda a função. Vai continuar sendo piniqueiro, limpando cozinha, banheiro... Que orgulho!

KÁTIA:
- Qual o problema de ser balconista Gaby? Afinal o trabalho enobrece o homem.

GABY:
- Faça-me rir! No caso do seu pai sim... É advogado, ganha bem, tem prestígio... Não é um borra botas de um português grosso e mal educado.

PROFESSORA:
- As mocinhas vão ficar ai fora de papo?

KÁTIA:
- É melhor entrar...

GABY:
- Saco!


KÁTIA:
- Meu pai é um trabalhador como todos os outros. Além do mais o Ivan é muito esforçado é tem futuro!


6. – ver descrição e tempo


(Sentam)

GABY:
- Não sei que futuro...

KÁTIA:
- Não vou nem argumentar, você hoje tá é que tá.

GABY:
- Tô. E não era pra está?

KÁTIA:
- O círculo está se fechando Gaby! O que vai fazer? Não vejo outra saída a não ser apresentar ele a sua mãe.

GABY:
- Você está brincando né? Ficou louca, tá maluca, pirou? Pois eu não enlouqueci ainda não. O que o Marcelo vai acha da sua futura sogra?

KÁTIA:
- Gaby minha querida leia meus lábios. Você não vai conseguir esconder sua mãe dele por muito tempo.

GABY:
- Mais o quanto eu puder, eu vou...

PROFESSORA:
- Algum problema?

KÁTIA:
- Não professora... Nenhum. (Pra Gaby) O que aconteceu com Dona Nice foi um acidente. Além do mais, eu acho sua mãe, uma mulher extraordinária!

GABY:
- Para... Pode parar!



PROFESSORA:
- Agora chega! Pra fora da sala as duas. Pensam que estão aonde? (Gaby e Kátia pegam o material, todos zombam)

GABY:
- Com maior prazer!

PROFESSORA:
- Secretaria mocinhas.

KÁTIA:
- Satisfeita?


7. – descrever local e tempo


Descendo a escada

GABY:
- Imagina a cena, o seu namorado vai a sua casa, e por um defeito de sua mãe ele não toma nem mesmo um copo com água. Ah francamente, põe-se em meu lugar!

KÁTIA:
- E então, o que você pretende fazer?

GABY:
- Eu e o Marcelo estamos tão bem... Ele é fino, educado, tão culto, gentil! Ah Kátia, ao lado dele eu me sinto uma princesa.

KÁTIA:
- Você está apaixonada, não é mesmo?

GABY:
- E quem está falando de paixão?! Isola! Digamos que estou envolvida, também com tanto luxo quem não ficaria?! Além de rico é um gato.

KÁTIA:
- Um gato e inteligente. Louco pra conhecer sua família.


8. – escrever tempo e local


(Já no final da escada)


GABY:
- É. E está me pressionado.

KÁTIA:
- E?

GABY:
- Já pensei numa solução...


KÁTIA:
- Qual?

GABY:
- E depende da sua ajuda.


KÁTIA:
- Da minha ajuda?

GABY:
- É... Da sua ajuda.

KÁTIA:
- O que você está aprontando?

GABY:
- Ele quer conhecer minha mãe, não é?

KÁTIA:
- É!

GABY:
- Apresento uma mãe que não é minha mãe.

KÁTIA:
- Calma aí! Eu não sei se entendi...


9 – escrever local e tempo

(Sentam-se num banco)

GABY:
- Vamos apresentá-lo a sua mãe.

KÁTIA:
- Mais é sua mãe que ele quer...

GABY:
- Ele não precisa saber...



KÁTIA:
- Gaby, isso é loucura! Nunca que isso dará certo.

GABY:
- Claro que dará! Tem que dá certo, além do mais, essa é minha única salvação.

KÁTIA:
- Você por acaso já parou pra pensar nas consequências que essa sua ideia maluca irá acarretar? E quando ele descobrir, e amoral da minha mãe como fica nessa história?

GABY:
- Onde sempre esteve. É uma causa justa!

KÁTIA:
- Justa?

GABY:
- Não seja melodramática é coisa de segundos. Não custa nada! E eu minha amiga ficaria muito grata.

(Katia se levanta nervosa)

KÁTIA:
- Não, não, não e não Gaby.

GABY:
Por favor... Amiga... (Segura no braço dela)

KÁTIA:
Não posso concordar, não posso nem devo fazer isso. Alimentar sua mentira só trará má consequências. Imagina Gaby, desista dessa ideia, concordar com você, é loucura!

GABY:
- Pensei que fosse minha amiga.

KÁTIA:
- E sou.

GABY:
- Não Kátia. Você não é minha amiga. Agora vai embora vai...

KÁTIA:
- Como é que é?

GABY:
- Isso mesmo que ouviu.

KÁTIA:
- Está me dando um fora?

GABY:
(De costa) - Se é assim que define, estou.

KÁTIA:
- Você sabe o que esta fazendo?

GABY:
- Ô garota? Você é surda?

KÁTIA:
- Muito bem... Já entendi.

GABY:
- De-mo-rou!

KÁTIA:
(Sai meio confusa)

GABY
- Chata! Amiga vira lata, amiga da onça, amiga como você o mundo está cheio... Comigo é assim, ou joga no meu time, ou joga contra!


10. – INT. SECRETARIA DA ESCOLA – TARDE


NICE:
- Boa tarde? Gostaria de falar com a professora Neide.

INSPRTOR DE ALUNOS:

- Claro, por aqui... A senhora?

Nice:
Elenice, mãe da Grabrielly...


INSPRTOR DE ALUNOS:

- Professora... Dona Elenice, mãe da aluna Grabrielly deseja falar com a senhora.

Neide:
- Peça que entre...



INSPRTOR DE ALUNOS:

- Pode entrar... Por, favor...

NICE:

- Obrigado. Boa tarde?!


Neide:

- Boa tarde... Sente-se, por favor. Desejava mesmo falar com a senhora. Nós estamos observando, que a Gabrielly está com alguns problemas... Anda rebelde, está faltando aulas, não tem entrosamentos com os amigos, e isto está nos preocupando muito...


NICE:

- Meu Deus!


Neide:

- Então, como tem sido o comportamento dela em casa? A senhora tem notado alguma mudança?

NICE:

- Tem dado muito trabalho também em casa. E, agora a senhora está me dizendo que aqui também.


Neide:

- Os colegas tem se afastaram bastante dela, Gabrielly demonstra uma rebeldia imensa, trata a todos com muito desrespeito.

 
NICE:

- Não sei que acontece. Não foi essa a educação que dei pra ela. Me sinto envergonhada.





Neide:

- A senhora precisa verificar as amizades, quem são as pessoas com quem Grabrielly anda.

NICE:

- Professora, tem como a senhora conversar com ela? É que está muito difícil a conversa com Gabrielly em casa.

Neide:

- Até posso tentar. Embora eu saiba que não será fácil, mas, farei o possível para lhe ajudar.

NICE:

- Professora, não sabe o quanto lhe serei agradecida.

Neide:

- Mas se for algo referente a namorado, drogas...

NICE:

- Não meu Deus, isso não!

Neide:

- É só uma hipótese. A senhora não tem notado nada de diferente, de incomum?

NICE:

- Não.


Neide:

- E sua convivência com a Gabrielly desde pequena, como era?

NICE:

- Sempre foi muito boa. Mas agora...




Neide:

- E a adolescência... Esse é um período muito complicado, e nós, como mães, temos sempre que ficar atentas principalmente com as amizades... Bem sabemos que elas influenciam tanto para o bem, quanto para o mal.


NICE:

- Ela tem muita amizade com a Kátia.

Neide:

- A Kátia é uma boa moça.

NICE:

- Será que ela não sabe de nada?

Neide:

- Seria o caso, a senhora conversar com ela. E eu converso com a Gabrielly. Tudo bem assim?

NICE:

- Tudo bem.

Neide:

- Depois marcamos outra conversa. Dona Elenice, sua filha é uma boa moça, só precisa de orientações, e o que eu puder fazer, com toda certeza farei para ajuda-la.


NICE:

- E eu agradeço de todo coração.

Neide:

- A senhora pode contar comigo.


NICE:

- Obrigada mesmo. Bom, então vou indo, e retorno depois...

Neide:

- Claro. E mais uma vez obrigada, por ter vindo. (Nice sai)


11. – INT. CASA DE GABRIELLY - NOITE


IVAN:

(Entra) - O que houve entre você e Kátia?

GABY:

- O que você quer também? Vai querer me interrogar agora é? Era só o que me faltava! Minha vida não lhe diz respeito, além do mais você não passa de um lambe pratos aqui nesta casa.

IVAN:

- Hei, calma ai! Desculpa né!? Também não precisa descarregar sua raiva em cima de mim. Eu só quero saber o que está acontecendo com a mamãe... Ela anda tão triste.

GABY:

- Mamãe, mamãe, mamãe, tudo mamãe! ... Que saco! Não sei por quê você gosta tanto dessa mulher?!


IVAN:

- Meu Deus do céu! Como você pode falar assim?! Essa mulher a que você se refere com tanto desprezo, é tua mãe.

GABY:

- Grande coisa! Não precisa me lembrar. Será que não percebe que quero me esquecer?

IVAN:

- Como você pode ser injusta? Essa mulher a quem você se refere, faz tudo por você, abre mão da própria vida por sua felicidade, pelo seu bem, ela te ama mais que tudo nesta vida.

GABY:

- Nunca pedi pra me amar! Ama porque quer.

IVAN:

- Que tipo de ser humano é você? A pessoa que abre a boca par disparar tantas asneiras quanto essas, só pode ser considerada um monstro. Posso ser apenas um filho adotivo, mais eu a amo como se fosse minha verdadeira mãe, desde que minha mãe morreu, ela me acolheu de braços abertos, e tem me tratado com amor, carinho, igualdade...

GABY:

- Bravo, bravo! O filho postiço que se sente parte da família, sangue do meu sangue... É comovente, se eu não fosse tão forte me desmanchava em lágrimas.

IVAN:

- É difícil alguém como você com coração tão duro entender...

GABY:

- Ih, vamos parando, já chega... Que coisa mais chata!

IVAN:

- Gaby...

GABY:

- Cala a boca. Agora é você que vai me ouvi. Breve será a festa do colégio... A grande festa de formatura... (Com desprezo)


IVAN:

- Você já avisou a nossa mãe?

GABY:

- Não irei à festa.



IVAN:

- Se for por causa da roupa, eu tenho alguns trocados e você pode comprar...

GABY:

- Se você puder comprar outra mãe...

IVAN:

- Gaby! Você não pode está falando sério.

GABY:

- Ivan, como é que vou entrar naquele salão repleto de mães e filhas? Assim que eu entrar, todos olharão em minha direção... Por quê? Serei a mais bonita, ou minha mãe a mais encantadora? Claro que não! E quando olharem praquele modelito horrível dela? O que será de mim? Não quero nem pensar.

IVAN:

- Horrível sim... (Sente um nó na garganta)

GABY:

- Tá vendo, até você concorda.

IVAN:

- Mais só pode ser horrível... Pois ela deixa de comprar pra si pra poder dar o melhor a você.

GABY:

- Ora Ivan, francamente! Isso não justifica o mau gosto. Parece que estou vendo-a entrando com aquele óculos enorme, isto sem se falar naquele coque.

IVAN:

- Se alguém me dissesse, eu juro que não acreditaria.

GABY:

- Talvez até me apelidem... "A filha da mãe das mãos queimadas" Que vergonha!

IVAN:

Juro que não consigo entender! Não sei como de uma mulher tão boa, pode sair uma peçonhenta igual a você.

GABY:

- Fora! Fora, seu, seu... Ninguém pediu sua opinião. Ir a festa com ela nunca, nunca mesmo! Como odeio esta vida! (sai)


12. - INT.CASA DE NICE - DIA


NICE:

(Nice costurando) Aí meu dedo! (Palmas)

KÁTIA

- Oi Dona Nice, como vai?

NICE:

- Bem, obrigada! Entre, senta aí... Fique a vontade, vou buscar um cafezinho...

KÁTIA:

- Não, não obrigada! Não precisa se incomodar comigo dona Nice.

NICE:

- Que isso minha filha incomodo algum. (Pega o café)

KÁTIA:
- Obrigada.

NICE:

- Que cabeça a minha... Sempre esqueço que vocês jovens preferem um suco. Só eu mesma!

KÁTIA:

- Que isso dona Nice, seu café está maravilhoso.



NICE:

- Estou aqui costurando este vestido, a Gabrielly pensa que não me lembro, que no colégio vai haver a festa de formatura. Nos anos anteriores, eu nunca pude ir... Mais este ano vou surpreendê-la. Estarei toda orgulhosa ao lado da minha filha.

KÁTIA:

- Como tudo aconteceu dona Nice?

NICE:

- Não vamos falar nisso filha, é uma história muito triste.

KÁTIA:

- Me desculpe. Sinto muito mesmo!

NICE:

- Sofri muito... Mais valeu apena.

KÁTIA:

Não entendo. Como assim, valeu apena?

NICE
Esse foi um preço que paguei par salvar uma vida. (Se emociona)

KÁTIA
A Gaby lhe comentou sobre a formatura?

NICE
Ainda não. Mais com certeza logo irá me falar. Ah, Kátia! Minha Gaby é tão meiga... Tão bonita... Inteligente... Me orgulho de Deus ter me escolhido para ser mãe da Gabrielly.

KÁTIA:

- Nem precisa falar, nota-se isso em seu olhar, em cada gesto seu. E a Gaby está?

NICE:

- Dormindo. Dorme feito um anjo!


KÁTIA:

- É está na hora de ir...

NICE:

- Fique para o almoço...

KÁTIA:

- Outro dia.

NICE:

- Kátia o que você acha deste vestido? Acha adequado pra festa?

KÁTIA:

- Está ficando maravilhoso. Infelizmente tenho que ir.

NICE:

- Eu lhe acompanho até a porta...

KÁTIA:
- Obrigada!

NICE:

- Até logo e obrigada pela visita. Quando a Gaby acordar direi que esteve aqui.

KÁTIA:

- Não. Não será necessário. Eu só passei par dizer olá. Tchau, dona Nice!

NICE:

- Vai com Deus filha. E apareça. (Fecha a porta) Que moça educada! (entra Ivan)


13. – INT. CASA DE NICE - DIA


IVAN:

- Mãe, falando sozinha?

NICE:
- Falar sozinha às vezes filho, faz bem.

IVAN
- O que a senhora está fazendo?

NICE

(Fala baixo)- Um vestido para ir á festa no colégio da tua irmã. Então o que acha? Como está ficando? (Não responde) Filho estou falando com você.

IVAN:

- Ah! Tá lindo. Ficou ótimo, muito bonito. Gaby já comentou sobre a festa?

NICE:

- Ainda não... Acho que ela quer fazer surpresa. (Animada)

IVAN:

- É ela é mesmo uma caixinha de surpresa... (Preocupado) Deixa ir mãe se não vou me atrasar.

NICE:

Vai com Deus meu filho.

IVAN:

(Para pensativo) - Nunca esqueça, a senhora é a mãe, mais incrível do mundo.

NICE:

- Oh, meu filho! Que coisa mais linda. (Se abraçam) Você que é maravilhoso!

IVAN:
- Tchau, benção mãe.

NICE:

- Deus o abençoe, filho! Eles cresceram... Mais nunca deixará de ser minhas crianças...

(Lembranças)





14. – INT. CASA DE NICE - DIA


NICE:
(Entra Gaby)
- Bom dia filha, já tomou o seu café?

GABY:
- Já.

NICE:
(Escondendo o vestido) - Gaby, eu vou no mercado comprar algumas coisas e...

GABY:

- Vai. Não se preocupe de vir logo, pode comprar suas coisas bem devagar, não tenha pressa, veja a validade dos produtos, compare os preços... Não se preocupe comigo estou bem crescidinha, sei me cuidar muito bem. E adoro ficar sozinha.

NICE:

- Na geladeira tem leite e no fogão uns biscoitos que fiz pra você...

GABY:

-Tá, tá bom... (Nice sai. Gaby ouvi palmas)

GABY:

(Aterrorizada) - Marcelo? Você aqui?

MARCELO:

- Não vai me convidar pra entrar?

GABY:
Claro! Entra...

MARCELO:

- Que cara é essa Gaby? Até parece que não gostou da surpresa.

GABY:

- Claro que não é isso Marcelo... É que aqui está tão quente! O que acha da gente ir até a praça, tomar um sorvete... Respirar um pouco...

MARCELO:

- Não. Eu acho aqui bem agradável. A menos que você não queira que eu fique, mais como essa possibilidade é remota... Ou você está escondendo algo, e não quer, que eu veja?

GABY:

- Imagina Marcelo! É que minha mãe... É minha mãe está... Ela está com... Sarampo. É, é isso ela está com sarampo. Você nunca teve sarampo, teve?

MARCELO:

- Não que me lembre.

GABY:

- Pois é! Pega pelo ar. Então vamos antes que você pegue e eu me sinta culpada.

MARCELO:

- Eu não tenho medo. E eu vim aqui pra conhecer minha futura sogra.

GABY:

A minha mãe?

MARCELO:

Só tenho uma namorada, e até onde sei, estamos namorando. Ou não?

GABY:
Claro!

MARCELO:

Já estamos juntos há algum tempo, é hora de conhecer sua família...

GABY:

Ah, Marcelo, hoje não... Por favor! Coitadinha da minha mãe, ela está tão desajeitada, doença é fogo! E do jeito que ela é vaidosa não me perdoaria jamais. Quem lhe deu meu endereço?

MARCELO:

- Eu prometi não revelar. Mesmo porque foi contra vontade!

GABY:
- Foi ela! Foi àquela recalcada da Kátia, não foi?

MARCELO:

- Gaby, o que importa é que eu estou aqui, bem pertinho de você. Estava com saudades sabia? É também eu queria saber onde minha gata mora.

GABY:

Custava Ter avisado Marcelo?

MARCELO:

- Aí não seria surpresa! (Entra Nice)

NICE:

- Bom dia?!

MARCELO:

- Bom dia!

GABY:

- Maria!? Maria, que bom que você chegou mamãe está queimando de febre, acho melhor você ir lá dá uma olhada, porque eu não sei o que fazer. Acho que ela está precisando de sua ajuda... (Empurrando)

NICE:

- Que isso menina?! Gaby... Seu amigo não quer um cafezinho, um...

MARCELO:

- Não obrigado! Não precisa se incomodar senhora.


NICE:

-Se precisar de alguma coisa... Que isso Gaby!

GABY:

- Maria vai logo. Cuide bem da mamãe, tá Maria?

MARCELO:

- Simpática.

GABY:

- Quem, a Maria?

MARCELO

- Sua mãe. Brinca sempre assim com ela?

GABY:

- Maria? Maria é minha empregada. Minha mãe como já havia lhe dito está doente, está com... com, com...

MARCELO:

Meu Deus Gaby! Como agente se engana com as pessoas. Você me acha tão burro assim? Eu pensei que você diferente, mas me enganei. A pessoa que se envergonha da própria mãe, jamais será, ou fará, alguém feliz. Meu Deus Gaby, como você tem coragem de fazer essa ceninha ridícula?

GABY:

- Cuidado como você fala comigo... Não esqueça que você está dentro da minha casa.

MARCELO:

- Pensa que sou o que? Um idiota?! Essa mulher que você praticamente expulsou da sala, não é sua empregada coisa nenhuma. É sua mãe!

GABY:

- Vá embora Marcelo. Sai da minha casa. Vamos, fora! Some. Desapareça!

MARCELO:
- Você é doente garota. Quer saber? Eu me enganei...
GABY:
- Doente é você. Seu grosso! Estúpido. (Ele sai)

NICE:
-(Entra) Eu trouxe um cafezinho passado na hora com biscoitos pra vocês... Ué! Cadê seu amigo, filha?

GABY:
- Vê se está no meu bolso... Tudo por sua culpa. Se não fosse por você, nada disso teria acontecido!

NICE:
- Filha... (Gaby derruba a bandeja)

GABY:
- Vê se me esquece pelo amor de Deus! (Sai)

NICE:
- Meu Deus!? Gaby, espere... (t) O que fiz de errado? Minha Nossa Senhora! Que está acontecendo com minha filha, será droga? (Entra Ivan)


15. – INT. CASA DE NICE - DIA


IVAN:
- Mãe o que aconteceu com a Gaby? Parecia um furacão!

NICE:
- Tua irmã está tão esquisita! Ivan você acredita que ela me pediu para esquecê-la. Eu juro que não queria atrapalhar.

IVAN:
- Oh, mãe...

NICE:

- Eu tive culpa! A culpa foi minha.

IVAN:
- Não! Eu tenho certeza que não mãe. A única culpa que a senhora tem, é de ser tão boa, a ponto de tirar de sua própria boca pra alimentar quem não merece.

NICE:

- Não meu filho não fale assim. Gaby é minha filha e é minha obrigação...

IVAN

- Não é não! A senhora não deve passar a vida inteira se matando por uma pessoa que só lhe faz sofrer, e que tem...

NICE:

- Sente vergonha de mim?!

IVAN:
- Mãe...

NICE:
- Você também tem vergonha de mim
Ivan?

IVAN:

- Como é que eu poderia ter vergonha de uma mulher como à senhora? Tão carinhosa... Que me tirou do sofrimento, esteve ao meu lado sempre que precisei. (Abraça) Como poderia sentir vergonha de alguém tão especial? Eu tenho é muito orgulho de ser chamado seu filho!

NICE:

- Oh, meu filho! Você não faz ideia do quanto eu precisava ouvi estas palavras.

IVAN:

- Descanse um pouco mãe. Eu falo com a Gaby.

NICE:

- Não. Eu falo com ela! Hoje eu tenho muito que conversar com essa menina. Por mais difícil que seja pra mim, mas de hoje não passa...

IVAN:

- Eu tenho muita pena da gaby!
NICE:

- Ela mesmo terá depois da conversa que terei com ela.

IVAN:

- Tem certeza que não quer que eu...

NICE:

- Tenho. Boa noite meu filho!

IVAN:

- Boa! (Nice anda de um lado pra outro)



16. – EXT.A CAMINHO DA CASA DE UMA AMIGA – TARDE

(Gaby caminha, é seguida por um homem que de dentro do seu carro, a acompanha)
HOMEM:

- Ei, boneca... Tudo bem? Quer uma carona? Vamos dar uma voltinha linda? Vem com papai, vem... Garanto que não vai se arrepender...

(Gaby continua caminhando desnorteada e consegue se desvencilhar do homem que a persegue, senta-se em um banco da pra e chora. Por acaso uma amiga lhe reconhece demonstra preocupação)


JÚLIA:

- Gaby? Que foi? (Se abraçam) Hei, calma! Vem comigo... Vamos sair daqui. (Saem)
(Transição / Fachada do Prédio)


17. – INT.CASA DE UMA AMIGA - NOITE

JÚLIA:

- Meninas?! Acho que vamos ter que deixar os estudos para amanhã... Olha só quem encontrei chorando.

GABY:

- Oi amigas! Estou precisando de colo.


Fernanda:

- Que foi que você aprontou desta vez?

GABY:

- Eu? Nada. Minha vida que é um desastre!

Fernanda:

- Ah, como você é dramática!

 Paula:

- Gaby, não é pra falar mal não... Mas, sua mãe te dá o maior apoio, faz tudo por você!

Gaby:

- Ah, eu quero morrer! Sabe, eu fico me perguntando... Por quê eu? Por quê meu Deus, entre milhares, eu fui a sorteada? Ou melhor, a azarada.

Fernanda:

- Ah, Gaby! Isso é até pecado falar de sua mãe. Olha vem cá, dá um abraço. Você só está nervosa.

Gaby:

- Posso dormir aqui?

Fernanda:

- Claro que pode!

Gaby:

- Obrigada amiga!

Júlia:

- Mas Gaby, é bom avisar a sua mãe!

Gaby:

- Não.

Paula:

- Sua mãe vai ficar preocupada com você!

Gaby:

- Melhor assim! Deste jeito ela pensa que morri, me esquece e me deixa em paz.

Ana:

- Gente, vamos estudar. Precisamos tirar uma boa nota nesse trabalho.

Fernanda:

- É vamos estudar!



(As meninas abrem seus cadernos e livros e começam a estudar, enquanto Gaby sentada fica meio que deslocada)


18. – INT.CASA DE UMA AMIGA - NOITE

(Ivan encontra Nice dormindo sentada na sala)


IVAN:

- Mãe?... (Chama calmamente) Mãe...

NICE:

- Ivan?! (Acorda desorientada) Oh, meu filho acho que adormeci!

IVAN:

- Oh mãe!

NICE:

- As minhas costas está me matando! Acho que dormi de mau jeito!

IVAN:

- Eu tenho certeza! Acho melhor à senhora ir pra cama descansar um pouco já que passou a noite neste sofá.

NICE:

- À noite? Já amanheceu? Meu Deus, já é dia! Gabrielly passou por mim e eu nem...

IVAN:
- A gaby não voltou.

NICE:

- Não voltou? Como não voltou? (Preocupada)

IVAN:

- Passou a noite fora.

NICE:

- Deus! Será que aconteceu... (Receosa)

IVAN:
- Não mãe, não aconteceu nada. Mãe descanse um pouco.

NICE:

- Como posso descansar Ivan, sem saber da tua irmã?

IVAN:

- Ela está bem mãe, confie em mim, estou dizendo. Daqui a pouco ela vai entra por esta porta com a cara mais cínica do mundo!

NICE:
- E se...

IVAN:
- Mãe para, não aconteceu nada. No mais notícia ruim corre rápido!

NICE:

- Espero que você tenha razão. Vou tomar um banho frio pra despertar. (sai)

IVAN:

(Demonstra preocupação – Câmera fecha em suas expressões)


19. – EXT. RUA/ESCADARIA - DIA


KÁTIA:
- Ivan!?

IVAN:

- Katia! A Gaby dormiu na tua casa?

KÁTIA:

- Não.

IVAN:

- Já vi que vamos ter dor de cabeça. O que será que esta garota está aprontando agora?

KÁTIA:

- Não sei Ivan, não faço a menor ideia! Sua irmã é imprevisível. Mais o que me preocupa é sua mãe. (Nice chega sem que eles percebam)

IVAN:

- Minha mãe?

KÁTIA:

- É! Eu tive conversando com ela ontem à tarde... E ela estava preparando um vestido para ir a festa de formatura... Ivan, você precisava ver o entusiasmo e a alegria que sua mãe estava sentindo ao demonstrar o vestido pra mim. Mas acontece que Gaby não quer que sua mãe a acompanhe...

IVAN:

- Monstro! Cruel, injusta... É isso que ela é.

KÁTIA:

- Tua mãe ama tanto a Gaby...

IVAN:
- Eu sei...

KÁTIA:

- Ela morre de vergonha da mãe.

IVAN:

- Que raiva!

KÁTIA:

- Ivan precisamos fazer alguma coisa.

IVAN:

- Eu sei, Mas não consigo pensar em algo... O que menos quero é que minha mãe sofra.

KÁTIA:

- Será que você não conseguiria convencer Gaby de ir com dona Nice a festa?

NICE:

(Se mostra) - Não vai precisar!

KÁTIA:
- Dona Nice?!

IVAN:

- Mãe...

NICE:

- Nada do que vocês estão falando é novidade pra mim. Agradeço a preocupação de vocês. Mas está dor que estou sentindo aqui em meu peito é só minha, e ninguém pode sentir por mim...

IVAN:

- Mãe...

NICE:

- Talvez o tempo possa cicatrizar está ferida que dói mais que as queimaduras que sofri... Deixe-me só.

IVAN:

- Mãe...

NICE:

- Por favor! Eu vou pra casa...

IVAN:
- Mãe...

KÁTIA:

- Deixa Ivan. (Observam Nice se afastar arrasada - música – Nice não consegue segura as lágrimas chora desconsoladamente)


20. – INT. CASA DE NICE – NOITE


GABRIELLY ENTRA, ACENDE A LUZ. NICE ESTA SENTADA QUASE IMÓVEL.

NICE:

- Quero falar com você.

GABY:

- Não temos nada a falar!

NICE:

- Temos muito que falar, ou pelo menos eu tenho muito a lhe dizer!

GABY:

- Eu não quero ouvi, não quero falar com você, se pudesse nem mais olharia na tua cara...

(Nice dar um tapa na cara de Gaby) Por que você não me deixa em paz?

NICE:

- Você tem vergonha de mim não é? Mas talvez você queira saber como eu fiquei assim... Por que ando desse jeito? Por tua culpa... Se ando maltratada, é pra que você possa andar assim, bem vestida... Se meus cabelos são assim e minhas unhas feias e roídas é de tanto esfregar roupas dos outros pra não te faltar absolutamente nada...

GABY:

- Pare... Pare, pare... Eu não quero ouvir! (Tapa os ouvidos)

NICE:

- Mais vai me ouvi por bem ou por mau (Tira as mãos dela do ouvido) é vergonha que sente de mim, não é? Tem vergonha por que sou assim com as mãos queimadas, não é? Sabe por que isso me aconteceu, não sabe?

GABY:

(De costa) - Não me interessa! Não mudará nada... (Nice a empurra)

NICE:

- Sua ingrata!

GABY:

- Eu te odeio!

NICE:

(Outro tapa) - Será que você não tem sentimentos? Não aprendeu nada com todo mor que te dei?

GABY:

- Fala logo e me deixa em paz, não suporto mais está humilhação. Será que já não basta ontem à tarde?

NICE:

- Naquela noite eu já estava quase dormindo... Era uma noite aparentemente tranquila. Quando ouvi gritos, choros desesperados... Então me levantei e sai para ver o estava acontecendo. A casa de frente estava pegando fogo, gente corriam pra todos os lados com baldes cheios d'água. De repente ouvi o choro de um bebê em meio às chamas, ninguém ali tinha coragem de enfrentar as chamas e salvar aquela pobre e inocente criança. Então tomei a decisão, eu não podia ficar ali parada, entrei na casa, enfrentei o fogo e a fumaça, e consegui chegar até o berço onde estava a criança, o calor era insuportável, tudo desabava ao meu redor... Uma tocha de fogo ia cair em cima do bebê... Não tive tempo de pensar... Quando percebi, estava com aquela tocha em meus braços... Consegui desviar do berço... Naquele momento eu não conseguia sentir dor, eu só queria salvar a criança. Peguei um cobertor enrolei a criança a peguei em meus braços e me desviando do fogo, da fumaça consegui, não sei como salvei aquela vida. Foi por pouco... Em menos de dez segundos a casa desmoronou. Foi quando alguém tirou a criança dos meus braços, e eu chorava feito uma louca, de emoção... De dor... Só então percebi que meus braços estavam todos queimados.

GABY:

- Quem é?

NICE:

- Essa criança é a pessoa que eu mais amo neste mundo, e a que mais me despreza.

GABY:

- Não... Não! Essa crian... (Soluços) não sou eu?

NICE:

- O que é a vida! Sim, é você Gabrielly. (Vira pra sair)

GABY:

- Mãe... Oh, mãe! Me perdoa? Pelo amor de Deus! Me perdoa...

NICE:

- Sim Gabrielly, eu lhe perdoo. Apesar de todas as lágrimas que você me fez derramar, eu te perdoo. Em nenhum momento por mais magoada que estivesse, eu deixei de lhe amar. Você pode não ser sangue do meu sangue, nem carne da minha carne. Mas é filha do coração. Seus pais biológicos, não conseguiram... Mãe filha, não guarda rancor. O Amor de mãe é sublime, é puro, é sincero, verdadeiro... É algo que jamais se esgota. Gaby, mãe é sempre mãe! (Se abraçam)

21. – EXT. SALÃO DE BAILE – NOITE


Todos estão em um grande salão com roupas de gala para a festa de formatura. Do lado fora Nice observa pela janela Gabrielly receber seu diploma. Gabrielly ao perceber sua mãe, dirige-se a ela, que está vestida muito simples, e a pega pela mão e caminha com ela até o centro, passando por todos convidados, demonstra orgulho. Pega o microfone e discursa.
GABY:

- Essa é a mulher mais importante da minha vida, a mulher que mesmo diante de todas adversidades soube me amar,  com um amor tão infinito, que foi capaz de transformar toda minha vida. E hoje, se estou aqui, quem sou, o que sou devo a esta grande mulher, minha mãe.

(SE ABRAÇAM TODOS APLADEM)

F I M





FADE OUT



(SOBEM OS CRÉDITOS)

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