terça-feira, 8 de agosto de 2017

PRETÉRITO IMPERFEITO

De: Marcondys França          


Laura, mulher rica que valoriza o trabalho e o dinheiro. Separada, mãe de um único filho, mantém uma relação complicada com o filho.
Lucas, filho único de Laura, não aceita o fato que a mãe tenha deixado seu pai e depois da separação, sua relação com a mãe sempre foi fria e distante. Complicado, rebelde vive intensamente a noitadas regadas a sexo, bebidas e drogas.
Dimas, homem simples, separado de Laura não vê o filho há quinze anos, ao saber da doença do filho retorna para o visitar.
Edgar, médico responsável pelo tratamento de Lucas.
Uma Enfermeira do hospital.
Bia, amiga de Lucas.

O destino se recarrega da forma mais complicada, em unir mãe e filho por meio de uma grave doença. Com o diagnóstico de leucemia a proximidade da morte é apenas um pretexto de juntar mãe e filho, e dar-lhes uma segunda chance de concertarem os erros do passado.

CENA I

Interna Tarde / Quarto de Hospital.

Laura entra no quarto, seu olhar é frio, porém preocupado. Aproxima-se do leito onde está Lucas. Esboça um gesto de ternura. Enxuga as lagrimas. Recua. Senta-se numa poltrona, cruza delicadamente as pernas, há tenção em suas pernas percebida pelo balançar de seus pés. Olha para os lados, morde os lábios para disfarçar a tensão. Abre a bolsa e retira uma cigarreira, abre pega um cigarro, procura o isqueiro, põe o cigarro na boca, quase ascendendo o cigarro olha para o filho na cama, lembra-se que não é permitido fumar, desiste. Guarda tudo. Levanta-se e anda de um lado pro outro. De costas para mãe Lucas percebe toda tensão da mãe. Em seu olhar tristeza e ressentimentos. O silêncio só é quebrado pelo barulho do salto do sapato de Laura.

MÉDICO: 
- Boa tarde...?

LAURA: 
- Boa tarde.

MÉDICO: 
- A senhora deve ser a mãe do nosso paciente.

LAURA: 
- Sim sou. Laura.

MÉDICO: 
- Doutor Edgar.

LAURA: 
- Prazer. Qual o estado de saúde do meu filho?

MÉDICO: 
- Podemos ir ao meu consultório? Creio que lá poderemos conversar melhor.

LAURA: 
- Claro.

A médico sai em companhia de Laura. Lucas senta-se. Há preocupação em seu olhar. Câmera fecha nele.

CENA II

MÉDICO: 
- Por favor, sente-se...

LAURA: 
- Obrigada.

MÉDICO: 
- Então... O estado do Lucas é muito delicado.

LAURA: 
- Por favor, não me esconda nada. Quero saber tudo...

MÉDICO: 
- Não omitimos nada sobre um paciente a sua família. Claro
que, se ele, sendo maior, e nos pedir para que não conte nada a seus familiares, mantemos o sigilo. Mas, como o Lucas não nos pediu sigilo algum...

LAURA: 
- Que ele tem?

MÉDICO: 
- Leucemia.

LAURA: 
- Ele vai morrer?



MÉDICO: 
- Está vivo. Há tratamento. Não será fácil, mas enquanto vive, poderá desfrutar desse privilégio chamado vida, em companhia de seus familiares.

LAURA: 
- Qual o melhor tratamento? Onde?

MÉDICO: 
- Amor. Ao lado das pessoas que o ama. Vou lhe orientar sobre todo o procedimento com relação ao tratamento para vencermos essa doença. Mas, já lhe aviso antemão, o estado do paciente não é bom. Infelizmente a doença está em estado bem avançado.

LAURA levanta-se e olha pela janela e por alguns segundo se perde em pensamentos e parece ouvir um riso de criança, e uma voz chamar por mãe, seguida da frase: Estou com medo. Rola de seu olhar frio uma lágrima.

MÉDICO: 
- Sinto muito. Imagino que conheça um psicólogo... Mas neste cartão tem um telefone de uma psicóloga muito boa, que sabe lidar com casos como este. O Lucas vai precisar de um acompanhamento psicológico.

LAURA sai. A câmera a acompanha até que ela some pelo corredor.

CENA III
Externa Tarde / Quarto de Hospital.

Laura anda pelo jardim do hospital, não consegue segurar a tensão, chora desesperadamente. Recosta num canto e chora sem controle. Um homem que passa, tenta ajuda-la.

HOMEM: 
- A senhora está sentindo-se mal?

LAURA: 
- Tudo bem, Tudo bem...

Laura enxuga as lágrimas e caminha em direção da entrada do hospital.


CENA IV

Interna Noite / Quarto do hospital.

Lucas mesmo fraco caminha pelo quarto. Parece tenso, ansioso. Ouve passos, corre para sua cama e fica quase imóvel. Laura entra. Senta-se. Silêncio. Ela está quase imóvel. Houve-se apenas o bater do coração.


LUCAS:

- Por que você veio?

LAURA:

- Por que sou sua mãe.

LUCAS:

- Mãe...?!

LAURA:

- Não seja sarcástico.

LUCAS:

- Veio celebrar minha morte? Ter certeza que irá se livrar desse grande problema?

LAURA:

- Não seja injusto...

LUCAS:

- Estou morrendo Dona Laura, morrendo...

LAURA:

- Está vivo.

LUCAS:

- Então veio até aqui armar seu teatrinho pra se redimir...

LAURA:

- Não. Vim por que é meu dever... Sou sua mãe.

LUCAS:

- Te absorvo desse dever. Pode ir embora... (Levanta-se e vai até a porta). Vai... Sai daqui, vai embora. Me deixe em paz. Sai... vai...

Ao perceber que o filho está muito alterado, Laura se levanta, mantém a altivez e sai. Lucas se enconca ao pé da cama e chora desesperadamente.

- Droga, droga... Droga!

CENA V


Transição cidade noite/dia.
Frente do Hospital
Interna Dia / Quarto do hospital

MÉDICO: 
- Bom dia! Como está se sentindo Lucas?

LUCAS: 
- Ótimo. (Mente)

MÉDICO: 
- Que bom. Sabe que para ter um bom resultado o tratamento tem que ser seguido à risca. Sem exageros... Sem bebidas alcoólicas, noitadas e...

LUCAS: 
- Terei que me tornar um monge Tibetano...

MÉDICO: 
- Se for preciso... Por que não? O senhor está de alta.

LUCAS: 
- Então poderei ir embora?

MÉDICO: 
- Sua mãe está lá fora.

Lucas muda a fisionomia. A câmera fecha em seu olhar,

 CENA V

Interna Dia / Interior do carro de Laura.


Laura: 
- Logo estaremos em casa.

LUCAS: 
- Quem disse que vou pra sua casa?

Laura: 
- Lucas, você precisa da minha ajuda.

LUCAS: 
- Engana-se. Sempre me virei sozinho. Sempre foi assim e assim será. Agora você me deixa no meu apartamento ou desço deste carro e pego um taxi.

Laura: 
- Lucas, logo vai começar fazer a quimioterapia...

Lucas abre o trinco da porta.

- Tudo bem. Te deixo em teu apartamento.

CENA VI

Transição cidade noite/dia.
Transição cidade dia/Noite.

Interna Noite / Apartamento de Lucas - Quarto.

Lucas acende a luminária pega o telefone com dificuldades, disca.

Laura: 
- Alô?!

Lucas: 
- Não estou bem...

Laura: 
- Calma Lucas... Estou indo a caminho.

Lucas desliga o telefone está ofegante, parece faltar-lhe o folego. A cena escurece, ouve-se barulho de sirene de ambulância.

CENA VII

Interna dia / Casa de Laura - Quarto

LUCAS: 
- Devia ter me levado pra meu apartamento.

LAURA: 
- Quando vai se convencer que precisa de mim?

LUCAS: 
- Isso lhe envaidece.

LAURA: 
- Lucas... sei que nossa relação não é das melhores. Mas, te peço. Deixe-me ajuda-lo.

LUCAS: 
- Fazendo seu papel social dona Laura, diante da minha morte?

LAURA: 
- Como você é cruel?

LUCAS: 
- A verdade dói, né?

LAURA: 
- Amanhã começa sua quimioterapia. (Sai)

Lucas se levanta pega a calça jeans, vasculha o bolso. Encontra um pacote com baseado, vai para o banheiro, enrola e fuma.

Transição cidade noite/dia.
Transição cidade dia/Noite.

CENA VIII

Interna Noite / Casa de Laura - Quarto

Lucas está na cama, chama pela mãe...

LUCAS: 
- Mãe...

LAURA: 
- Que foi? Que foi Lucas?

LUCAS: 
- Não estou nada bem...

LAURA: 
- Que está sentindo? O que?

LUCAS: 
- Me leva pro banheiro.

LAURA: 
- Se segura em mim.

Ele é levado ao banheiro o vomita muito. Pálido e fraco é levado a sua cama por Laura.

LAURA: 
- Deite-se um pouco. Descanse.

Ele parece meio inconsciente. Ela sussurra, deixa escapar uma lágrima.
- Meu pobre menino...

Cobre o filho. Ensaio um beijo, mas desiste.

CENA IX

LAURA: 
- Alô?! É Laura. Lucas não está nada bem... (Sua voz é firme. Esconde a lágrima) Teu filho precisa de você...

Voz do telefone em off

DIMAS: 
- Não tenho como largar tudo e ir para São Paulo.

LAURA: 
- É seu filho.

DIMAS: 
- Devia ter pensado nisso antes de me expulsar das vidas de vocês.

(Laura ouve os ruídos do telefone que acabará de ser desligado)

LUCAS: 
- Ele não vem, né?.

LAURA: 
- Está ocupado...

LLUCAS: 
- Que piada!

LAURA: 
- Sinto muito.

LUCAS:

- Satisfeita? Conseguiu o que queria.

ELE VAI PARA O BANHEIRO SE APOIA NA PIA DO BANHEIRO E SE ASSUSTA COM SUA APARENCIA. LAURA VAI ATE A PORTA E PERCEBE MANCHAS NAS COSTAS DE LUCAS, ELE SAI DO BANHEIRO ELA DAR ESPAÇO PARA ELE PASSAR. CAI A NOITE.

CENA X

Interna NOITE / Casa de Laura – Quarto de LUCAS

LUCAS: 
- Laura...

LAURA: 
- Que Foi?

LUCAS: 
- Que isso?

A Gengiva de Lucas não para de sangrar.

LAURA: 
- Calma Lucas... Vou ligar para sua médica.

Pega o celular, está preocupada. Disca.

- Alô... Dra Érica? Desculpe-me mas... É uma emergência...

CENA XI

Interna NOITE / Hospital

MÉDICO: 
- Fiz alguns exames emergenciais... Vou lhe ser
honesto, a situação do Lucas é complicada. A doença parece avançar muito depressa... 

LAURA: 
- E o que podemos fazer?

MÉDICO: 
- Não há como esperar... Temos que começar imediatamente com a quimioterapia.
 LAURA: 
- Meu Deus!
MÉDICA: 
- Não será fácil, sei que não... Mas ele precisará muito de sua força.

LAURA: 
- E a febre?

MÉDICA: 
- Já o mediquei...

LAURA: 
- Ele estava reclamando de dores no abdome

MÉDICO: 
- É um dos sintomas. Há um aumento considerável no baço.

LAURA: 
- Meu Deu!

DIMAS: 
- Onde está meu filho?

MÉDICO: 
- O senhor é o pai?

LAURA: 
- Infelizmente.

MÉDICO: 
- Por favor...

(Saem, Laura fica. Aperta os dedos entre as mãos, está tensa)

CENA XI

Interna NOITE / Hospital

 MÉDICO: 
- Lucas?... Tenho uma visita pra você.

(Senta-se e encosta-se no leito com dificuldade)

DIMAS: 
- E ai garotão?

LUCAS: 
- Você? (Riso tímido)

DIMAS: 
- Eu.

LUCAS: 
- Como conseguiu passar pela vigilância da dama de ferro?

DIMAS: 
- Dei meu jeito. Posso te contar um segredo? Nunca tive medo da tua mãe. Ladra, mas, não morde! (Rir)
LUCAS: 
- Então por que foi embora? Por quê me abandonou?
DIMAS: 
- Não... Não te abandonei. Filho, continua na mesma casa que sua mãe, era insuportável... e no duro, senti muito sua falta, mas sempre soube que estava bem.

LUCAS: 
- E agora veio se despedir?

DIMAS: 
- Não diz isso... Você sair dessa...

LUCAS: 
- Vai ficar?

DIMAS: 
- Claro. (Sem convicção)

LUCAS: 
- Você? (Riso tímido)

LAURA: 
- Sei que o papo está bom, mas, Lucas, meu filho... Precisa descansar.

LUCAS: 
- Meus ossos... Doem.

LAURA: 
- Vai passar... Já foi medicado. (Cobre Lucas) Podemos conversar? Lá fora.

DIMAS: 
- Descanse garotão! (Saem)

(Lucas pega o celular debaixo do colchão e disca)

LUCAS: 
- Bia... Escuta, preciso que venha ao hospital, preciso que você quebre uma pra mim... Não, não é treta. Só preciso que me traga um beque! Que! Confia em mim. Amanhã... (Desliga)

CENA XII

Interna NOITE / Hospital

LAURA: 
- Que pensa que está fazendo?

DIMAS: 
- Vendo meu filho.

LAURA: 
- Vai fazer a mesma coisa que fez há 15 anos atrás?

DIMAS: 
- Só quero está próximo.
LAURA: 
- Pra decepcioná-lo? Quero ver o que fará quando as coisas se complicarem... Vai fugir outra
vez? Tem noção do que está por vir?

DIMAS: 
- Não, não tenho. Por que não me diz...

LAURA: 
- É duro dizer... Mas Lucas está morrendo.

DIMAS: 
- Não o mate antes da hora. Está vivo. E enquanto houver esperança, faremos tudo.

LAURA: 
- Faremos? (Rir, tensa.)

DIMAS: 
- Sim, faremos. Você com seu dinheiro. Eu com amor.

LAURA: 
- Amor? Não seja ridículo... Onde esteve por todo esse tempo? Onde esteve nos momentos que seu filho mais precisou de você?


ENFERMEIRA: 
- Perdão... Sei que não deveria... Mas, aqui não é um local apropriado para um acerto de contas entre vocês. Não é um momento de resolver diferenças,

mas, de unirem-se em prol do bem estar do filho de vocês.

LAURA: 
- A senhora me desculpe. É que esse senhor...

DIMAS: 
- A senhora poderia me explicar sobre o estado de saúde do meu filho?

ENFERMEIRA: 
- Claro. Vamos até A sala do Dr. Edgar que ele poderá lhe explicar melhor. Por aqui, por favor...

(A câmera fecha em Laura que está tensa. Senta-se pega um cigarro. Lembra-se que não pode fumar.)

PASSAGEM DE TEMPO. ALGUNS DIAS DEPOIS...

CENA XII

Interna NOITE/ CASA/ Quarto de Lucas

LUCAS: 
- Laura?

LAURA: 
- Que foi Lucas?

LUCAS: 
- Olha!

LAURA: 
- Meu Deus!

LUCAS: 
- Meu cabelo...

(Ele tem umas mechas de cabelos nas mãos)

LUCAS: 
- Estão caindo...

LAURA: 
- Por causa da quimioterapia... Lucas, sabe que tem que ser feito...

LUCAS: 
- Não... não...

LAURA: 
- Lucas... Dr. Edgar disse...

LUCAS: 
- Dane-se! Por que não me deixa morrer?
LAURA: 
- Pelo amor de Deus Lucas...

LUCAS: 
- Me deixa sozinho...

(Ela sai. Ele pega um cigarro de maconha e prepara. )

LAURA: 
- Lucas?

LUCAS: 
- Que é?

LAURA: 
- Que cheiro é esse?

LUCAS: 
- Me deixa em paz!

(Laura força o porta. Entra.)

LAURA: 
- Que pensa que está fazendo? Quer se matar?

(Pega o cigarro de maconha e joga no vaso e dá descarga)

LUCAS: 
- Já estou morto!

LAURA: 
- Pelo amor de Deus Lucas...

LUCAS: 
- Deus?! Que Deus é esse? Que me condenou a morte? Que Deus é esse... Me responda?

(Há desespero na voz dele. Ela o abraça fortemente como se tenta-se o consolar. Segura as lágrimas)

CENA XII

Interna Dia/ CASA/ Sala de Lucas

(Dimas está com uma tesoura na mão)

DIMAS: 
- E ai campeão? Preparado?

LUCAS: 
- Manda vê...

(Dimas começa a cortar os cabelos de Lucas, aos poucos Lucas vai se emocionando. Quando Dimas corta a parte maior do cabelo do filho, passa a vez para Laura, que com uma máquina de cabelo termina o corte. Há muita emoção.)

DIMAS: 
- E então? Até que não ficou tão mal assim ...

Dimas abraça o filho e puxa Laura para um abraço coletivo.

Passam-se alguns dias



CENA XIII

Interna Dia/ Hospital/ Quarto.

DIMAS: 
- Que houve?

LAURA: 
- Teve uma recaída. Não está reagindo bem ao tratamento...

DIMAS: 
- Meu Deus!

LAURA: 
- Vai ficar alguns dias no hospital. O médico me preparou...

DIMAS: 
- Não...

LAURA: 
- Temos que ser fortes. Não demorará muito, nosso filho...

DIMAS: 
- Não diz isso...

LAURA: 
- Acredita em Deus? Então reza.



DIMAS: 
- Laura... Preciso me ausentar...

LAURA: 
- Estava demorando.

DIMAS: 
- Estou ausente há muito tempo.

LAURA: 
- Não mais do que já esteve.

CENA XIII

Interna Dia/ Hospital

DIMAS: 
- Lucas...

LUCAS: 
- É você?

DIMAS: 
- Sim... Sou eu campeão.

LUCAS: 
- Esse campeonato perderei.

DIMAS: 
- Nada disso! Vencerá. E eu vou está aqui pra fotografar você erguendo o troféu.

LUCAS: 
- Vai embora?

DIMAS: 
- Apenas uma viagem curta. Resolver uns negócios...

LUCAS: 
- Entendo. Não pode parar tua vida por minha causa.

DIMAS: 
- Por você filho, faço qualquer coisa.

LUCAS: 
- Vai tranquilo.

DIMAS: 
- Logo, logo estou de volta.

Dá um beijo na testa do filho.

LUCAS: 
- Adeus!

DIMAS: 
- Até logo. (Sai. Laura entra)

LAURA: 
- Como se sente?

LUCAS: 
- Normal...

LAURA: 
- Normal?!

LUCAS: 
- Laura?

LAURA: 
- Sim?

LUCAS: 
- Posso lhe fazer um pedido? Meu último pedido...

LAURA: 
- Pode...

LUCAS: 
- Me leva pra ver o mar. Quero morrer de frente pro mar...

LAURA: 
- Claro meu filho!

Sai rápido e não consegue segurar as lágrimas. Desaba dentro do banheiro.

CENA XIV

EXTERNA Dia/ PRAIA

Lucas está deitado no colo de Laura. Laura está muito emocionada. Ele olha pro mar.


LUCAS: 
- Mãe...

LAURA: 
- Está com frio?

LUCAS: 
- Obrigado!

Cai uma lágrima dos olhos de Laura

LUCAS: 
- Eu te amo.

LUCAS: 
- Também te amo, meu filho!

Música suave.

Ele recosta a cabeça no colo dela, há um silêncio. A imagem se funde ele deitado em seu colo e ele caminhando para o mar, ela chora, hora de felicidade, hora de tristeza, antes de entrar no mar ele olha pra trás e sorrir. Ela rir entre as lágrimas.


Sobe os créditos finais.

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